ÚLTIMOS DIAS – MUSEU DE ARTE DA UFPR -MusA exibe exposição “SINALÍTICA”
"As visibilidades que personificam um discurso sempre são o discurso do dono" Marie-José Mondzain
O Museu de Arte da UFPR recebe a exposição “Sinalítica”, uma coletiva de obras de 23 artistas com a curadoria de Adolfo Montejo Navas. A mostra busca revelar a relação da arte com a contemporaneidade. “A arte, na medida em que se afilia a uma porosidade cada vez maior com o mundo, não só incorpora a linguagem da indústria cultural ou da visão midiática como desenvolve outras estratégias formais e espirituais. Contudo, a relação maior é com a existência, com a reflexão e com o questionamento das referências”, diz o curador.
A exposição estará aberta para visitação do dia 28 de agosto a 22 de setembro de segunda a sexta-feira, do meio-dia às 18hs
Exposição Sinalítica
Coletiva com Alexandre Dacosta, Alexandre Marchetti, Carlos Clémen, Celina Almeida Neves, Chang Chi Chai, Cildo Meireles, Eliane Prolik, Eduardo Scala, Inês Raphaelian, Julio Leite, Julio Plaza, Marcos Chaves, Mauro Espíndola, Newton Goto, Patricio Farias, Paulo Bruscky, Regina Chulam, Regina Silveira, Ronald Polito, Victor Arruda, Vera Chaves Barcellos, Waltercio Caldas e Wlademir Dias Pino.
Curadoria de Adolfo Montejo Navas
Data: De 28 de agosto a 22 de setembro
Local: MusA – Museu de Arte da UFPR. R. XV de novembro, 695 (Prédio Histórico UFPR)
Entrada gratuita.
Informações: musa@ufpr.br
SOBRE A EXPOSIÇÃO
SINALÍTICA responde a uma situação de inquietude e passagem da arte contemporânea, na qual já se reconhece, implicitamente, a falha tanto das cartografias mais gerais e maximalistas quanto de qualquer guia de uso padrão ou simples manual de utilidade pública. E, portanto, à necessidade de reinventar novos sinais que almejam desenhar mais um alerta que um caminho, mais uma abertura que um destino.
Os sinais, no duplo sentido semântico, como anúncio, chamada ou signos em rotação, em curso de uma reinvenção mais de linguagem que de código, são exemplos de uma situação simbólica atual: de uma necessidade da arte de responder ao mundo circundante com outro tipo de inscrição visual mais transversal, mais operativa e, ao mesmo tempo, mais ontológica que a que se pede de costume em qualquer troca perceptiva de nossos dias. De fato, na sociedade estetizada de nossa época, cuja visualidade instrumental (moda, design, comunicação) compete abertamente com as artes plásticas através da sociedade da comunicação, há tempo se vêm produzindo verdadeira disputa e atrito pelas experiências estéticas (por sua atribuição, pelo consumo e por sua incidência geral). E muito mais que almejar qualquer monopólio ou domínio da imagem, o que recentemente se vem registrando dentro da arte é a procura de um pensar iconograficamente de outra forma, através das imagens que suspendem seus registros, que modificam suas origens. Em outras palavras, pensar esse outro espaço de atuação da linguagem da arte como a reflexão sempre implícita de um imaginário em causa, sob suspeita; pensar, portanto, ainda, o lugar e o sentido instigantes da obra de arte em nossa condição humana.
SINALÍTICA abriga, assim, uma coleção de obras-signos que examinam e interrogam o território de fronteira onde também se cruzam a arte e a cultura, com seus atritos e litígios de influência e significação, aliás, nada recíproca ou igualitária, nada dialética nem transparente, pois nosso mundo contemporâneo está inundado de sinais instrumentais que obedecem aos diferentes sistemas em uso. Já sabemos, por outro lado, que as imagens funcionam de muitas maneiras, dependendo da utilização, de sua fenomenologia, de seu pathos e, sobretudo, de sua vontade de linguagem e alteridade. Em parte, porque ainda são muito diferentes o campo das visibilidades (que velam) e o das imagens (que fazem ver); as obras de SINALÍTICA, por exemplo, giram do avesso ou promovem desvios no destino canônico das imagens.
