Mural de Eduardo Kobra sobre Paixão Côrtes recebe nome espetacular: “Estado de Paixão”

Estado de Paixão – Mural de Eduardo Kobra em Porto Alegre – Crédito Franco Rossi

Pouco após finalizar e entregar em Porto Alegre um mural sobre folclorista, compositor, radialista, pesquisador e agrônomo gaúcho, Kobra anunciou o nome da obra: “Estado de Paixão”. Segundo o artista, são vários significados que se somam e misturam para a escolha do nome: “O Rio Grande do Sul é um estado de paixão. É também o estado em que nasceu Paixão Côrtes. E é um estado que preserva a paixão, a tradição e as emoções à flor da pele”, afirmou.

O recém-entregue mural que o artista Eduardo Kobra fez em Porto Alegre, sobre o folclorista, compositor, radialista, pesquisador e agrônomo Paixão Côrtes, já tem um nome: “Estado de Paixão”. A obra, com 10 metros de altura por 16 metros de largura, na rua Almirante Tamandaré, 100, próximo à avenida Voluntários da Pátria, é a primeira de Kobra aberto ao público na capital gaúcha e a quarta realizada no estado. “Escolhi um nome em que vários significados se somam e misturam. O Rio Grande do Sul é um estado de paixão. É também o estado em que nasceu Paixão Côrtes. E é um estado que preserva a paixão, a tradição e as emoções à flor da pele”,
O muralista conta que estudou vários nomes da cultura e história gaúcha, até chegar à conclusão de que Paixão Côrtes seria perfeito para esse trabalho. “Ele, que inspirou uma obra tão tradicional, agora é retratado na arte de rua, o que, ao unir tradição e inovação, demarca a importância da história na construção do futuro”, contou o artista, que acrescentou: “Foi uma honra fazer um mural de uma pessoa que contribuiu tanto para a cultura do gaúcho. Antes de pensar na arte, fiz uma pesquisa intensa sobre a vida e obra de Paixão Côrtes. Fizemos diversos esboços e mesmo quando julguei ter chegado ao desenho final, acabei mudando cores e acrescentarei alguns elementos depois de chegar na cidade. Espero que os gaúchos e turistas que visitarem o mural gostem do trabalho e se interessem ainda mais por essa personalidade tão marcante”, acrescenta o artista.
A parede que recebeu a intervenção de Kobra, de 10 metros de altura por 16 metros de largura, faz parte do galpão que abrigava a sede da antiga Companhia Fábrica de Vidros Sul-Brasileira, segunda do segmento no País, inaugurada ao final do século XIX. Criada para suprir a crescente demanda de recipientes de vidro e substituir as importações feitas pelo País, a empresa produzia uma grande variedade de artigos – como frascos para remédios e perfumes, garrafas para cerveja e vinho, licoreiras, tinteiros e globos para lampiões.
O mural mostra em primeiro plano Paixão Côrtes segurando a Chama Crioula, tradição iniciada por ele em 1947. Também está na obra a figura do Laçador, de Antônio Caringi, estátua para a qual o tradicionalista serviu de modelo em 1954, e que se tornou um símbolo de Porto Alegre. Além de assinar o próprio nome, Kobra colocou também o nome de Caringi junto a laçador retratado no mural, em bela homenagem ao escultor.
O legado de valorização e popularização do folclore gauchesco, de Paixão Côrtes, é motivo de orgulho para a família. “É espetacular ver Paixão Côrtes ao lado de símbolos do nosso Rio Grande – o Laçador e a Chama Crioula, que ele acendeu há 75 anos Entendemos que a homenagem feita por um artista mundialmente admirado como o Kobra, é um reconhecimento pelos 70 anos de vida pública e pela dedicação do meu pai ao trabalho. Renovar as memórias é fundamental e o mural tem o potencial de fazer com que mais e mais pessoas tenham curiosidade em saber quem foi Paixão Côrtes. Com isso, se realiza o desejo dele de servir de veículo das tradições, fazendo com que a cultura seja mantida e valorizada também nas novas gerações”, disse emocionado Carlos Côrtes.
“Esse era um sonho de muito tempo e faz muito sentido o mural ser no 4º Distrito, pois é um espaço que está sendo revitalizado, valoriza a região e traz um novo ponto turístico para Porto Alegre”, conta Eduardo Fonseca, CEO da ABF Developments, responsável por convidar Kobra para criar um mural na cidade.
Além de ser um presente da ABF para a cidade, o trabalho de um dos muralistas mais famosos do mundo se torna um novo ponto turístico no 4º Distrito. A região, que estava esquecida, começou a ser revitalizada há alguns anos e foi redescoberta pelos porto-alegrenses. Agora, a atmosfera de inovação, jovialidade e cultura já é uma realidade da área, que por sua localização geográfica facilita o acesso de moradores de diversos bairros e cidades próximas. A renovação promovida pela ABF Developments transformará a construção em um complexo multiuso, com o propósito de criar um ambiente de entretenimento que una música, arte e gastronomia, se tornando um dos principais pontos de lazer de Porto Alegre já em 2023. A região receberá também o Quattro – 4D Premium Lofts, que foi pensado para conquistar o público que aproveita o potencial do 4º Distrito.
Segundo Kobra, que fez murais em cerca de 35 países, a obra sobre Paixão Cortes se insere em seu novo projeto de resgate, manutenção e valorização das culturas regionais, inaugurado com o mural de seis metros por 19,60 metros sobre o compositor Zacarias Mourão (autor de “Pé de Cedro”), que realizou em Coxim, no interior do Mato Grosso do Sul, ao final de 2020 e que depois foi interrompido pela pandemia do Covid-19.
“Dizia o escritor russo Leon Tolstói (Lev Tolstoi) que ‘universal é o homem que escreve sobre a própria aldeia’”. Por isso, ao mesmo tempo em que faço em projetos como Muro das Memórias e Recortes da História murais para destacar grandes nomes que contribuíram para a cultura e história do País, como o arquiteto Oscar Niemeyer,
o escritor Ariano Suassuna e os compositores Chico Buarque, Luíz Gonzaga e Adoniran Barbosa; e nomes que contribuíram para a paz, liberdade, arte e humanismo no mundo, como Nelson Mandela, Martin Luther King Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon, sempre quis criar um projeto que falasse sobre nomes que contribuíram para a cultura das próprias regiões”, conta o artista urbano, que complementa: “além disso, já pintei em cinco continentes mas não conheço a maioria dos estados do meu próprio país. Será uma grande realização conseguir pintar em cada estado do Brasil”, conta Kobra.

