Orquestra Prelúdio entrou no mapa cultural de Santa Catarina em 2018
O ano de 2018 foi muito especial para a Orquestra Prelúdio de Joinville, que surpreendeu Santa Catarina, colocando-se definitivamente no mapa cultural da Cidade e do Estado. Além disso, foi também neste ano que surgiu o coro Vox Camerata, qual em conjunto com a Prelúdio, realizou apresentações memoráveis em Joinville e região. Com isso, Joinville voltou a ter uma orquestra e um coro de referência no gênero da música clássica e erudita.
Histórico da Orquestra Prelúdio
Iniciada em março de 2011, a Orquestra Prelúdio surgiu em um momento no qual Joinville continha apenas orquestras de finalidade pedagógica, mas nenhuma com fim especificamente artístico. Quem explica melhor esse momento é o maestro do Grupo, Rafael Daniel Huch. “Surgiu a necessidade, na época, de prática de conjunto nos músicos para além de uma escola de música, com uma finalidade mais artística, porque dentro de uma escola, instituição, instituto, toda a função é pedagógica, mas o músico precisa de formação mais artística, para o palco. No primeiro momento, eram apenas alunos que faziam parte da Orquestra, isso em 2011, 2012 e 2013. A partir de 2014, mais precisamente início de 2015, a Orquestra passou por um processo de reestruturação, visando a melhoria da qualidade técnica do grupo, rumando a uma orquestra profissional. Isso teve bastante trabalho da equipe diretiva. Depois de dois anos, entre o final de 2016 e início de 2017, a orquestra se organizou em uma Associação, a Acaje, que é a Associação Cultural e Artística de Joinville. A partir daí, a Prelúdio já tem um perfil profissional. Hoje, ela congrega alguns estudantes em nível avançado, mas sua essência, agora, é profissional, dentro da realidade que nós temos na cidade de Joinville, obviamente. Somos, hoje, a única orquestra do Município com esse perfil”, resume o maestro.
2018
O ano de 2018 foi mesmo muito significativo para a Orquestra Prelúdio e o recém-criado Vox Camerata. Esse novo grupo é composto de uma seleção de cantores, na qual todos têm leitura musical, e são professores de música ou cantores profissionais. Trata-se de um coro que surgiu da necessidade de se realizar a obra Glória em Ré Maior, de Vivialdi. “Não tínhamos, em Joinville, um grupo pronto para executar esse tipo de repertório e, então, foi necessária a criação do grupo com esse perfil, que contempla sonoridade lírica e erudita. Já de imediato, o grupo despontou tal como a orquestra, destacando-se no cenário cultural joinvilense e catarinense. Sem dúvidas, em 2018, esses dois grupos [Orquestra Prelúdio e Vox Camerata] colocaram Joinville no mapa cultural da música erudita do Estado”, resume Rafael Huch.
A Orquestra Prelúdio, em 2018, apresentou-se em 12 concertos, com uma agenda bastante intensa. Essas apresentações contaram com uma média de público de 600 pessoas cada. “Não tinha mais gente, porque o espaço não comportava maior quantidade de público. Fazendo as contas, a gente atingiu diretamente 7,2 mil pessoas aproximadamente [no total], isso diretamente em salas de apresentação, salas de concerto. Indiretamente, esse número seguramente vai para pelo menos 20 mil pessoas, porque os núcleos são grandes e a repercussão tem sido muito boa. O que temos sentido é uma resposta muito calorosa da cidade de Joinville. O munícipe tem abraçado a Orquestra e entendido que, tanto a Prelúdio quanto o Vox Camerata já são patrimônio cultural de Joinville”, conta o maestro Rafael.
Das apresentações realizadas pela Orquestra Prelúdio em 2018, pode-se destacar as referentes a três projetos: Glória em Ré Maior, Mestres do Barroco e Concertos de Natal. “Foram concertos muito bem preparados, de altíssimo nível. Tivemos músicos que se somaram à Prelúdio nesse momento, alguns dos melhores músicos do Brasil, que vieram de Curitiba (PR), Florianópolis e outras cidades da região”, explica Rafael Huch.
A Orquestra Prelúdio tem uma formação fixa de 13 músicos, mas que conforme a formação da obra, há a inserção de outros integrantes, o que foi o caso das obras executadas neste ano de 2018. O Vox Camerata, por sua vez, conta com 18 cantores.
“Tanto com a Orquestra como para o Vox, 2018 foi um ano decisivo, que entrou para a história desses dois grupos, consolidando-os como referência da música erudita no estado de Santa Catarina. Isso, eu não tenho dúvidas. Em Joinville, claro, como patrimônio cultural da Cidade, que já são. Mas eles colocaram Joinville no mapa cultural do Estado, com trabalhos de referência”, considera o maestro.
Rafael Huch ainda lembra que durante 2018, comitivas de diversas cidades vieram a Joinville para assistir os concertos da Orquestra Prelúdio com o Vox Camerata. Houve, por exemplo, um grupo de professores da FURB (Universidade Regional de Blumenau), outro de professores da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) e um terceiro, ligado à Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) que vieram assistir, todos com críticas muito positivas para o trabalho que esses dois grupos musicais estão realizando na cidade de Joinville. “Eles puderam observar que se trata de um trabalho sério e responsável, que não surgiu da noite para o dia, mas sim está sendo construído dia-a-dia”, constatou o maestro.
Outro destaque de 2018 foi a inauguração do primeiro projeto de extensão da Orquestra Prelúdio, qual é desenvolvido no Jardim Paraíso (também em Joinville). Trata-se do Projeto Missão Criança. Essa proposta permite que crianças que não teriam acesso a esse tipo de arte e/ou cultura, residentes do Jardim Paraíso, possam ter aulas de música – violino, violão e também canto coral – de forma gratuita, via Lei Federal de Incentivo.
O futuro próximo
Por fim, Rafael Daniel Huch fala do que espera para o próximo ano. “Em relação a 2019, temos a grande pretensão de continuar com o nosso bom trabalho. Estamos, neste momento, em busca de patrocínio para um projeto via incentivo do mecenato federal, a conhecida Lei Rouanet, em que empresas podem procurar a Orquestra e também fazer a sua doação via abatimento fiscal. Para isso, elas podem entrar em contato com o endereço de email orquestrapreludiojoinville@gmail.com ou pelas nossas redes sociais. O interessado pode contribuir para que esse trabalho, esse patrimônio de Joinville, permaneça e seja incentivado. No mais, nós também inscrevemos os nossos projetos para o Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, que é o Simdec, de Joinville. Esse Sistema é o propulsor de toda a cultura na Cidade, um mecanismo extremamente importante. Então, fizemos a inscrição de projetos e estamos aguardando a conclusão do certame, na torcida de que haja alguma aprovação nesse sentido, mas nesse caso, por enquanto, só nos resta torcer, já que os projetos ainda estão em fase de análise. Na Lei Rouanet, sim, já estamos autorizados a captar recursos e os patrocínios, claro, são muito bem-vindos”, garante o maestro da Orquestra Prelúdio e do Coro Vox Camerata.
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