SOBRE OS ARTISTAS
ALEXANDRE DACOSTA
Como se pode fazer poesia visual com signos de birosca, com aqueles anúncios comerciais gastos de balão? Alexandre Dacosta adivinhou uma resposta possível: implodir cada fonema-célula e seus espaços categorizados, virando, então, do avesso qualquer semântica pré-visível (inclusive a mesma cromática original), propondo, assim, uma dança encantatória a nossos olhos, sem preço, mas com uma memória visual forte tão futurista em sua construção – aquelas palavras em liberdade propugnada pelas vanguardas italiana e russa – quanto pop e ultrapopular – em seu imaginário cotidiano.
ALEXANDRE MARCHETTI
O eco dos registros pré-históricos parece gravitar na contemporaneidade, na grafia, no desenho, nas imagens fotográficas de Alexandre Marchetti, registrando sinais visuais atávicos de uma caverna (como a usina emblemática de Itaipu). Uma arqueologia imagética que ilustra gestos impuros dos trabalhadores entre o grafite e a estética suja do fechado, do proíbido, aquele telão de fundo entre a subjetividade e qualquer totalidade.
CELINA ALMEIDA NEVES
Celina Almeida Neves suscita assombração com nossos códigos, ironicamente de segurança, desconstruindo e reconfigurando um relato visual – uma rota de fuga quase kafkiana ou a revoada subversiva da via aérea –, que é o negativo da visualidade pacificada. Uma obra também simbólica que mexe, em muitos níveis, com a tensão instigante do design gráfico, da arte objetual, do postal e da obra pública. Obra de ida e volta, surpreendentemente redirigida ao remetente como poética.
CARLOS CLÉMEN
A pintura, a gravura, o desenho, tudo como técnica mista que hibridiza a visualidade de padrões (geométricos, informes, imaginários) e o gesto e atentativa de vislumbrar flechas, setas, direções possíveis no meio de um magma-campo-território sempre inquietante. Obra resposta de Carlos Clémen, sismográfica, não isenta de intempérie assumida, mas de olhar alto, empatia heterodoxa entre fundo e figura, almejando outra superfície.
CHANG CHI CHAI
A possibilidade de um outro mapa simbólico, feito com plantas de ipê, desenhando urbanamente o contorno do Cristo Redentor com formas da natureza e da cor, procura o signo de uma obra pública lírica – paradoxalmente, agora mais que nunca, num contexto político de lama e estupefação. Chang Chi Chai faz a transferência oriental do valor da sombra, como herança cultural benéfica para a coletividade em curso, em outro devir. O amparo como semente.
CILDO MEIRELES
O uso da cédula de dinheiro por Cildo Meireles no projeto Inserções em circuitos ideológicos (acervo do MusA) colocou uma visualidade pública em situação limítrofe, fronteiriça, não só iconograficamente – com o imaginário do zero ou do doente mental como anulação de valor –, como também de forma comunicacional – fazendo circular a obra-nota além do espaço da arte, como peça contaminante em um moto-contínuo contaminado de uso, ideologia, poder, sociedade. A cédula em questão – como outros objetos do artista – ativou um espaço estético paralelo, coletivo e compartilhado.
ELIANE PROLIK
Tanto a intervenção na escada quanto no pátio da universidade, Eliane Prolik potencia uma vertente de seu trabalho portas afora, dedicada à sinalização que se inscreve com nome próprio no espaço público, seja ele estático ou em movimento, mas sempre produzindo uma visualidade porosa, tão mundana e irônica quanto verbal ou cultural. Seja homenagem artística implícita, Pape, ou ironia cultural expositiva, Pisca-alerta, ambas transgressões linguísticas do imperativo (das mensagens-ordens obrigatórias) que canibalizam a memória e o entorno com pulsão antropofágica.
