Escritora publica cordéis sobre a Amazônia unindo biologia e arte visual
“Brilhos na Floresta em Cordel” e “A Vida Escondida da Floresta do Rio Negro em Cordel” ganham vida nas mãos de Cíntia Moreira Lima, professora que faz da literatura a voz do Nordeste
A Amazônia, com biodiversidade única e desafios ambientais crescentes, nunca foi tão acessível por meio da arte. Com a adaptação dos livros “Brilhos na Floresta” e “A Vida Escondida da Floresta do Rio Negro” para cordéis ilustrados, Cíntia Moreira Lima, cordelista e professora de Ciências Biológicas pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB), revela uma nova faceta da literatura popular nordestina: a imersão científica e ambiental. Em parceria com os designers Bruno Máximo e Pedro Henrique, a escritora transforma histórias de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em narrativas lúdicas, oferecendo ao público não apenas uma leitura poética, mas uma verdadeira viagem ao coração da floresta tropical.
Com os pés nas ciências e a arte no coração, Lima tem como principal característica combinar o ritmo envolvente do cordel com a profundidade científica das obras originais. Enquanto “Brilhos na Floresta em Cordel” explora as descobertas sobre organismos bioluminescentes na Amazônia, “A Vida Escondida da Floresta do Rio Negro em Cordel” demonstra, de maneira vívida e acessível, os ecossistemas únicos da fauna e flora do Rio Negro.
A autora afirma que, muito mais do que arte, os cordéis são ferramentas pedagógicas. “É uma maneira de falar sobre a natureza e a ciência de forma simples e profunda, seja na cidade ou no interior do Nordeste. Ao integrar a biologia e a arte visual, espero que as pessoas se conectem com os conceitos científicos e com a beleza da Amazônia, que, muitas vezes, fica distante da maioria dos brasileiros”.
Este ano, dados da Embratur e da Polícia Federal apontaram que a região amazônica recebeu 22,21% de turistas internacionais a mais do que em 2023, reforçando uma visibilidade mais próxima da sociedade. Além do impacto educacional e cultural, os cordéis ilustrados criados por Cíntia são envolvidos pela xilogravura digital e por QR codes que transformam o tradicional folheto em um conteúdo interativo, permitindo ao leitor explorar ainda mais as maravilhas da floresta por meio de imagens e informações complementares.
A proposta de integrar a tecnologia de QR codes aos cordéis é um exemplo claro de como a literatura popular pode se adaptar aos tempos modernos e, ainda assim, manter raízes culturais. Mesclando recursos inovadores com artes milenares como a escrita e os cordéis, é possível proporcionar uma nova forma de aprendizagem sobre a importância da preservação ambiental, como reflete Lima.
“Os cordéis são uma janela para o que é desconhecido para muitos. Fungos que brilham no escuro, o som de uma floresta em plena madrugada ou o comportamento das espécies que habitam os rios amazônicos. O cordel nos permite, de uma maneira lúdica e simples, entender a complexidade da floresta e seu valor para o planeta. E eu espero que, ao virar essas páginas, as pessoas não apenas aprendam mais sobre a Amazônia, mas sintam-se inspiradas a agir pela sua proteção”.
Sobre a Cíntia Moreira Lima:
Formada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela IFPB, Cíntia Moreira Lima é autora de cordéis ilustrados com temática ambiental e professora da Prefeitura de João Pessoa/PB, onde nasceu e mora até hoje. Com o passar dos anos, a profissional uniu a paixão pela literatura popular ao conhecimento científico, adaptando pesquisas sobre a Amazônia em formato de cordéis como “Brilhos na Floresta” e “A Vida Escondida na Floresta”. Inspirada pela natureza para produzir obras, a missão da escritora é aproximar a literatura de cordel da cultura brasileira, como uma ferramenta lúdica e interativa de educação ambiental e visibilidade do Nordeste.
Aline Arbache
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