Outras obras no Rio Grande do Sul
O primeiro mural de Eduardo Kobra no Rio Grande do Sul foi realizado em maio de 2014, em Santa Maria, nos fundos da Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide, onde retratou a Santa Maria da década de 1950. Em janeiro de 2019, realizou no novo prédio do Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, um mural de 14 metros por 14 metros, onde destacou o poeta gaúcho Mario Quintana. Já em 2020, a cidade de Lajeado, recebeu um mural intitulado Olhares da Educação, com 14 metros de altura por 26 de comprimento, que retrata as figuras de Clarice Lispector, Darcy Ribeiro e Paulo Freire. O novo mural, que retrata o tradicionalista Paixão Côrtes, é o primeiro de Eduardo Kobra aberto ao público em Porto Alegre.

Sobre o muralista
Eduardo Kobra, 48 anos, tem 3.000 murais, em cerca de 35 países e em diversas cidades e estados brasileiros – como “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara. Em todos os trabalhos, o artista busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias a céu aberto. Dois desses murais entraram no Guinness Word Record como o “maior mural do mundo”. Primeiro “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, com cerca de 3.000 metros quadrados e, depois, o “Mural do Chocolate”, localizado na rodovia Castelo Branco, em Itapevi, em São Paulo, com 5.742 metros quadrados. Em 2018, pintou 20 murais nos Estados Unidos, 18 deles em Nova York.
Inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos.
Cada vez mais conhecido, Kobra fica, é claro, orgulhoso quando vê uma multidão que observa um de seus murais, mas costuma dizer que o que o comove de verdade é descobrir alguém que para no meio da correria da cidade para observar, mesmo que por um minuto, os detalhes dessa obra. Apesar dos murais monumentais, Eduardo Kobra faz sua arte para despertar a consciência e a sensibilidade de cada um de nós. (por Airton Gontow)