EDUARDO SCALA
Em 2000, o poeta espanhol realizou uma série de retratos literários ou de personalidades emblemáticas da cultura, como diagramas-scanners baseados nos próprios nomes dos retratados. Um mergulho entre as letras, o espaço e a poética de cada caso, como uma alquimia. O resultado oferece geometrias semânticas construídas-achadas na variação das matrizes que se escondem no próprio nome. Aparições nominais, vislumbres significantes, vertigens verbais que sempre são visuais. Como outro mantra linguístico se contempla em seu livro de artista S de Amor / Poe+sinfin (2005), também presente, aberto à multiplicidade de sentidos.
INÊS RAPHAELIAN
Uma pesquisa imagética que religa códigos de barras e escritura hieroglífica egípcia, uma obra de arquivo-palimpsesto, um documento objetual que embola os universos culturais e temporais. Uma ironia expositiva, museográfica também, que mimetiza seus códigos clássicos para melhor desviá-los, oferecer um território não-lugar, de objetos-situações em que o que prevalece é a liberdade visual, certa Babel sismográfica, de signos em nova correspondência e implicação, de dúvida e questionamento.
JULIO LEITE
Julio Leite elabora seu Projecto para um novo mundo encarando um dos símbolos iconográficos mais respeitados e tradicionais, as bandeiras, através de uma estratégia dessacralizadora, na qual a cromática transmutada corrói o código do nacional como identitário. Em nossa época glocal (global-local) de pós-modernidade líquida, suas desbandeiras produzem certo suspenso imagético, um deslocamento visual de países-cores-formas-imaginários tão inquietante e rigorosa quanto contemporânea e utópica.
JULIO PLAZA
Um dos artífices da arte intersemiótica, Julio Plaza, com vocação tanto crítica como metalinguística, traz a esta mostra dois exemplos de abrangência de suportes e registros, de transversalidade visual com placas de rua com informações tautológicas, Artefacto, como pedido de poética ativa, que a arte seja fato, além do objeto retiniano, e Evolución de la revolución, livro de artista que camaleoniza e camufla com transmutações nossa leitura e nossa percepção costumeira.
MARCOS CHAVES
A série Buracos, faz parte de uma sinalítica paradoxal de Marcos Chaves, na qual confluem contrários ou contradições como novos arquétipos visuais. No caso, uma fotografia de rua religada a outras instâncias (assamblage popular, apropriação), que registra uma situação tragicômica onde os sinais do poder público e da sociedade se cruzam com o ruído de fundo do acidente. Obra-sintoma (quase homenagem a Pierre Clastres), como quando a sociedade contesta o Estado.
MAURO ESPÍNDOLA
O Dr. Victal, alter ego do artista Mauro Espíndola, produziu em tempo o sortilégio de uma farmacopeia inédita, para os destinos mais singulares. Todo um repertório de consumo que ironiza, através de um lado fake (lembrando o pioneiro filme de Orson Welles), com situações diversas, uma obra da cultura da imagem cujo veneno é antídoto contra a estupidez tão propagada como mainstream. Já com Camila Leitcher oferece um trabalho postal erigido entre a memória e o esquecimento, nesse cerne equidistante (Postkarte – série Moinho).
GOTO
A participação de Goto, inserida no controverso espírito de SINALÍTICA, é uma obra de campo, exposta também como processo, como interlocução pública, desde o começo de sua gestação até o final como destino coletivo. Obra política, urbana, que toca na ferida dos espaços vazios que o valor do solo conserva imobiliariamente frente a intempérie humana, e com um resultado plástico cromaticamente culto e irônico (pelas referências às cores de Mondrian num imaginário tão crítico). Trabalho cartográfico vivo que recusa a ser reificado nas coordenadas plásticas.PAULO BRUSCKY
Dentro da polimórfica obra de Paulo Bruscky, há um fio condutor que irradia para várias direções de SINALÍTICA, uma delas é a arte-correio, seu trabalho com os envelopes (aqui, acervo do MusA) – como podiam ser seus classificados de ações de jornal –, assim como sua poesia visual construída com todo tipo de materiais, formas, elementos. Nessa heterodoxia de naturezas e procedimentos, ganha destaque o álbum Manual da datilografia , no qual se somam múltiplas obras em papel, com máquina de escrever, tipos, corretivos, calcos, entre outros meios, em textos que são visualidades, e vice-versa.
