ENTREVISTA COM O ILUSTRADOR GUILHERME BEVILAQUA – O PROFESSOR LAQUA

Professor Laqua | Foto: Mari Marques / Divulgação

Especial por ocasião do lançamento do livro “Galinhos na Cabeça” de Fábia Panisson Pinzetta

Sobre o Livro e o Ilustrador

“Galinhos na Cabeça” é um livro infantil inspirado na história real de Maria, uma menina que encontrou na imaginação a força para enfrentar o tratamento contra tumores na cabeça. Escrito por sua mãe, Fábia Panisson Pinzetta, a obra transforma um momento desafiador em uma jornada de superação e esperança, mostrando como a criatividade pode ser um refúgio poderoso.

As belíssimas e coloridas ilustrações são assinadas por Guilherme Bevilaqua, conhecido como Professor LAQUA, um artista que traduziu em imagens o universo fantástico criado por Maria, tornando sua experiência hospitalar mais leve e cheia de cor.

Além de emocionar, o livro tem um propósito social: parte das vendas será revertida para hospitais infantis, ajudando outras crianças a enfrentarem desafios semelhantes.

Maiores informações sobre o Professor LAQUA Instagram.com/professorlaqua

Contato: 41- 99852-0594

A seguir, uma entrevista exclusiva para a Coluna KV com o ilustrador Guilherme Bevilaqua, o Professor LAQUA.

Professor Laqua | Foto: Mari Marques / Divulgação

Entrevista exclusiva para a Coluna KV

Professor LAQUA, a arte tem um poder transformador, tanto para quem cria quanto para quem a aprecia. Como foi para você ilustrar “Galinhos na Cabeça”, um livro com uma temática tão delicada?

Num primeiro momento, ao ler o livro da autora Fábia Panisson Pinzetta, tive um choque e senti um pouco de medo pela complexidade do tema. Mas com minha experiência – na época, já havia ilustrado cerca de dez livros – e os fundamentos da ilustração narrativa, fiz o que acredito ser essencial para um bom ilustrador infantil: colocar-se no lugar do leitor, as crianças.

Pensar como criança é a chave para criar um livro que cative, estimule a criatividade e envolva o pequeno leitor, fazendo com que ele queira ler a obra inúmeras vezes. Assim, mergulhei na história e imaginei como a protagonista, Maria Heloísa, enxergaria sua realidade hospitalar de forma lúdica e leve. Optei por elementos circenses para sustentar essa narrativa visual.

As crianças se expressam naturalmente por meio do desenho e da imaginação. Como você acredita que a arte pode ajudar os pequenos a lidarem com desafios e emoções, como aconteceu com Maria?

As crianças crescem em um mundo repleto de estímulos visuais, cores e movimento. Os livros infantis desempenham um papel fundamental nesse processo, pois trazem ideias, soluções e desafios que se relacionam com suas realidades.

Em Galinhos na Cabeça, Maria vê sua jornada pelo tratamento de forma lúdica e positiva, criando um ambiente mais acolhedor para enfrentar o desafio. Os personagens foram construídos com movimento, expressões faciais e elementos fantasiosos, refletindo o jeito como as crianças percebem o mundo em suas brincadeiras. Além disso, a história nos ensina que Maria venceu a morte com o apoio dos médicos e da família, que sempre mantiveram viva a fé e a esperança.

Como foi o seu processo criativo para dar vida às ilustrações de “Galinhos na Cabeça”?

O processo de ilustração de um livro infantil começa com a leitura atenta do texto, analisando os cenários e personagens. A partir disso, inicio a criação dos personagens, respeitando as sugestões da história.

Depois, parto para a fase do storyboard, onde todas as páginas são ilustradas apenas em traços, para que se tenha uma visão completa da narrativa visual. Após aprovação, as ilustrações são redesenhadas em um papel especial – no caso de Galinhos na Cabeça, utilizei papel francês Arches Satinado 300g, 100% algodão – e então são pintadas manualmente.

