Lojas colaborativas funcionam como hubs de novas experiências

Espaços tornaram-se ambientes nos quais as pessoas podem se reunir, compartilhar experiências e descobrir novas marcas

Crédito: Bru Ribas

Em um cenário onde a presença digital domina o mercado e a necessidade de experiências físicas torna-se um diferencial competitivo, os espaços colaborativos representam uma evolução significativa no varejo contemporâneo. Os benefícios são vastos e podem oferecer uma série de vantagens tanto para as marcas, quanto para os consumidores. A arquiteta Bruna Souza, que recentemente assinou o projeto de um espaço multimarcas em Curitiba, a Casa Dom, destaca como esses ambientes podem ser estratégicos e inovadores ao criarem um ecossistema dinâmico no qual as marcas podem interagir, colaborar e, acima de tudo, prosperar em conjunto.

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Do ponto de vista arquitetônico, a criação desses ambientes exige um equilíbrio delicado entre a funcionalidade e a estética, o que pode ser desafiador, segundo a arquiteta. Afinal, projetar um espaço colaborativo requer sensibilidade para atender às necessidades individuais de cada marca, sem prejudicar a coesão visual e a experiência do consumidor.

“Na Casa Dom, por exemplo, fizemos um briefing bastante elaborado com o cliente para entender os objetivos e necessidades de cada marca e assim projetar. Criamos um ambiente neutro, para nenhuma marca se sobressair, com nichos iguais em tons neutros e suaves”, comenta a profissional. Essa estratégia permite a criação de um pano de fundo que não compete com os produtos expostos, permitindo que as marcas utilizem suas próprias identidades visuais e materiais de marketing para se destacarem, sem que haja um desequilíbrio no ambiente como um todo.

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Além da estética, o layout desempenha um papel crucial. Nos espaços colaborativos, o fluxo de circulação precisa ser cuidadosamente planejado para garantir que os consumidores sejam atraídos por cada marca de forma orgânica, sem que uma ofusque a outra. A iluminação, como destacado no exemplo de Bruna Souza, é uma ferramenta poderosa nesse processo. Ao utilizar iluminação indireta e nichos com design uniforme, cria-se uma sensação de harmonia e equilíbrio visual, garantindo que os produtos sejam os protagonistas de cada espaço. Essa uniformidade não apenas beneficia as marcas individualmente, mas também oferece uma experiência de compra mais agradável e menos fragmentada para o consumidor.

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A criação de uma identidade visual comum, sem perder a essência de cada marca, também abre espaço para colaborações inesperadas. Ao compartilhar o mesmo espaço, marcas de diferentes segmentos acabam encontrando pontos de convergência, seja na forma de vitrines conjuntas ou até mesmo em colaborações para novos produtos. Por exemplo, uma marca de bolsas pode, espontaneamente, expor seus produtos ao lado de uma marca de sapatos, criando uma estética combinada que atrai o olhar dos consumidores e favorece ambas as partes. Esse ambiente colaborativo também fomenta o networking entre os empresários, que podem compartilhar ideias e estratégias de negócios, fortalecendo suas operações.

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No contexto atual, onde a experiência do cliente é cada vez mais valorizada, esses espaços oferecem uma oportunidade única de aproximar o público de marcas que, muitas vezes, só existem no ambiente online A experiência sensorial de poder tocar, experimentar e visualizar os produtos em um ambiente físico faz com que o consumidor crie uma conexão mais profunda com a marca. Isso é particularmente importante em segmentos como moda e decoração, onde a textura, a cor e o estilo dos produtos são determinantes no processo de compra. Além disso, espaços colaborativos tendem a atrair um público que busca variedade e curadoria, promovendo uma experiência de compra mais inspiradora e personalizada.

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