Sobre Paixão Côrtes
Nascido em Santana do Livramento, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, em 12 de julho de 1927, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes – ou Paixão Côrtes, como ficou conhecido, Paixão Côrtes foi há 64 anos a inspiração para a criação da estátua do Laçador. O monumento à figura do gaúcho, feito pelo grande escultor pelotense Antônio Caringi (18 de maio de 1905 – 30 de maio de 1981), se tornou símbolo oficial de Porto Alegre em 1992 e é patrimônio histórico da capital, recepcionando quem chega à cidade.
Paixão Côrtes dedicou sua vida à pesquisa, construção e difusão da cultura do Rio Grande do Sul. Foi, com Luiz Carlos Barbosa Lessa e Glauco Saraiva, um dos idealizadores do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul. Sua trajetória se confunde com lugares e acontecimentos igualmente representativos: viveu em Uruguaiana e em Porto Alegre, onde estudou no IPA (Instituto Porto Alegre), no Colégio Júlio de Castilhos e graduou-se em Agronomia pela UFRGS.
Inquieto, ainda jovem, aos 20 anos, se aventurou pelo Rio Grande do Sul para registrar a história, hábitos e costumes de homens e mulheres que habitavam o estado. Com seu trabalho e pesquisas, contribuiu para que a cultura gaúcha fosse conhecida em outros estados e países, mas também no próprio estado. As danças, vestimentas e culinária, que em muitos lugares estavam esquecidas, foram “regatadas” por ele.
Paixão Côrtes iniciou os costumes da Chama Crioula, do Desfile dos Cavalarianos e da Ronda Crioula (depois transformada em Semana Farroupilha); e fez parte da criação do primeiro CTG (Centro de Tradições Gaúchas) da história, chamado 35, em 1948. Com o passar dos anos foram fundados vários CTGs no Rio Grande do Sul e demais estados brasileiros.
Também contribuiu para difusão da música gaúcha no País e no Exterior. Em 1956, Inezita Barroso gravou músicas tradicionais gaúchas como Chimarrita-balão, Balaio, Maçanico e Quero-Mana, Tirana do Lenço, Rilo, Xote Sete Voltas, Xote Inglês, Xote Carreirinha e Havaneira Marcada, recolhidas por Paixão Cortes e Barbosa Lessa. Em 1958, se apresentou no Olympia e no palco da Universidade Sorbonne, em Paris, França, além de outras cidades e países da Europa. No mesmo ano foi convidado por Maurício Sirotsky para apresentar na rádio Gaúcha o programa Festança na Querência, que ficou no ar até 1967. Em 1961, gravou e lançou seu primeiro disco (LP), O Folclore do Pampa.
Em 1962, Inezita Barroso gravou as composições Tatu e Pezinho, recolhidas por Paixão Côrtes e Barbosa Lessa. No mesmo ano, recebeu o prêmio de Melhor Realização Folclórica Nacional. Em 1964, apresentou-se em Munique, Alemanha, na Feira Mundial de Transportes e Comunicação. No mesmo ano, recebeu o prêmio de Melhor Cantor Masculino de Folclore do Brasil. Em 1982, Paixão gravou e lançou Cantares e Sapateios Gaúchos, seu último disco LP. Em 1986, se apresentou na Grã-Bretanha durante um mês, divulgando traduções de seus livros para o inglês. Em 1992, a estátua do Laçador, do escultor Antônio Caringi, para o qual Paixão Côrtes posou em 1954, foi escolhida como símbolo da cidade de Porto Alegre.
Em 2010, foi escolhido patrono da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Também recebeu a Ordem do Mérito Cultural. Ao total, Paixão Côrtes esteve oito vezes na Europa, atuando em espetáculos. Entre as inúmeras entrevistas, falou à BBC de Londres sobre o panorama da música gaúcha e brasileira.
Eclético e sem medo de ousar, também atuou como ator nos filmes Paixão de Um Gaúcho, em 1958; e Um Certo Capitão Rodrigo, em 1971, de Anselmo Duarte, baseado na obra do grande escritor gaúcho Érico Veríssimo, no papel de Pedro Terra. Em 20009 foi agraciado com o título de Cônsul Cultural do Sport Club Internacional, seu time do coração, onde atuaram seu pai e tios. Faleceu no dia 27 de agosto de 2018, aos 91 anos, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, onde havia sido internado e passado por uma cirurgia após fraturar o fêmur de uma das pernas em uma queda.

