Escola humanizada busca igualdade em meio às diferenças

*Por Karla Lacerda

A escola é, antes de tudo, um lugar de humanização. Por isso, temos sempre que nos pautar por valores que ampliem e aprofundem nossa capacidade de apreender, de sensibilizar, de analisar e de julgar com retidão e bom senso nossas ações no mundo para com a gente mesmo, para com os outros e toda a natureza. Humanizar-se, portanto, leva a escola a repensar as práticas pedagógicas constantemente, afinal, é pela dinâmica dos encontros que nos guiamos à prática do altruísmo e da busca pela igualdade dentro das diferenças que cada um traz em sua personalidade e modo de ser. É fundamental que o conhecimento desses valores não seja apenas uma teoria, mas uma ação constante.

Cada vez mais, num mundo que parece tão conectado às redes virtuais e tão desconectado da realidade social, precisamos mostrar que somos uma ponte para o conhecimento e para a melhoria das relações humanas. 

A própria Constituição Federal defende, no artigo 205, que a educação deve garantir “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Legislação de 1996 determina que a escola deve exercer um papel humanizador e socializador, além de desenvolver habilidades e competências que possibilitem a construção do conhecimento e de valores necessários à conquista da cidadania plena.

No Colégio Progresso buscamos apoiar toda e qualquer iniciativa que ajude no desenvolvimento interpessoal, intelectual e cultural de cada um de nossos alunos e alunas. Olimpíadas escolares, concursos científicos e festivais culturais fazem parte da nossa dinâmica de colégio humanista e integrado às questões contemporâneas. Neste primeiro semestre, estamos participando das olimpíadas de Biologia, Matemática e História do Brasil, escolhidas junto aos alunos e alunas, levando em conta avaliações, atividades e apresentações escolares para não sobrecarregá-los nem transformar o que deve ser prazeroso em um fardo exaustivo.

Do teatro, da música, do cinema, vêm grande parte do nosso aprendizado e inspiração, além do incentivo às múltiplas linguagens de expressão artística, temos os clubes de música e literatura semanais, entre outros. Todo ano trabalhamos ensaios e apresentações teatrais, também em festivais, como forma de autoafirmação de cada um e para a exposição de novas formas de ver e sentir que acreditamos.

Sempre, neste período, começamos também um importante trabalho individual de pesquisa, dividido em quatro meses, ensinando a cada um e a cada uma, a partir de um professor(a)-orientador(a), o encantamento pelo fazer científico. Com um objeto de estudo determinado, escolhido pelo aluno e aluna, se aprende que, independentemente da área, é fundamental a leitura, a referência de bibliografias científicas e a apresentação de uma tese para sustentar  uma ideia que sirva à humanidade local e mundial. 

O interesse dos alunos pelo conhecimento e a responsabilidade do educador de estimular habilidades e competências são parte da humanização do ensino e aprendizado. Essa missão ganha ainda mais razão se levarmos em conta que, em 2019, o Brasil somava mais de 2 milhões de estudantes reprovadas(os), cerca de 8% do total de matriculados, e que 1,1 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar obrigatória estavam fora da escola, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). 

A educação humanizada entende o estudante como um indivíduo completo, com seus sonhos, medos, vocações, expectativas e capacidades. Cada um deles precisa ser compreendido em sua integralidade e os aspectos emocionais têm importância no processo de ensino.

Portanto, humanizar-se é a regra, educar-se é o processo, a escola é a estrada e a meta. E pelos nossos princípios, a meta é o destino que cada um construir, conforme sua liberdade! Trabalhamos para isso. Esse é o nosso Progresso! 

*Karla Lacerda é educadora com formação diferenciada, diretora do Colégio Bilíngue. Pertence a uma família de artistas de teatro e mora dentro de um teatro com marido, filha, genro e pai, relacionados aos mais diversos ramos das artes. Cursou faculdade de desenho industrial voltada ao teatro, faculdade de teatro e de pedagogia. Iniciou sua carreira de educadora aos 14 anos. Tem várias especializações em formação de professores. Atua como diretora pedagógica, professora universitária, proprietária de escola de teatro e atriz. Também é a palhaça Quintina, politizada e crítica.

Fabricio Junqueira – Betini Comunicação

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