Telhado verde: uma tendência ainda ‘desconhecida’
A técnica colabora com o meio ambiente, mas por acarretar em gastos extras, acaba ficando de lado nos projetos arquitetônicos
O tema está em destaque e já virou tendência, mas poucos entendem os reais sentidos de investir num detalhe sustentável que anda ganhando as construções mundo afora: o telhado verde. Com a proposta de ser ecologicamente amigável, essa técnica consiste em cultivar plantas no topo das edificações dos centros urbanos.
Embora seja uma técnica que está ‘na moda’, investir em telhados verdes ainda parece ser um tabu no Brasil. O motivo é simples: apesar de oferecer vários benefícios ao investidor, o telhado também acarreta em gastos mais elevados no final do mês. “Por cultivar uma vegetação em uma área ampla, a pessoa que investe nos telhados verdes precisa gastar mais com irrigação e jardinagem, por exemplo. Mas os benefícios são muitos – e, infelizmente, eles ainda não são os pontos chaves na hora de optar, ou não, pela técnica em questão”, observa o arquiteto e urbanista Felipe Bonassi Tomasetto, que está à frente do escritório Vigore Arquitetura.
Para construir um telhado assim, não basta apenas querer. É preciso planejar. “Não é simplesmente começar a plantar grama em cima de casa… Precisa planejar, ver como será a irrigação. Vários pontos precisam ser considerados”, explica Felipe. Mesmo assim, a técnica ainda é bastante simples e oferece benefícios significativos. “A construção com telhado verde proporciona maior economia, pois ela oferece ao morador um isolamento térmico e acústico que pode evitar ou diminuir o uso de ar-condicionado. Os telhados verdes também auxiliam na captação de água da chuva e oferecem até uma paisagem mais agradável. Em prédios, por exemplo, podem ser uma área verde de lazer”, pontua o arquiteto.
No quesito montagem de um telhado sustentável como esse, o conselho é conhecer a área e as plantas escolhidas. “Se for um lugar pequeno, sem muito espaço, árvores são contraindicadas por conta das raízes. Hoje, as plantas mais usadas são a grama, principalmente a grama amendoim, pois ela é mais curtinha e fácil de cuidar”, revela Felipe.
Hoje, no Paraná, poucas edificações utilizam desta técnica para beneficiar o meio ambiente, mas Felipe garante: os resultados podem ajudar não só o meio, mas o ecossistema de um centro urbano inteiro. “Quando aplicado em grande escala numa cidade, o telhado verde é capaz de evitar as ilhas de calor, que deixam a cidade mais quente e com aquele clima seco. Por auxiliar a absorver o calor, a grama e outras plantas acabam refrescando a cidade e até diminuindo a temperatura do local”, incentiva o arquiteto.
E com tantas vantagens e benefícios, o que impede que o telhado verde vingue como uma verdadeira tendência da construção civil são, de fato, os custos. “Por ser vegetação, quem investe nesta técnica precisa investir também em irrigação e jardinagem. Os custos com a manutenção podem ser altos”, explica. “Mesmo assim, vale a pena… Outros custos podem ser diminuídos com o telhado. É uma técnica válida”, finaliza Felipe.
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