Terceira edição da Telúrica – Festival Feito por Palhaças reafirma seu espaço na cidade!

METAFORMOSA
Foto Fabio Alcover

●     Com 18 ações programadas, entre oficinas, bate-papos e espetáculos, o evento se firma na cena artística curitibana e nacional

Em meio ao riso e às múltiplas emoções suscitadas pela arte da palhaçaria, a Telúrica – Festival Feito por Palhaças – chega à sua terceira edição, consolidando-se como um espaço pulsante de expressão artística. Fruto do trabalho coletivo de palhaças da cidade, o festival abraça em sua programação artistas que vêm de diferentes regiões do Brasil, tecendo um mosaico vibrante de pluralidades. 

Desde a sua estreia, em 2019, a Telúrica surgiu com o propósito de repensar a cena da palhaçaria e a produção cultural feita por mulheres, bem como incentivar a criação de redes entre artistas e desenvolver outros modos de gestão colaborativa. Nos últimos anos, o festival, que se reinventa continuamente, expande parcerias e amplia espaços de visibilidade para múltiplas existências em suas dissidências, reafirmando o poder político transformador da arte. Dos bastidores ao palco, a Telúrica celebra não apenas o fazer artístico, mas também a resistência e a construção coletiva de uma arte que emociona, provoca e conecta.

O mote da 3ª edição Telúrica atravessa passado presente futuro, com o desejo de continuidade e consolidação enquanto festival. A programação ascende (re)encontros entre artistas que estiveram em edições anteriores, aquecendo conexões e se abrindo para boas surpresas.

Entre 10 e 15 de dezembro, a Telúrica oferece espetáculos, cabarés, oficinas, cortejo, bate-papos, cinema e festa de encerramento. Tudo acontece em diferentes endereços: a Alfaiataria Cultural recebe as oficinas; a Caixa Cultural Curitiba recebe os bate-papos e os espetáculos; na Praça Santos Andrade e no Passeio Público serão apresentados os espetáculos de rua. A festa e o cabaré de abertura serão no Espaço Fantástico das Artes (EFA) e o Teatro do Memorial recebe o espetáculo de encerramento.

Em outro momento, um cortejo musical resultado das oficinas do festival e aberto a participações atravessará o calçadão da Rua XV movimentando e encantando o centro da cidade. Também haverá a exibição de um filme em formato documentário no Teatro da Vila, no CIC.

Entre as convidadas e convidades estão artistas de diferentes gerações vindas do Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e também Equador.

Todas as atrações são com contribuição espontânea no chapéu, o que possibilita a entrada gratuita e abre a possibilidade para contribuições diversas, democratizando o acesso à arte.

Idealizado e organizado por um grupo de palhaças e produtoras culturais em formato colaborativo, a Telúrica é um evento que começou a nascer em 2018. “Em outros festivais as pessoas indagavam sobre o movimento de palhaçaria em Curitiba e também sobre as palhaças da cidade. Foi então que para fomentar a rede de artistas e também novos modos de pensar e produzir festivais, nos unimos buscando fortalecer a arte da palhaçaria, produção e técnica nesse meio “, contam as idealizadoras.

“Continuamos a sonhar, como tem sido desde a 1ª edição. Sabemos que muitos festivais de arte e cultura no Brasil não permanecem. Também percebemos que caminhar com os sonhos é seguir experimentando e acolhendo em nosso fazer as diversidades de existências de como ser e estar artista no Brasil. Assim chegamos à 3ª edição, com o desejo de seguir compartilhando e buscando novas formas de produzir”, afirma o grupo de organizadoras desta edição, formado por Biaflora Lima (Palhaça Melanina), Camila Jorge (Palhaça Carmela), Karina Flor (Palhaça Skarlate), Larissa Lima (Palhaça Siriema), Lucri Reggiani (Palhaça Bisnaga), Má Ribeiro (Safo), Thays Teixeira (Palhaça Mina) e Yara Rossatto (Palhaça Solara).

A programação – A abertura oficial será no Espaço Fantástico das Artes (EFA), com o Cabaré da Produção, que leva ao palco as artistas que estão nos bastidores: palhaças, iluminadoras, comunicadoras, produtoras, idealizadoras e fazedoras dessa edição. Ao lado delas, as convidadas maravilhosas Iza Figueiredo, Suelen Oliveira e Stéfani Belo.