Por fim, as ilustrações são escaneadas e seguem para a diagramação, onde o texto e a arte são harmonizados no projeto gráfico final.

O impacto da imagem na literatura infantil é imenso. Você tem lembranças de ilustrações que marcaram sua infância e influenciaram seu trabalho?

Sim! Três livros marcaram minha vida em momentos distintos:

  • Pinote, o Fracote e Janjão, o Fortão (ilustrado por Alcy Linares): Me identifiquei profundamente com a história e encontrei nele ferramentas para lidar com bullying na escola.
  • O Menino Maluquinho (Ziraldo): Esse livro despertou meu desejo de ser ilustrador. Sua criatividade e narrativa visual única me fascinaram.
  • Onde Está Wally? (Martin Handford): Aos 12 anos, descobri o quanto uma ilustração pode ser rica, divertida e cheia de detalhes, um conceito que levo para o meu trabalho até hoje.

Você acredita que a produção artística deveria estar mais presente no cotidiano das crianças? Qual o papel dos pais, da escola e da sociedade em incentivar esse contato desde cedo?

Sem dúvida! A arte desenvolve a sensibilidade, a criatividade e a motricidade fina das crianças. Desde cedo, os pequenos são expostos a livros ilustrados, animações e brinquedos visuais, que são seu primeiro contato com o mundo artístico.

Por isso, pais, escolas e sociedade devem incentivar esse contato. Museus, oficinas, livros e filmes são ferramentas essenciais para que as crianças desenvolvam uma percepção artística mais profunda e sensível.

Ilustrar livros infantis no Brasil tem seus desafios, mas também um impacto profundo na formação de novos leitores. Como você enxerga o papel do ilustrador nesse cenário?

O ilustrador é um coautor, pois sua arte dá vida e complementa a narrativa escrita. Seu papel é educar visualmente, alimentar emoções e estimular a imaginação das crianças.

Além disso, percebo que ainda há pouca formação direcionada para ilustradores infantis. A maioria é autodidata e acredita que basta desenhar bem, quando, na verdade, um ilustrador precisa criar narrativas e evocar emoções por meio de sua arte.

Pensando nisso, desenvolvi uma Pós-graduação em Ilustração Infantil, que proporciona uma formação completa para novos ilustradores, ensinando desde a interpretação do texto até a finalização gráfica do livro.

Deixe um recado aos leitores da Coluna KV e, se possível, uma dica para apreciar esse universo criativo da ilustração.

Para os pais, recomendo que invistam em livros ilustrados ricos em história e lições, pois são ferramentas poderosas para estimular o imaginário e a criatividade das crianças.

Se possível, matriculem seus filhos em oficinas de ilustração e arte, permitindo que desenvolvam uma percepção mais sensível e expressiva. Isso certamente fará com que, na vida adulta, enxerguem o mundo com mais humanidade e esperança.

Estudo do ilustrador Professor LAQUA para o livro “Galinhos da Cabeça” / Arquivo do Projeto: imagem cedida para a entrevista.
Ilustração do Professor LAQUA publicada no livro “Galinhos da Cabeça” / Divulgação

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“Galinhos na Cabeça” está disponível na plataforma Catarse, onde qualquer pessoa pode apoiar a publicação do livro e ajudar a levar essa história inspiradora para mais famílias.

Acesse e contribua:
https://www.catarse.me/galinhosnacabeca?ref=project_link

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1 Comentário on ENTREVISTA COM O ILUSTRADOR GUILHERME BEVILAQUA – O PROFESSOR LAQUA

  1. Luis Rei de Melo // 10 de fevereiro de 2025 em 20:02 //

    O professor Laqua mudou minha visão sobre o “desenhar”. Ele simplesmente escancarou a porta e me mostrou o caminho.
    E um Mundo Maravilhoso se me apresentou então.
    Muito, muito, muito obrigado, Professor.

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