Profissionais investem na conscientização dos trabalhadores para garantir mais segurança no trabalho
Uma andorinha sozinha não faz verão. Sem o engajamento dos trabalhadores, o profissional da segurança não consegue que as normas sejam cumpridas. Na construção civil, empresa promove palestras semanais para conquistar engajamento nos canteiros de obras.
Quando se fala em segurança do trabalho, entra em campo o técnico de segurança do trabalho, uma profissão que completa 37 anos de regulamentação no dia 27 de novembro. Em quase quatro décadas, a categoria vem atuando em fábricas, hospitais, agricultura, canteiros de obras, entre outros ambientes produtivos, para promover ações com o objetivo de proteger os trabalhadores de diversos riscos como contato com bactérias, vírus, radiação, poeira, esforço físico inadequado, acidentes, entre inúmeros outros.
Mas, ao passo que o profissional monitora o cumprimento das normas de segurança estabelecidas pelas empresas, como fornecer os equipamentos de segurança e garantir um ambiente salubre, ele precisa também fazer com que os trabalhadores cumpram os protocolos de segurança normatizados.
“É nessa hora que precisamos da conscientização. Quando falamos em segurança, uma andorinha sozinha não faz verão. Precisamos do engajamento de todos e, para conseguir isso, uma das ferramentas que utilizamos é o Diálogo Semanal de Segurança, conhecido como DSS”, explica Weder Morais Silva, coordenador de segurança do Grupo Toctao.
Ele explica que, na construção civil, esse momento já virou cultura, sendo inclusive aguardado pelos funcionários. “A gente passa para o colaborador todas as condições seguras para que ele possa trabalhar, como se comportar no canteiro de obras de forma preventiva. As orientações são fundamentais: não adianta eu entregar para ele um equipamento de proteção individual (EPI) de qualidade, se não der instruções sobre o uso”, afirma ele.
Nas obras da Toctao, o DDS é realizado uma vez por semana, 30 minutos antes do início dos trabalhos. “A gente fala sobre possíveis problemas e pontos de atenção na obra, a gente escuta os colaboradores com os questionamento deles, escutamos sugestões, o que podemos melhorar, é um bate-papo mesmo, que, na verdade, não envolve só segurança, são abordados todos os assuntos e isso é muito interessante, porque aumenta a participação”, diz Weder Morais Silva.
Na construção civil, as oportunidades são vastas para esses profissionais, especialmente nesse momento de expansão imobiliária. Segundo estimativa do presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Cezar Mortari, só neste ano, mais de 50 obras foram iniciadas em Goiânia e na região metropolitana, totalizando 100 canteiros de obras.
Reverberando na base
Encarregado de acabamentos da Toctao, Pedro Cavalcante de Souza, está nos quadros da empresa há dois anos anos. Desde a sua chegada, ele considera fundamental a participação no Diálogo Semanal de Segurança. “Eu vejo o DSS como uma prática de extrema importância. Além de orientar os trabalhadores sobre os riscos físicos, químicos e psicológicos, a prática também apresenta planos de ações a serem tomados em todos os casos dentro de campo de trabalho. Podemos ajustar com a equipe os prazos de entrega, qualidade do serviço, organização, disciplina. É uma oportunidade muito boa para melhorar a comunicação de forma geral”, afirma ele.
Ainda de acordo com Pedro, a ferramenta também é muito importante para discussão de temas importantes que podem influenciar no desempenho dos trabalhadores, como o alcoolismo. “Durante a DSS, além das temáticas tradicionais de segurança, também abordamos assuntos importantes como o consumo de álcool pelos trabalhadores. Algo que pode influenciar diretamente no serviço deles, além de facilitar possíveis acidentes. Então é algo bastante abordado, bem como o uso de medicamentos”, ressalta o encarregado.
“É possível notar uma diferença bem grande de comportamento dos colaboradores, em razão da DSS. A gente tem um melhoramento e retorno muito grande da equipe, eles se cobram entre eles no uso adequado dos equipamentos, até de roupas com algum dano, no calçado, eles nos informam sobre situações de risco na obra, ainda que não seja no local dele de trabalho, é uma prática realmente indispensável e fundamental para o canteiro de obras”, conclui.
Por Laura Braga / Comunicação Sem Fronteiras
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