FOLHA DA MULHER – COLUNA KATIA VELO
EXPOSIÇÃO, SALÃO DE ARTE, LEILÃO, CENTRO CULTURAL, MUSEU, BIENAL
Falar sobre Arte neste pandemônio em que vivemos, não é fácil. Obras obscenas, outras leiloadas e quase autodestruídas, museus deteriorando, outros virando cinzas! Parece até que o mercado de Arte está falindo. Não, para o bem ou para o mal, estes acontecimentos apenas impulsionam o interesse por Arte. Há também um mercado de falsificações, ricaços exibidos que adquirem obras por muitos milhões e há ainda os egocêntricos quem passam anos colecionando raridades e depois doam todo o seu acervo buscando eternizar seu nome.
Obras de Arte também são usadas para lavagem de dinheiro. Sabe por quê! Se a polícia Federal bater na porta de alguém, é mais fácil sair pelo outro lado com uma obra enrolada embaixo do braço do que uma mala de dinheiro. E até para fugir do país.
A Arte é o reflexo da nossa sociedade, do nosso tempo, da nossa cultural, então se vivemos tempos confusos, a Arte também será. Para entender melhor este o mercado e a sua trajetória, veja a seguir:
EXPOSIÇÃO
Pode ser individual ou coletiva, deve ter um tema principal, um título. Uma exposição reúne artistas que utilizam técnicas similares ou tratam sobre a mesma ótica determinado assunto. As exposições coletivas geralmente reúnem pinturas, esculturas, fotografias ou ambas, chamada técnica mista. O lugar para realizar uma exposição pode ser desde um saguão de um clube até uma Universidade. Geralmente as exposições são organizadas pelos próprios artistas, ou um curador, ou um órgão público ou privado. Em algumas exposições, as obras não podem ser comercializadas, principalmente quando estão em instituições ou locais públicos.
SALÃO DE ARTE
É um evento muito valorizado pelos artistas, pois sempre há um júri técnico e a participação é feita por meio de uma inscrição. A cada salão há uma série de exigências, mas basicamente o artista deve enviar 3 fotos das obras de boa qualidade e tamanho, justificando o trabalho e currículo. Em muitos casos há uma premiação que pode ser em dinheiro, ou outros tão valiosos ou mais como viagens para aperfeiçoamento ou residência quando o artista é custeado por um período determinado. Nos Salões de Arte as obras são apenas exibidas, sem comercialização.
LEILÃO
Num leilão de Arte as obras passam por uma rigorosa avaliação para ver principalmente a autenticidade. A comercialização é feita por meio de lances e tudo vai depender da oferta e procura. São nestes locais onde acontecem as maiores surpresas como o que aconteceu em 1987, quando o quadro os “Girassóis” de Van Gogh foi vendido por U$ 39,9 milhões. Recentemente a obra de Bansky, “A Menina e o Balão”, que havia sido vendida por 1 milhão de libras, após a autodestruição, quase total da obra, ela automaticamente dobrou de valor em segundos. Bansky que tem em seu trabalho a assinatura da irreverência, a clandestinidade e o protesto com relação ao mercado de Arte, conseguiu surpreender.
GALERIAS
As galerias têm o foco na venda, geralmente para colecionadores, mas, suas portas estão abertas ao público em geral, portanto, também têm uma função social, mesmo que indiretamente. Às galerias cabem as funções de selecionar artistas, curadores, realizar vernissages, catálogos, ter uma cartela de clientes e colecionadores e profissionais ligados a este mercado como designer, arquitetos, etc.
CENTRO CULTURAL
Diferentemente dos museus que precisam ter documentação e a conservação, o Centro Cultural pode ter um maior número de atividades como aulas de dança, pintura, desenho e as exposições e curadores são sempre voláteis. Nestes espaços costuma-se expor as obras dos alunos que frequentam os ateliês de pintura.
MUSEU
É um lugar que vai além da exposição. Um museu tem o objetivo de perpetuar e contar a história e a cultura de um povo, de uma cidade, de um país. Podem ser privados, públicos ou mistos. Além de exposições com acervos permanentes, tem exposições e acervos itinerantes. A curiosidade aqui é que museus não abrigam apenas obras de Arte, há museus de todo tamanho, formato e tipos. Tem até o Museu da cachaça!
BIENAIS, TRIENAIS E GRANDES EVENTOS DE ARTE
Estes eventos são fundamentais, pois além de disseminar a Arte e Cultura, promovem e incentivam o turismo. As Bienais mais famosas e tradicionais são a de Veneza (Itália), a de São Paulo (sim não somos destaque só nas coisas negativas) e também temos agora a nossa Bienal conhecida como Bienal de Curitiba (a antiga Vento Sul). A documenta de Kassel (Alemanha) acontece de cinco em cinco anos e a pequena e encantadora cidade alemã fica completamente envolvida com atividades artísticas culturais. A grandiosidade dos eventos artísticos, ou seja, não apenas obras expositivas, mas performances, palestras, etc. pontuam este ramo. Há sempre um tema que direciona, faz um viés (uma costura) entre tudo que é apresentado. A 33ª. Bienal de SP neste ano traz o tema “Afinidades Afetivas” buscando objetividade em um mundo de informações fragmentadas.
Uma obra de Arte não é apenas uma foto, uma pintura, é algo que tem um significado para você. E neste caso, nem precisa combinar com o sofá ou cortinas. A aquisição de uma obra de Arte deve acontecer pelo campo emocional, afetivo, pelo conhecimento, mas também pode ser um grande investimento, mas rentável do que qualquer outro. Se o artista morre então, o preço já aumenta automaticamente. Bom, eu quero ver minhas obras valorizadas em vida, bem vivinha.
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