PATRICIO FARIAS
Com um uso da SINALÍTICA fora do comum, no âmbito do corpo e com uns elementos populares de cura, band-aids para feridas superficiais, o artista Patricio Farias estabelece, de forma irônica, composições geométricas assépticas, que imitam configurações razoáveis de ordem mas que limitam subrepticiamente com a dor, o acidente, aqui velado, latente, a inaugurar. A superfície desses trabalhos parece falar dessa outra pele, com causticidade e irreverência da ameaça desses outros sinais. Construtivismo higiênico, médico, como contrassenha.
REGINA CHULAM
A pintura de Regina Chulam nesta série, Oh pá tria amada , é fruto de um mergulho visual no imaginário do jogo do bicho, com seus códigos atávicos de animais, números, sorte, além de outros conceitos antropológicos (jogo) e políticos (contravenção) que gravitam até no simbólico título. A colagem e a técnica mista falam precisamente desse bestiário, que também é político, dessa cama de gato em que nossa sorte está implicada para bem e para mal. Pintura-tabuleta cheia de gestos, acenos, rastros, indícios, presságios.
REGINA SILVEIRA
Na plural obra de Regina Silveira, têm destaque os trabalhos feitos com signos de linguagem, marcas-pegadas, manchas, símbolos, sombras. Os dois vídeos incluídos na mostra apresentam situações próximas na forma mas diferentes em seu destino, já que um coloca a palavra “luz” na cidade de Bogotá e o outro no Paquistão em caligrafia árabe. A utilização da cidade, dos prédios, da vida urbana como páginas ampliadas de uma escrita móvel, transitiva – com certo eco situacionista –, faz parte de uma poética sinalítica que explora os signos como especulação visual tanto poética quanto crítica.
RONALD POLITO
Na obra do poeta Ronald Polito, desconhece-se muito seu lado visual, objetual, e a produção de Uns tiposo exemplifica. Trata-se de um livro de poesia visual em que os jogos com tipos-fontes-letras-signos fazem parte de outro vocabulário em curso, com invenções sintéticas – ideogramáticas como exposto na mostra – de diversa índole, resultado sempre do desejo de ver de outra forma, do outro lado, o território que se esconde atrás ou ao lado, das células da linguagem-verbo, já em outro dizer.
WALTÉRCIO CALDAS
A equação mágica entre a imagem, o objeto e o texto (muitas vezes aforismo) como nomeação possível e urgentemente necessária das correspondências, das afinidades, das alteridades que abrigam todos os elementos em jogo: o Manual da ciência popular , de Waltércio Caldas, estabeleceu novas coordenadas de percepção entre páginas, entre os próprios elementos envolvidos – com a fotografia incluída –, uma nova distância e aproximação aos objetos como outra sinalização e diálogo. Um descódigo contra a totalidade taxonômica que permanece vivo, esperando como linguagem em aberto ser sempre acionado por primeira vez.
WLADEMIR DIAS PINO
Talvez a obra-alicerce desta mostra seja O livro dos logotipos , de Wladmeir Dias Pino, pelo seu caráter fundacional, de studium e punctum juntos (de pesquisa e de invenção visual). Um tratado antropológico da imagem entre a logo como marca, emblema e o logos como discurso, linguagem. Uma viagem sem rede pela visualidade que conecta tudo, a razão imagética e simbólica das formas e sua deriva e suas mutações, que depois ganhará um estatuto em sua enciclopédia visual. Obra prima de 1974, que acompanha outra de 1948, O dia da cidade, livro de poesia espacial e poema-livro, que traça um percurso bifronte com uma geometria intensa de versos-gráficos, indicadores de leitura e libérrima experiência perceptiva, exposto também inauguralmente como rolo contínuo que amplifica sua ideia de trânsito, movimento, como cidade de palavras e direções.