Sobre a ABF Developments
A ABF Developments é uma construtora e incorporadora com 15 anos de expertise no mercado. Seu DNA é estruturado para pensar empreendimentos exclusivos, inovadores e disruptivos, que conversem entre si e com o espaço público onde estão, sempre buscando permeabilidade, evolução e transformação. Além desses diferenciais, a ABF se propõe a repensar a cidade, pois acredita que seu propósito é construir empreendimentos que deixem um legado de valorização dos bairros onde empreende. O ano de 2022 foi um dos mais importantes da empresa que teve o lançamento em R$600 milhões em VGV (Valor Geral de Vendas) na cidade de Porto Alegre, em cinco empreendimentos no Quarto Distrito, Moinhos de Vento e Três Figueiras.

Instituto Kobra: a arte como instrumento de transformação social
Nascido em 2021, o Instituto Kobra, acredita na arte como instrumento de transformação social de crianças, adolescentes, jovens e mesmo adultos. Fundada e presidida pelo artista Eduardo Kobra, a instituição parte da própria biografia de seu criador para fundamentar a importância e o papel da cultura como agente transformador de vidas e realidades.
O Instituto Kobra promove ações, prioritariamente em comunidades periféricas, e leva manifestações artísticas — não só das artes plásticas e do grafite, mas também da música, do teatro e da literatura — àqueles que costumam ter menos acesso a museus e centros culturais.
Uma experiência embrionária foi o projeto Galeria Circular, em 2019. Transformado em galeria itinerante de arte, um ônibus adaptado percorreu 12 bairros da região metropolitana de São Paulo apresentando 14 obras de Kobra que estiveram ou ainda estão expostas em diversos locais pelo mundo. O artista idealizou e participou de todos os dias do projeto.
O Instituto Kobra surgiu também para funcionar como um espaço para promoção de causas por meio da arte — principalmente aquelas que fazem parte dos princípios do muralista, como a defesa do meio ambiente, o discurso pacifista, a pauta antirracista, o respeito entre os povos e a luta pela liberdade.
Neste sentido, devido ao combate à pandemia do Covid-19, a primeira ação concreta da instituição foi usar sua arte para levar oxigênio para hospitais de Manaus. Kobra – como já destacado no tópico “Obras com a temática da Pandemia e da Saúde”, mas que repetimos aqui – transformou um cilindro de oxigênio, em desuso, de 1m30, em uma obra de arte, exemplar único, chamada “Respirar”. Pintou o cilindro como se fosse um recipiente transparente, com uma árvore plantada dentro. A obra foi adquirida por 700 mil reais. Os recursos obtidos com a venda da peça foram aplicados integralmente na construção de duas usinas de oxigênio no Amazonas. Na prática, isso significou 20 leitos de UTI’s beneficiados 24h por dia, numa ação perene, que ficaram como legado. Em um dia, a usina gera 480 horas de oxigênio. Em um mês, são 14.400 horas. “A título de comparação, um cilindro abastece um leito de UTI com oxigênio por até 10 horas. Ou seja, para fazer uma entrega equivalente à usina, seriam necessários mais de 1.400 cilindros por mês.”, contou o muralista.
Em outra ação, Kobra utilizou seu talento para uma campanha que ajudava famílias desassistidas, com situação de vulnerabilidade ainda mais agravada pela pandemia do covid-19. Após Kobra criar o painel Coexistência, onde mostrava crianças de cinco religiões – budismo, cristianismo, islamismo judaísmo e hinduísmo – em oração e vestindo máscaras, o Instituto Kobra sorteou uma serigrafia da obra entre as pessoas que fizeram doações. Com o valor arrecadado, R$ 450 mil, foram produzidos e distribuídos 20 mil kits com alimentos e produtos básicos de higiene.
Mas o Instituto Kobra não se resumirá a ações desse tipo. No projeto estão previstas a construção de uma sede e outras maneiras de promover a cultura, como palestras, oficinas e a realização de pinturas públicas.
Além do próprio Eduardo Kobra, a entidade viabilizará a presença de outros muralistas e grafiteiros, brasileiros e estrangeiros, que, por meio de intercâmbios culturais, irão levar sua arte, seu conhecimento e suas histórias de vida aos brasileiros.
A sensibilidade do muralista para o tema vem do berço. Kobra nasceu em 1975, no Jardim Martinica, Campo Limpo, bairro da zona sul paulistana. Da mesma maneira como a arte mudou sua vida, ele acredita que a cultura pode ser uma ferramenta de transformação social para muitos brasileiros, especialmente os jovens.

