LUCIANO CHINDA E OS NOVOS HORIZONTES DO MUSEU MUNICIPAL ATÍLIO ROCCO

Inovação e Memória: Ações no Museu Municipal sob a Gestão de Luciano Chinda

Ao assumir a direção do Museu Municipal Atílio Rocco em 2022, Luciano Chinda trouxe consigo sua formação acadêmica e experiência no campo cultural, com foco na preservação do patrimônio e no desenvolvimento de um olhar crítico sobre a história e as questões sociais de São José dos Pinhais. Em sua gestão, o museu passou por uma série de ações voltadas tanto à valorização do acervo quanto à promoção de novos projetos.

No primeiro semestre de sua gestão, Chinda iniciou com o lançamento da biografia Ernani Zetola: uma luz que não se apaga, que resgatou a trajetória do fundador do museu e destacou seu papel na construção do patrimônio cultural local. Este trabalho não só homenageou a figura de Zetola, mas também destacou a importância das histórias locais na formação da identidade da cidade.

Em paralelo, Chinda implementou um plano de ação que culminou na celebração dos 45 anos do Museu Municipal. A data foi marcada por exposições que apresentaram diferentes aspectos da história local, como o patrimônio funerário, a coleção cartográfica do museu e o uso de documentos fotográficos para a leitura social. Dentre as ações realizadas, a exposição Mestre Kunta Kintê: um patrimônio da humanidade destacou a vida e o legado de uma liderança afro-brasileira que viveu em São José dos Pinhais, abordando também a importância da valorização das memórias afrodescendentes.

Além das exposições, a gestão de Chinda também se destacou por meio de publicações como a Coleção Fontes Históricas, que promoveu o acervo do museu, e Personalidades Negras: raça, história e cultura em São José dos Pinhais, que buscou valorizar as histórias da população negra local. A produção de materiais didáticos e a realização de atividades educativas também marcaram sua gestão, com mediações nos espaços do museu e em outros locais de interesse cultural, além da formação continuada de estagiários e profissionais.

Essas iniciativas foram complementadas pela implementação de documentos essenciais para a institucionalização do museu, como o primeiro Plano Museológico e o Projeto Político-Pedagógico, que asseguram a continuidade das ações do museu. A reforma do Palacete Ordine, que abriga parte do acervo e das atividades expositivas do museu, também foi uma das prioridades, com investimentos em segurança, conservação e acessibilidade.

Ao concluir sua gestão, Chinda deixou um plano estratégico para os próximos anos, garantindo que o trabalho iniciado continue a ser desenvolvido. Novas exposições e publicações estão sendo preparadas, com foco nas culturas dos povos originários e na história das olarias do município. A gestão de Luciano Chinda contribuiu para o fortalecimento da memória coletiva e para a continuidade das ações do Museu Municipal Atílio Rocco.

Sobre Luciano Chinda

Luciano Chinda Doarte nasceu em São José dos Pinhais e atua, há mais de dez anos, em instituições de arte e cultura. Foi historiador do Círculo de Estudos Bandeirantes, instituição cultural vinculada à PUCPR; fundou o Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural (GEPPC); e participou de ações junto à Fundação Cultural de Curitiba. É Licenciado em História (PUCPR), Mestre em História (UFPR) e dedica-se ao estudo das dinâmicas culturais, especialmente a partir da memória, dos museus, dos patrimônios culturais, da história das artes e das políticas públicas de cultura.

Contato:

Prof. Luciano Chinda Doarte

Professor-Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural (GEPPC)
Pesquisador Vinculado ao Núcleo de Estudos em Antropologia, Patrimônio, Memória e Expressões Museais (NEAP/UFG)
Diretor do Museu Municipal Atílio Rocco (MuMAR)

41 9 9282 4742 / lucianochinda.lcd@gmail.com

@lucianochinda

A seguir, maiores informações sobre as ações do Professor Luciano Chinda Gestão 2022/2024

Mundos Possíveis no Trabalho do Professor Luciano Chinda no Museu Municipal Atílio Rocco

               Ampliar os horizontes e potencializar o papel social do Museu Municipal, buscando ampliar a referência do pronome “nós”, como diz o filósofo Richard Rorty, foram as bases dos olhares e dos esforços do Professor Luciano Chinda Doarte enquanto Diretor do Museu Municipal Atílio Rocco.