As manhãs dos três primeiros dias (10, 11 e 12/12) serão na Alfaiataria Cultural com duas oficinas: Cortejo com Matê Magnabosco e Criação de Adereços Cênicos com Materiais Recicláveis, com Katia Horn. O resultado dos trabalhos será conferido no cortejo pela Rua XV (classificação livre) na manhã de sexta-feira (13/12). Tradição nos festivais de palhaçaria, o Cortejo convida toda a comunidade a seguir do Paço da Liberdade até a Praça Santos Andrade, onde será apresentado “Tarântula Transita” de Vulcanica Pokaropa, espetáculo de rua escolhido entre inscrições de todo o país.

Meta For Mosa, da londrinense Grita Cia de Palhaças, está entre as peças que serão apresentadas no teatro da Caixa Cultural Curitiba. É uma celebração das relações que aceitam e respeitam a individualidade das mulheres numa sociedade machista, que as aprisiona em um mesmo padrão. Três palhaças, cada uma à sua maneira, lidando com as dores de ser mulher, se encontram e fazem um convite à liberdade, dialogando com a metáfora da lagarta, que no tempo dela, sai do casulo e voa como uma borboleta. A Grita nasceu em 2017, do encontro entre Aneliza, Juliana e Mariana ao unir suas pesquisas em palhaçaria feminina.

Trem Bão é Coisa Boa com Pé Vermêi de Pernambuco, espetáculo selecionado via edital,vai levar aoPasseio Público as histórias de uma família mineira nada tradicional, que roda de bicicleta pelo Brasil adentro levando seu circo nas garupas além de ser também uma pequena uma viagem ao universo do circo de rua.  Em cena estão Ana Melo e Mone Melo, que desde 2001 pesquisam teatro de rua e há cerca de três anos circulam de forma independente por estados do Brasil, procurando estratégias para tornar menos precária a vida de artistas de rua e fortalecer a luta por direitos das pessoas nômades que vivem de bicicleta pelo país.

Tarântula Transita, de Presidente Bernardes, é outro espetáculo de rua selecionado por edital. Uma fábula sobre sonhos, onde quatros amigas passam por diversas adversidades e conflitos para chegar na tão sonhada ascensão que desejam e para isso vão precisar da ajuda do público. A história é contada através da comicidade, bambolê, malabares, mágica e manipulação de bonecos trazendo o público para um universo lúdico. A história é baseada em estudos sobre a Operação Tarântula, que aconteceu no final da ditadura militar no Brasil. Em cena, Vulcanica Pokaropa, Travesti, Mestra em Teatro e Doutoranda em Artes Cênicas, sua pesquisa aborda a presença de pessoas Trans nas artes do corpo.

Da capital mineira, vem o espetáculo Batalha, que trata sobre ser mulher deste território em nosso tempo. Os riscos da presença física, psicológica, espiritual. Facões, vidros e cama de prego. Muitas são as vozes que ecoam. O ato de se rebelar, ou seja, de experimentar miragens de liberdade, ainda que sejam passageiras. Se a luta é livre “estoy lista para empezar” Em cena, Dagmar Bedê – atriz cabareta, palhaça, e faquiresa. É também diretora, produtora, gestora cultural e pesquisadora da linguagem circense e palhaçaria há quase duas décadas.

Da capital paulista vem, Sobre tomates, tamancos e tesouras, com Andréa Macera, a Palhaça Mafalda Mafalda, que a partir da sua formação no método “O Clown através da Máscara”, com a mestra clown canadense Sue Morrison, cria esse espetáculo. Com direção de Rhena de Faria, estabeleceram uma troca entre as máscaras de Mafalda Mafalda, as sugestões dramatúrgicas e de encenação vindas da direção e temas pessoais. Andréa, atriz, palhaça e diretora, fundou o Teatro da Mafalda, também oferece formação através da Escola de Palhaças e realiza anualmente o EIMPA – Encontro Internacional de Mulheres Palhaças desde 2014.