“Kobra Auto Retrato” – o filme
Foi lançando em novembro no Brasil e nos Estados Unidos, o documentário “Kobra – Auto Retrato” (84 minutos, colorido, 2022), longa da premiada diretora e roteirista Lina Chamie, com fotografia de Lauro Escorel e produção da Girafa Filmes. No filme, em uma noite de insônia, há cerca de 20 anos um tortuoso fato cotidiano, Kobra revê sua vida desde a infância difícil na periferia até o sucesso mundial como muralista. Os acontecimentos se desenrolam entre a realidade e o sonho. Nessa trajetória de vida, desde o grafite ilegal nas ruas de São Paulo até os grandes murais em mais de 30 países, Kobra, um artista singular que representa tantos outros em suas batalhas, passa a entender a arte de rua como voz política democrática e poderosa.
“São as portas que arte abre, as possibilidades que são infinitas, que somente Deus e o mundo da arte podem possibilitar. É mais uma vitória, dentro de algo completamente inusitado, que é ter a minha história contada por uma cineasta tão especial, por uma visão completamente única e artística. Sinto-me lisonjeado, até mesmo por ser um grande admirador do cinema, especialmente de filmes e documentários que falam sobre a história de muitos artistas, como Frida Kahlo, Jackson Pollock e Banksy, que concorreu ao Oscar. “Traços de uma vida”, sobre Jean-Michel Basquiat, inspirou-me demais. O filme feito pela Lina Chamie, que mostra toda minha trajetória até o período anterior à pandemia, é um novo e importante passo na minha história, porque é mais uma forma diferente do meu trabalho e mensagens chegarem às pessoas”, afirma Kobra.
Segundo o muralista, a produção do filme durou cerca de dois anos e as filmagens com ele cerca de 30 dias, não contínuos. “A Lina foi delicada na abordagem e na forma como contou a minha história. Eu já havia assistido a um dos seus filmes, ‘São Silvestre’, e ficado impactado com o seu olhar diferenciado com a forma como ela trata a imagem, o movimento e o som. Quando fui procurado para o filme, percebi que não se trataria só de ‘mais um filme’, já que suas produções são especiais, emocionais e sensoriais. Sempre tive a certeza de que a Lina era a pessoa certa para contar a minha história”, diz Kobra.