VICTOR ARRUDA
Homenagem às vitimas do dinheiro , primeiro, foi pintura em grande formato de instalação, mas ganhou presença inusitada recentemente, com a performance do neon passeando numa barca pela Baía de Guanabara, precisamente nos dias e no espaço – em frente – da Feira ArtRio de 2015. Há poucas corrosões imagéticas como esta desestabilização feita nas margens. Acompanhando o pathos dramático do vídeo, heterodoxamente, uma tela adornada com um contra-anúncio Conserta-se dinheiro , de sua série pintura com palavras, que respira magrittianamente sua contralinguagem.
VERA CHAVES BARCELLOS
Os livros de artista como espaço de especulação visual, como território de ação artística. Vera Chaves Barcellos está representada por dois exemplos de uma poética que pode incluir a pergunta situacionista de onde estamos, como nos inserimos nas coordenadas espaço-temporais, como toda uma experiência perceptiva que também pergunta, ontologicamente, pelo ser. Como escrita-performance ou com fotografia-experiência, dois exemplos de como a arte sinaliza outros campos do sensível, de sua partilha.
A arte, na medida em que se afilia a uma porosidade cada vez maior com o mundo, não só incorpora a linguagem da indústria cultural ou da visão mediática como desenvolve outras estratégias formais e espirituais. Contudo, a relação maior é com a vida, com a existência, com a reflexão, com o questionamento das referências, dos estatutos estético-cognitivos. No fundo, trata-se da construção artística (e curatorial) de sinais muito mais que de mapas, de flechas mais que de territórios. Trata-se de construir o elo mais próximo, a ligação mais equidistante entre o microcosmos e o macrocosmos das coisas, pois nunca estão dissociados. É cada vez mais óbvio como o novo século XXI ainda não tem seu mapa tranquilizador: e não se trata unicamente do espaço irredento das artes visuais, mas das coordenadas históricas, sócio-políticas com as quais se relaciona de forma irregular, apesar das aparências que o mercado gosta de glamourizar. Não é exagero pensar que à arte só cabe continuar sendo uma contraestética entre a idolatria e a iconoclastia, se não for cair no mainstream das visibilidades controladas ou mediatizadas.
Nesse contexto, SINALÍTICA é uma mostra inquietante, que propõe mais interrogações que respostas já conclusivas. Seu mergulho imagético é um trabalho de campo, uma etnografia contemporânea. E como primeira exposição, quase um ensaio, uma primeira versão… E uma coletiva de 23 artistas em diversas pesquisas e linguagens que traduzem certo desamparo sistêmico, histórico, ou melhor, usam a potência da famosa e reconhecida intempérie da relação vida-mundo, existência-arte. Longe, portanto, da mediação que persegue outras referências visuais da sociedade do pós-espetáculo ou do entretenimento e de suas banalidades. Obras estão fincadas em nossos dias, mergulhadas em suas latências, respirando o mesmo ambiente cotidiano que todos, mas lendo outros referentes e significações, oferecendo outros imaginários mais livres, mais necessários. SINALÍTICA produz outros olhares, contraimagens no paraíso inflacionado das visibilidades; produz uma distância do Uno/Único (como totalidade e como manipulação) que quer ser liberadora, ter certa alteridade imagética – até como dever político. Não em vão. “Fazer unidade com o que vemos é mortal, e aquilo que salva sempre é produção de uma distância liberadora”, aponta Marie-José Mondzain. SINALÍTICA está nessa fresta, nesse entre. Seus sinais em tensão são operações que criam outra significação do visível, uma dessemelhança, diz Jacques Rancière, são um entremundo, nunca recalcado, em construção…
Adolfo Montejo Navas
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