Com As Charlatonas, a Trupe-açu de Tocantins traz duas palhaças que vendem suas invenções e produtos miraculosos na rua. Apesar de parceiras, suas visões de mundo são bem distintas: uma quer ganhar dinheiro a todo custo enquanto a outra coloca a ciência acima de tudo. Junto ao público, descobrirão a esperada cura para todos os males do mundo e a importância de muitas mulheres para o desenvolvimento da humanidade. A Trupe-Açu: Cia de circo de Taquaruçu, promove ideais feministas de valorização dos direitos das mulheres e das crianças, e tem como principal motivação levar a mensagem de que o riso é uma poderosa ferramenta de transformação social.

Birita Procura-se, comAriadne Antico, de São José dos Campos, é a única apresentação que será no Teatro do Memorial. Ariadne apresenta Birita, uma palhaça (d)eficiente que para (sobre)viver e pagar as contas, parte em busca de um emprego e desafia (seus) limites para exercer alguma função importante em sociedade. Assim como qualquer mortal, tem uma sonhada meta, mas será que ela está preparada para lidar com as frustrações que encontrará em seu caminho? Birita tem limitações reais ou impostas pela sociedade? Ariadne é Produtora Cultural, Palhaça, Atriz, Performer e dona dos melhores movimentos involuntários e de um jeito de andar único, charmoso, não retilíneo e fora do eixo. Sua formação na área artística se deu através de cursos livres e do mergulho em seu próprio corpo.

Cabaré Telúrica, que acontece na Caixa Cultural Curitiba, traz a participação de números selecionados por edital e tem as presenças de Adelvane Néia (Jacarezinho/PR), As Mareadas (Balneário Camboriú/SC), Ester Monteiro (Taquaruçu/TO), Kelly Miranda (Curitiba/PR), Miss G (Curitiba/PR), Luiza Fontes (Recife\PE), Pipa Luke (São Paulo/SP – Equador), Simon Magalhães (Curitiba/PR) e Silvia Leblon (São Paulo / SP), num encontro catártico cabareteiro!

Para além da programação artística, a semana terá  o bate papo  “Tá escrito na pedra: múltiplas pesquisas, registros e criações sobre/com palhaçaria”, uma conversa que atravessa a importância dos múltiplos registros e pesquisas, acadêmicas ou não, na área da palhaçaria. Livros, teses, lives, séries, oficinas… entre outras. Antônia Vilarinho, Daiani Brum e Manu Matusquela, mediadas por Camila Jorge irão compartilhar os caminhos trilhados e contar sobre diversos assuntos instigantes e necessários na área da palhaçaria.

“Palhaçaria Aqui, lá e acolá” será outro momento de bate-papo, uma conversa sobre as diversas áreas em que é possível levar e ser levada pela palhaçaria. Lugares e formatos de comicidade suas diferenças, facilidades e desafios. Teremos contribuição dos pontos de vista de Ana Melo, Ariadne Antico, Edna Miranda e Mone Melo e a conversa será mediada por Bia Flora.

Para além da programação artística a semana terá o “Encontro Telúrica – Vamos Tecer”, uma conversa aberta entre organizadoras, participantes do festival, palhaças, palhaçes, palhaços e/ou artistas da cidade e pessoas interessadas. Um pequeno intervalo, recreio, respiro para cultivar conversas múltiplas.

Completando a programação, a exibição do filme “Guarany – Histórias do Circo dos Pretos” seguida de bate-papo com a família Xamego: Mariana Gabriel, Daise Gabriel e Roberto Salim Gabriel,  acontece no Teatro da Vila, no CIC.

Todos os espetáculos e bate-papos terão tradução em Libras. Os espetáculos Birita Procura-se e Meta For Mosa além de Libras contarão com audiodescrição. Os espaços da Caixa Cultural, Teatro do Memorial e Alfaiataria Cultural possuem acessibilidade arquitetônica para o público.

PROJETO APROVADO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA – GOVERNO DO PARANÁ, COM RECURSOS DA LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA – GOVERNO FEDERAL.

Serviço Geral:

O que: Telúrica – Festival Feito por Palhaças – 3ª Edição

Quando: De 10 a 15 de dezembro de 2024.
Classificação: consultar cada atividade.