               Professor, historiador, documentarista e gestor cultural, Luciano Chinda assumiu o Museu Municipal com menos de trinta anos de idade, após trabalhos dedicados ao campo cultural e à produção de conhecimento acadêmico. Antes da Prefeitura de São José dos Pinhais, Chinda atuou em entidades culturais como o Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e em ações da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Ainda, fundou o Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural (GEPPC), em 2017, lecionou no Ensino Superior, passando pela Universidade Positivo, pelo Centro Universitário Internacional e pelo Centro Universitário Santa Cruz de Curitiba, e produziu materiais didáticos de Ensino Superior pela UNIFAEL e pela UNINA.

Professor Luciano Chinda Doarte, 2024 (acervo pessoal).

               Ao assumir o posto, no primeiro semestre de 2022, o Museu Municipal contava com uma equipe reduzida de pessoas e com uma falta de projetos, tendo em vista o grande assombro da pandemia da Covid-19 (2020-2022), que atingiu diretamente os modos de trabalho de uma entidade como um museu, acostumada com visitas, trocas presenciais e conversas.

               Logo de início, em maio daquele ano, o Professor lançou, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a biografia Ernani Zetola: uma luz que não se apaga, fundador do Museu Municipal de São José dos Pinhais. O livro aborda diferentes vertentes do ativista cultural, desde o seu nascimento, em 1921, passando pelas suas conquistas no campo da comunicação, da cultura popular e da cultura institucional, até o seu falecimento, em 2010.

O Professor Luciano Chinda e a Prefeita Nina Singer no lançamento da biografia de Ernani Zetola, em 2022 (Sérgio Neves/PMSJP).

Após alguns meses de trabalho, logo um plano de ação foi traçado, tendo como foco as comemorações dos 45 anos da instituição, comemorados em setembro de 2022. Para aquele evento, foram elaboradas seis exposições que privilegiavam temas antigos e também recentes na historiografia local, como o patrimônio funerário, o uso dos documentos de imagens para a leitura social, a coleção cartográfica do Museu, entre outras.

               Além destas, em 2023 foi aberta uma exposição considerada importante pelo então Diretor do Museu Municipal, chamada Mestre Kunta Kintê: um patrimônio da humanidade, que privilegiou a vida, a obra e o legado da grande liderança afro-brasileira que viveu por mais de 30 anos no município são-joseense. A exposição fez parte de uma preocupação de Luciano Chinda com as relações étnico-raciais e o papel das instituições públicas em valorizar as memórias silenciadas historicamente, como no caso da população negra.

               Além das exposições, o Professor encaminhou as atividades de publicações de divulgação científica por meio do Museu Municipal. Foram criadas a Coleção Fontes Históricas e a Personalidades Negras: raça, história e cultura em São José dos Pinhais. A primeira, dedica-se a divulgar o acervo do Museu Municipal Atílio Rocco, que com um recorte temático ou temporal, é abordada, pesquisada e promovida pela equipe da instituição. A segunda, foi dedicada a registrar e valorizar histórias de vidas de pessoas negras em São José dos Pinhais, para combater o esquecimento deliberado das memórias afrodescendentes.

