Tempo, Espaço e Memória

Exposição Retrospectiva: Beni Moura

A exposição individual que Beni Moura apresenta na Casa da Cultura Monsenhor Celso é uma retrospectiva das várias fases da artista, composta por obras produzida desde a década de1980 até os trabalhos mais recentes com o objetivo de mostrar, a produção artística dos 38 anos da carreira da artista. A exposição incluirá obras de todas as épocas e fases da sua produção, ordenadas de maneira cronológica da trajetória da artista, no qual, o expectador pode ter o contato com os trabalhos de diversas épocas e fases e compreender o caminho que a artista percorreu e como ela desenvolveu a sua expressão artística e seu refinamento estético. 

Imagem jornal ABCA de julho de 2009

A CONSTRUÇÃO DE UM IMAGINÁRIO- A arte de Beni Moura, da penteadeira aos abismos em busca do sentido”

“…. As primeiras obras que a artista mostrou em pintura sobre tela eram alusivas à questão dos papéis convencionais da mulher urbana, envolvidas com os afazeres domésticos e a vaidade em conflito com os anseios de liberdade, participação social e realização profissional. Dentre essas obras refiro-me a uma série de mulheres sufocadas por pinças de sobrancelhas, torturadas por agulhas de crochê, espetadas por tesouras. Tais objetos do cotidiano da mulher assumem na obra o estatuto de símbolo pelas dimensões exageradas e por criarem situações inusitadas, irônicas, mas também angustiantes. Essa figuração de colorido intenso privilegia a linha sobre o volume, destacando as silhuetas. O gosto pela cor intensa persistiria após o abandono da figuração como modo expressivo, para dar lugar ao prolongamento do gesto na criação de amplos planos cromáticos que se tocam, se transpassam a pintura só cor, textura e movimento.    

            Para a artista, o sabor da pintura custou o árduo exercício do indeterminado, da busca pela coerência plástica para supera-la em seguida. Foi preciso palmilhar cada um dos territórios da pintura para atingir a envolvência do símbolo. Quis aproximar-se, rasgar o suporte convencional, abandonar os pinceis e experimentar a manipulação direta das terras, sentindo-lhes o cheiro, percebendo as diferenças de cor e temperatura as diversas texturas, a granulação. Quis aproximar-se das práticas ancestrais, da arte ligada à magia. Entrar no túnel, explorar as entranhas da Mãe Terra, da Pachamama dos povos antigos, para torna-las imagens simbólicas. Imagem rude, áspera, primeiro sobre papel, depois sobre sacos de estopa.

            As duas dimensões e o relevo tornaram-se insuficientes e a artista resolveu criar volumes, vultos autossustentáveis; chegou aos objetos. Entrou no labirinto das tramas, vãos das franjas. Caminhou para as instalações e os ambientais.

             Quando existe a fome do símbolo, a imagem de uma simples pinça de sobrancelhas pode ser a chave da busca do sentido…”    

                                                                                                            Mariza Bertoli 

             Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte e Conselheira da Sociedade Cientifica de Estudos da Arte 

                                                                                                 Texto do jornal ABCA em julho de 2009 

Graduada em História pela Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranaguá      

Pós-Graduada em História da Arte do Século XX pela EMBP.

PÁGINA:www.benimoura.blogspot.com

2013-2016 Diretora de Cultura da Fundação Municipal de Cultura de Paranaguá

1997-2004 Administradora da Casa da Cultura Monsenhor Celso 

Integrou as comissões julgadoras dos Salões pela Secretaria de Estado da Cultura:

2004 – 15º Salão Paranaense da Paisagem em Maringá.

2005 – Mostra Paranaense de Artes Visuais Região Centro Oeste em Guarapuava.

PRÊMIOS 

1998 Prêmio Aquisição Governo do Estado do Paraná, 12º. Salão Paranaense da Paisagem, Maringá, PR.

1996 Indicação Exposição Coletiva “Sala Miguel Bakun”, Curitiba 1997, no 9º.       

1995 Indicação Exposição Coletiva “Sala Miguel Bakun”, Curitiba 1996, no 8º.      

1994 1ª Colocação 1ª Exposição de Verão da APAV- Associação Parnanguara de Artes Visuais.                  

