Parque Ambiental Salto da Pedreira, em Rio Azul, recebe projeto de restauração
Termo de Cooperação tem como objetivo retirar espécies invasoras e aumentar cobertura de vegetação nativa do parque
Na última quinta-feira (06), a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) assinou um acordo para restauração do Parque Ambiental Salto da Pedreira, em Rio Azul. A parceria com a Prefeitura de Rio Azul faz parte do Projeto Conexão Araucária, que recupera a vegetação da Floresta com Araucária em áreas de preservação permanentes, em propriedades rurais localizadas em sete municípios do sudeste do Paraná.
Atualmente, o parque enfrenta dificuldades com a presença de uma grande quantidade de espécies exóticas invasoras. Essas espécies que não são originárias da região se reproduzem em excesso, competindo com as espécies nativas por espaço, nutrientes e luz solar, o que causa um sério desequilíbrio ecológico. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a proliferação de espécies invasoras é a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta.
O termo para a restauração ecológica do parque foi assinado no gabinete do prefeito de Rio Azul, com a presença dos representantes da Prefeitura, Instituto Água e Terra (IAT), equipe técnica do Projeto Conexão Araucária, da SPVS e representantes da empresa JTI — apoiadora do projeto. Após o evento de assinatura, os representantes das instituições realizaram uma visita ao Parque Salto da Pedreira, percorrendo parte da área a ser restaurada.
Restauração da biodiversidade
A parceria para a restauração ecológica do Parque Ambiental Salto da Pedreira vai funcionar em duas etapas: primeiro, a Prefeitura fica responsável pela retirada das espécies exóticas invasoras para que o Projeto Conexão Araucária possa iniciar o plantio de espécies nativas. Os custos de mão de obra, insumos, mudas e demais necessidades da restauração serão de responsabilidade da SPVS, que executa o projeto.
Segundo Alessandra de Oliveira, técnica do Conexão Araucária, a retirada das árvores invasoras é necessária para abrir espaço para as plantas nativas. “Precisamos retirar as árvores exóticas antes do plantio para que as nativas consigam se desenvolver melhor. Isso também possibilita o uso da madeira das árvores retiradas dentro do município, com outros fins”, explica.
Depois da fase de controle, entra em execução o Plano de Restauração que será elaborado pelo Projeto Conexão Araucária na região classificada como Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Cachoeira e do Rio das Pedras. Uma vez que essa área seja enriquecida com a vegetação nativa, o parque vai funcionar como um pequeno corredor de floresta, para fornecer alimento, abrigo e facilitar a locomoção da fauna silvestre. “Valorizar o plantio de nativas e controlar a quantidade de exóticas vai trazer um grande benefício para a região, contribuindo com o aumento da biodiversidade do parque”, afirma Maria Vitória Müller, coordenadora do Conexão Araucária.
Após o plantio, os técnicos do projeto monitoram os resultados, checando o desenvolvimento das mudas na área. Os dados do monitoramento serão repassados para a Prefeitura, que será responsável pela manutenção do plantio.
Projeto Conexão Araucária
O Conexão Araucária é um projeto gratuito de restauração ecológica em regiões de Floresta com Araucária no sudeste do Paraná. Para o desenvolvimento do projeto, a SPVS conta com o investimento do Governo Federal via financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também com o apoio da empresa Japan Tobacco International (JTI). Com intermediação da JTI, a iniciativa começou nos municípios de São Mateus do Sul, Rebouças e Rio Azul, seguindo para São João do Triunfo, Palmeira, Mallet e Paulo Frontin.
A meta nesta região é restaurar cerca de 300 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP), com foco nas pequenas propriedades rurais, contribuindo com a proteção de rios e nascentes, com a fertilidade do solo e com outros benefícios que a natureza fornece ao ser humano, como a ação essencial de polinizadores, a manutenção da diversidade de espécies nativas, entre outros.
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