               Outro tipo de publicações realizadas é a elaboração de materiais didáticos. Estes materiais, que abordam as relações entre patrimônio, educação e cidadania, trazem também propostas pedagógicas. Todas as publicações citadas estão disponíveis no site do Museu Municipal. A educação sempre foi uma preocupação notada no trabalho de Luciano Chinda. Ele mesmo dedicava-se, sempre que possível, a realizar mediações em espaços como o Museu Municipal, os patrimônios culturais da Rua Quinze de Novembro e outros locais, promovendo ações de ensino-aprendizagem com grupo de diferentes idades. A formação continuada com o corpo de estagiários do Museu também foi uma de suas atividades de predileção, com leituras e discussões de temas como teoria da história, teoria da cultura, memória e patrimônio cultural.

O Professor Luciano Chinda em mediação no Museu Municipal Atílio Rocco com uma turma de crianças da rede pública de ensino, em 2024 (João Alves/MuMAR).

               Noutro ponto da trajetória do Professor Luciano Chinda durante sua gestão no Museu Municipal, a documentação museológica tornou-se assunto importante até que fossem sanados. Neste período foram elaborados o primeiro Plano Museológico, o primeiro Projeto Político-Pedagógico e a Política de Acervos da instituição. Estes documentos são essenciais para pontuar a importância, o trabalho e as formas de inserção social do Museu e garantem que trabalhos futuros poderão se basear em referências institucionais consolidadas.

               Ao longo dos últimos anos, a gestão do Museu Municipal também alcançou uma conquista histórica: a transferência de recursos para a realização de uma grande e profunda reforma nas dependências do Palacete Ordine, prédio histórico que abriga parte das atividades expositivas e de gestão de acervo do Museu. Na obra que deve levar mais ou menos 10 meses para a sua realização, o telhado será completamente trocado, juntamente da sua estrutura de madeira; partes do forro; as instalações elétricas completas; e a implantação de equipamentos de combate a incêndios. Ainda, serão substituídas por réplicas todas as janelas e as portas do Palacete, que com o tempo tiveram estruturas comprometidas por ataques de cupins e por umidade.

O Professor Luciano Chinda realizando mediação a um grupo de professoras da rede municipal de ensino, em 2023 (João Alves/MuMAR).

               No período a frente do Museu, o Professor também se envolveu em algumas polêmicas. Uma delas foi o encerramento da exposição que contava a história do Aeroporto Afonso Pena. Sobre este ponto, o Professor comentou naquele tempo que o museu é uma instituição viva, em constante atividade, e que a oxigenação das atividades por meio da troca de mostras é comum e necessária. Outra, quando sua gestão foi acusada de inação. Sobre esta, ainda em 2024, o Professor comentou que o Museu nunca está inativo, mas que, isto sim, há tempos em que os trabalhos de elaboração da documentação museológica, das pesquisas históricas e dos planejamentos culturais têm menos visibilidade que a inauguração de exposições, o que pode levar a uma leitura errônea sobre os fazeres institucionais.

               Desde o Museu Municipal, Luciano Chinda também promoveu formações populares por meio da Secretaria de Cultura, como o Curso de História e Cultura de São José dos Pinhais, com duas edições feitas em parceria com a Secretaria de Educação; o curso Tópicos Sobre Cultura: conceitos, gestão e fomento, executado em fevereiro de 2024; o curso Laboratório de Ideias Criativas e Projetos Culturais, realizado em julho do mesmo ano; e diversas oficinas e minicursos sobre projetos culturais, editais de fomento e legislações de políticas culturais.

O Professor Luciano Chinda ministrando aula no Teatro Municipal durante o curso Tópicos Sobre Cultura, em fevereiro de 2024 (João Alves/MuMAR).

               Independentemente das decisões para o ano que vem, o Professor Luciano deixou organizado um plano de ação para o Museu Municipal pensando no ano de 2025, elaborado com auxílio profundo da equipe da entidade. Novas exposições, publicações e ações educativas estão previstas valorizando culturas dos povos originários, a história das olarias no município, a história da arte local, entre outros. Ainda, para o caso da realização da ampla reforma, quando o Museu precisará ficar fechado para visitação, haverá também ações virtuais e presenciais em outros espaços, garantindo a manutenção das ações do nosso museu.

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