1989 3ª Colocação, 1ª Exposição de Pintura da Semana da Mulher, Paranaguá, PR 

Mostras Individuais

2009-Desfazer-se, Casa João Turin, Curitiba, PR. 

2006-Devorar-te, (SESC) Serviço social do Comércio, Paranaguá, PR. 

2005-Tons da Terra, SESC, Paranaguá, PR.

2004-Tons da Terra, Hall da Secretaria de Cultura do Paraná, Curitiba, PR.

2003-Espaço para Fantasia, SESC, Paranaguá, PR.

1989-Envolvimentos, Clube Literário, Paranaguá, PR.

1988-Envolvimentos, Galeria de Artes do Centro Cultural Brasil–Estados Unidos, Curitiba, PR.

MOSTRAS CONJUNTAS

2006-7 Virtudes, Beni Moura e André Serafim, Memorial de Curitiba, Curitiba, PR     

2002- Vestígios, Beni Moura e Antônio Temporão, Casa da Cultura Monsenhor Celso, Paranaguá, PR.                           

1997-Beni Moura e André Serafim, SESC – Paranaguá, PR.

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

2016  Ícaro e o Labirinto, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR.

2015  Nossos Caminhos, Casa Elfrida Lobo, Paranaguá, PR.       

2012  Novos Mundos – Um Tributo a Antonio Temporão, Espaço Arte Carijó, Paranaguá, PR. 

2008  Expressões Contemporâneas, Casa do Brasil, Madri, Espanha.

2007  O Vazio que dói, SESC, Paranaguá, PR.

2006  Hiperzoom, Mostra Internacional de Fotografia, Antonina, PR.

2005  Enigmas, Hall da Secretaria de Estado da Cultura, Curitiba, PR.

           Momento Transição, Moinho Rebouças, Curitiba, PR.

2000 “Paraná Tradicional,” Hall da Secretaria de Estado da Cultura, Curitiba, PR. 

2000  “Percepção e Sutileza”, Museu de Arte do Paraná, Curitiba, PR.

2000  “A Ordem Oculta”, Centro Comercial Leste Aricanduva, SP.

2000  “A Ordem Oculta”, Casa da Cultura Monsenhor Celso, Paranaguá, PR.                                                                               

1997   Exposição Coletiva Espaço Cultural Banestado, Curitiba PR.

1996   Indicação 95, Sala Miguel Bakun, Curitiba, PR.

1992   Uffizi Galeria de Arte, Curitiba, PR.

1987   Exposição do 10º Aniversário do Museu Guido Viaro, Curitiba, PR. 

           O Nu como Tema, Museu Guido Viaro, Curitiba, PR.

Cronograma: 

Abertura: Abertura 18/01/2024 às 19h

Período da exposição: 20/01 a 18/02 de 2024

Local: Casa da Cultura Monsenhor Celso

Largo Monsenhor Celso, 23. Paranaguá, PR

De segunda a sexta-feira das 8h às 18h e sábado das 10h às 14h                                   

Agendamento de visita guiada: Telefone 41-  

Conversa sobre artes visuais: Artes Visuais – Ações e Inserções: Práticas expositivas como estratégia de difusão da arte.  Dia 21/02 às 19h

Local: Casa Monsenhor Celso, Largo Monsenhor, 23

Worshop: “Concepção e desenvolvimento estético de uma obra de arte”. (12 vagas inscrições na SECULTUR) Dia 22/02 às 19h 

Local: Casa Monsenhor Celso, Largo Monsenhor, 23

Edital de Chamamento Público Nº 008/2023 da Prefeitura de Paranaguá, PR

“Seleção de projetos em Artes Visuais para Ocupação da Casa da Cultura Monsenhor Celso na cidade de Paranaguá”

Prefeitura de Paranaguá

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Paranaguá

1 Comentário on Tempo, Espaço e Memória

  1. Muito obrigada pela matéria.
    Ficou excelente a matéria!
    Seu trabalho é muito importante para nós artistas!
    Beijos 😘

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