Onde: Caixa Cultural Curitiba (R: Conselheiro Laurindo,280);  Espaço Fantástico das Artes (R. Trajano Reis, 41), Teatro da Vila (Davi Xavier da Silva, 451), Teatro do Memorial (R. Dr. Claudino dos Santos, 79), Praça Santos Andrade e Passeio Público.

Quanto: Contribuição espontânea no chapéu
Ingressos: distribuição uma hora antes do início de cada atividade

Informações: https://www.instagram.com/teluricafestival/

Programação diária:

Terça, dia 10 de dezembro

Cabaré da Produção

Horário: 19h30

Duração: 1h30min

Classificação: 18 anos

Local: Espaço Fantástico das Artes

Rua Trajano Reis, 41- São Francisco
Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Quarta, dia 11 de dezembro

“Encontro Telúrica – vamos tecer?”

Horário: 16h

Duração: 1h30min

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba – Sala de oficinas

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Com tradução em Libras

Espetáculo Meta For Mosa  com a Grita Cia de Palhaças (Londrina – PR)

Horário: 20h

Duração: 60 min

Classificação: 10 anos

Local: Caixa Cultural Curitiba

R. Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras e Audiodescrição

Quinta, dia 12 de dezembro

Bate-papo “Tá escrito na pedra: múltiplas pesquisas, registros e criações sobre/com palhaçaria”

Horário: 16h

Duração: 1h30min

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba – Sala de oficinas

Rua: Conselheiro Laurindo, 280

Com tradução em Libras

Lançamento de livros e prelos

Horário: 17h30

Duração: 1h

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba – Sala de oficinas

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 

Com tradução em Libras

Espetáculo “Batalha”

Horário: 20h

Duração: 50 min

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Sexta, dia 13 de dezembro


Cortejo

Horário: saída às 10h30

Classificação: Livre

Ponto de encontro: Paço da Liberdade até Santos Andrade

Espetáculo Tarântula Transita (Presidente Bernardes/SP)

Horário: 12h

Duração: 50 min

Classificação: livre

Local: Praça Santos Andrade – Centro, Curitiba

Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Bate-papo “Palhaçaria – aqui, lá e acolá”

Horário: às 16h

Duração: 1h30min

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba – Sala de oficinas

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Com tradução em Libras

Cabaré Telúrica

Horário:19h30

Classificação: 18 anos

Local: Caixa Cultural Curitiba

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Sábado, dia 14 de dezembro

Espetáculo Trem bão é coisa boa – Pé Vermei (Cabo de Santo Agostinho – PE)

Horário: às 10h

Duração: 50 min

Classificação: Livre (ideal para público misto de adultos e crianças)

Local: Passeio Público

Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Filme -“Guarany Histórias do Circo dos Pretos” + Bate-papo com Daise Gabriel, Mariana Gabriel e Roberto Salim Gabriel (São Paulo – SP)

Horário: às 15h

Classificação: Livre

Local: Teatro da Vila

R. Davi Xavier da Silva, 451 – CIC

Com tradução em Libras

Espetáculo “Sobre tomates, tamancos e tesouras” (São Paulo/SP)

Horário: às 20h

Duração: 60min

Classificação: 14 anos

Local: CAIXA CULTURAL CURITIBA

Rua: Conselheiro Laurindo, 280

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Domingo, dia 15 de dezembro

Espetáculo “As Charlatonas” (Taquaruçu- TO)

Horário: às 16h

Duração: 55 min

Classificação: livre

Local: Caixa Cultural Curitiba

Rua: Conselheiro Laurindo, 280 – centro

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras

Espetáculo “Birita Procura-se” (São José dos Campos- SP)

Horário: às 19h30

Duração: 50 min

Classificação: 12 anos

Local: Teatro do Memorial

Rua: Dr. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco, Curitiba

Ingressos: gratuitos – distribuídos 1h antes
Contribuição espontânea no chapéu

Com tradução em Libras e Audiodescrição

Festa de Encerramento

Horário: às 20h30

Classificação: 18 anos

Local: Espaço Fantástico das Artes

Rua Trajano Reis, 41

Adriane Perin
De Inverno Comunicação 

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