Veja algumas das obras de Kobra no Brasil e no Exterior
Brasil
1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo
2 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo
3 – Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará
4 – Candango, no Complexo Bancário, em Brasília.
5 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo.
6 – Novos Ventos, rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo.
7 – Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), em São Paulo, São Paulo.
8 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP.
9 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.
10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo.
11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo.
12 – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.
13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco.
14 – Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo.
15 – Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro.
16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo.
17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.
18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo
19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo
20 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação, São Paulo
21 – Etnias – Todos Somos Um, Boulevard Olímpico, Rio de Janeiro, RJ
22 – Sobre Bike e mobilidade, rua Tavares Cabral, São Paulo, SP.
23 – Mural do Chocolate, km 35 da rod. Castelo Branco, em Itapevi, São Paulo;
24 – Escadão das Bailarinas, em Pinheiro, São Paulo, São Paulo
25 – Mario Quintana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
26 – Ayrton Senna – Superação, em Interlagos, São Paulo.
27 – Escola Professor Raul Brasil (sem nome definitivo), em Suzano, São Paulo.
28 – Coração Santista, em Santos, São Paulo.
29 – Olhares da Paz, no Boulevard WTC – Rua Arizona alt. do nº 1556, em São Paulo.
30 – A Mão de Deus, São Paulo, São Paulo
31 – A Linha da Vida, – km 44 da rod. Castelo Branco, São Paulo
32 – Escadateca, em Sorocaba, São Paulo.
33 – Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19, São Paulo, SP.
34 – Seja Luz, em São Paulo, São Paulo.
35 – Ciência e Fé, em HC de São Paulo, São Paulo.
36 – Metamorfoses, HC de São Paulo, São Paulo.
37 – Janelas Abertas para o Mundo, em frente ao Museu da Imigração, em São Paulo, SP.
38 – Vitória, Niterói, Rio de Janeiro
39 – Fraternidade, Liberdade e Igualdade, rua Capivari, em São Paulo. SP.
40 – Estado de Paixão, rua Almirante Tamandaré, 100, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Exterior:
1 – O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA
2 – Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia
3 – Artistas, em Wynwood, Miami, Flórida, EUA
4 – A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia
5 – Malala, em Roma, Itália
6 – Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA
7 – Sarasota Antiga, em Sarasota, Flórida, EUA
8 – Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA
9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA
10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia
11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México
12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão
13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos
14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti
15 – Bob Dylan, The Times They Are a-Changin. Minneapolis, Minnesota, EUA
16 – Hamlet, West Palm Beach, Florida, EUA
17 – Einstein vai à Praia, West Palm Beach, Flórida, EUA
18 – Give Peace a Chance, Wynwood, Miami, Flórida, EUA
19 – Stop Wars, Wynwood, Miami, Flórida, EUA
20 – The Fallen Angel (O Anjo Caído), Wynwood, Miami, Flórida, EUA
21 – Muddy Waters, Chicago, Illinois, EUA.
22 – Rio, Tóquio, Japão
23 – Bossa Nova (Vinícius de Moraes e Tom Jobim), Tóquio, Japão
24 – Armstrong (nome não definitivo), Cincinnati, Ohio, EUA
25 – Dante Alighieri, Ravenna, Itália
26 – Let me be myself, Amsterdã, Holanda
27 – Ziggy Stardust (sobre David Bowie), Jersey City, New Jersey, EUA.
28 – Sonho de um Menino, Dubai, Emirados Árabes Unidos.
29 – Mandela (sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi
30 – Desmond Tutu (ainda sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi
31 – Dalí, em Múrcia, Espanha
32 – Davi, em Carrara, Itália
33 – Cacique Raoni, em Lisboa, Portugal.
34 – Etnias – Todos Somos Um, em Sandefjord, Noruega.
35 – Locomotiva, em Londres, Reino Unido
36 – Família Monet (dois murais que conversam entre si), em Boulogne-sur-Mer, na França.
37 – Imagine, em Bristol, Inglaterra.
38 – Em 2018 o artista fez 20 murais nos EUA, 18 deles em Nova York
39 – Ayrton Senna, Ímola, Itália.
40 – O Futuro é Agora, Nova York, Estados Unidos.
41 – Elizabeth II Forever, Londres, Inglaterra
42 – Mural de San Marino, Faetano, San Marino.

Atualmente, 22 murais de Kobra podem ser visitados em Nova York*
Liberdade (Liberty)– 519 Broome Street; Os Bravos de 9/11 (The Braves of 9/11) – 780 3rd Avenue; SoulPhia – 16 Clarkson Street; Guerra é um Inferno (War is Hell) – 219 Bedford Avenue; Preto ou Branco – Michael Jackson (Black or White) – 180 1st Avenue; Vá por Aqui – D.M.C. (Way Run -D.M.C). – Corner of 12th Street and 191 Avenue A; Genial é andar de Bicicleta (Genial is riding a bike) – 171 E 48th St, New York, NY; Pare com as guerras (Stop Wars) – 391 West Street & Christopher Street; Clube 27 (Club 27) – 36 Rivington Street; Cristo Redentor (Christ the Redeemer) – 833 Dekalb Avenue; Monte Rushmore (Mount Rushmore) – 10th Avenue and 22nd Street; Ilha Ellis (Ellis Island) – 16 Clarkson Street; Sonho Americano (American Dreamers) – 14 Watts Street; Frida Kahlo – 360 Prospect Place; Nós Amamos Nova York – 212 8th Avenue; Tolerância – Madre Teresa & Mahatma Gandhi (Tolerance) – 130 10th Avenue, Manhattan; Pare com as Armas (Stop Guns) – 231 Eldridge Street; Roy Lichtenstein: Paz através da Liberdade (Peace Through Liberty) – 221 East 44th Street; Lutando pela arte de Rua (Fight for Street Art) – 167 N 9th St; WCT – 285 Fulton St; e Ziggy Stardust – 837 Jersey Ave e O Futuro é Agora! (The Future is Now), E 42nd St & 1St Ave.

*Nos Estados Unidos, Kobra já pintou cerca de 50 murais

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