ENTREVISTA – ARTE CÍTRICA: UM MANIFESTO VISUAL E SENSORIAL

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Com a diretora geral da Revista Cítrica, Tathy Zimmermann.
Mais do que uma revista, Arte Cítrica é um manifesto em defesa do pensamento crítico e da liberdade criativa. Com edições bilíngues, promove diálogos profundos sobre arte e cultura contemporânea, destacando artistas e suas trajetórias.
Na edição inaugural, na seção VITRINARTE, tive a honra de participar, juntamente com outros artistas.
A Arte Cítrica já está disponível e convida leitores e apreciadores de arte a explorarem um conteúdo que desafia os padrões estabelecidos e expande horizontes. Afinal, a arte existe para questionar, provocar e transformar.
Acompanhe em www.artecitrica.art e no Instagram @arte.citrica
A seguir, uma entrevista com a diretora geral da Revista Cítrica, Tathy Zimmermann.

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Tathy, a Arte Cítrica se apresenta como mais do que uma revista, um verdadeiro manifesto. Como surgiu essa ideia e quais foram os maiores desafios para transformar esse conceito em realidade?
A ideia surgiu após eu ser convidada a expor alguns trabalhos em revistas de Arte. A maior parte dessas revistas possuem grande qualidade de forma e conteúdo, entretanto, elas cobram um valor muito alto pela participação e esse valor aumenta conforme o que o artista quer apresentar. Isso inviabiliza para muitos artistas. Outra coisa que me chamou a atenção é que a maior parte dessas revistas são uma coletânea de artistas. Quase como um catálogo. E as revistas que trazem mais conteúdos voltados à cultura ou teoria da arte são menos conhecidas ou atingem um público mais restrito. Assim, pensei em unir ambas as coisas: dar oportunidade tanto para artistas quanto para pesquisadores, filósofos, historiadores e outros, sem o ônus financeiro, procurando qualidade de conteúdos de forma acessível para todos as pessoas que se interessam por arte.
A edição inaugural já chega com um propósito ousado: provocar reflexões e desafiar o óbvio. Em um mundo saturado de informações, como a Arte Cítrica pretende manter seu conteúdo relevante e instigante para o público?
Esse é nosso grande desafio e nosso grande sonho. Eu comecei o projeto sozinha, rascunhando as primeiras ideias e pensando justamente nessa sua pergunta, fui convidando pessoas para se juntar a mim, conversar e trazer outros pontos de vista. Como a revista é gratuita, tanto a participação quanto a circulação, o trabalho para fazer a revista existir é pelo amor à causa. Assim reuni um pequeno Conselho Editorial para definir temáticas e manter a relevância da revista. Minhas duas incríveis parceiras de equipe estão dividindo comigo o trabalho hercúleo de trazer a revista ao mundo. Esperamos que, com o tempo, outras pessoas possam se unir a nós nessa empreitada.
O nome ‘Arte Cítrica’ traz uma conotação de acidez, crítica e frescor. Como essa identidade se reflete no projeto gráfico e na curadoria de conteúdo da revista?
Com relação ao projeto gráfico, eu sou a responsável pela diagramação. Embora não tenha formação na área, estou aprendendo ao longo do caminho, tenho estudado sobre o assunto e melhorando conforme aplico o que estou estudando. Escolhi uma paleta de cores que tivessem uma relação com as cores cítricas, frutas tropicais, me inspirando no Brasil. Já a respeito do conteúdo, temos o cuidado de convidar pessoas que sejam especialistas em suas áreas, que possam agregar com artigos que possuam referências, que sejam parte de uma pesquisa legítima. Não temos a pretensão de publicar artigos científicos, porém os ensaios e artigos publicados precisam ter qualidade e profundidade, uma vez que queremos alcançar especialistas, mestres ou doutores nas áreas relacionadas ao estudo da arte, mas também queremos ser acessíveis para estudantes e para toda e qualquer pessoa que se interesse pelos nossos assuntos. Sem elitismos e sem distinção. Por fim, e o mais importante, queremos valorizar os artistas vivos, contemporâneos, deixamos para a História da Arte escrever sobre aqueles que já foram consagrados – aliás, há uma seção, denominada “Memento Ars”, destinada a isso na Arte Cítrica. Temos o cuidado de trazer artistas que estão desenvolvendo suas pesquisas e seus trabalhos, que estão produzindo arte, apesar das dificuldades da atualidade.
A publicação é bilíngue, ampliando seu alcance para um público internacional. Como foi o processo de pensar a Arte Cítrica para dialogar com diferentes culturas e perspectivas?
Desde o início, a ideia era fazer uma publicação bilíngue. Tenho amigos brasileiros que vivem em diferentes países pelo mundo, que poderiam ler a revista em português, mas quero acreditar que esses amigos podem apresentar a revista para seus colegas nesses países. Além disso, tenho colegas artistas, com quem tive a honra de participar de algumas exposições coletivas, que são de vários países do mundo. Assim, pensando nessas pessoas, busquei fazer uma revista que também fosse acessível para aqueles que não leem em português. Não queremos abrir mão de nosso idioma, queremos levá-lo, junto com a cultura brasileira, para o mundo. Mas temos consciência de que para sermos ouvidos, ou no caso lidos, precisamos dialogar em um idioma que seja reconhecível.
A seção VITRINARTE, presente na edição inaugural, destaca trajetórias que inspiram. Como foi a curadoria dessa seção e o que podemos esperar das próximas edições?
VitrinArte foi a primeira seção da Arte Cítrica. Foi ela que iniciou todo o projeto, que foi ganhando corpo e se expandindo para os demais conteúdos. Para a Edição Zero, convidamos artistas que admiramos e conhecemos o trabalho, alguns não puderam aceitar o convite e esperamos que possam participar de uma próxima edição. A curadoria dessa seção procura artistas que realmente estejam desenvolvendo pesquisas poéticas e técnicas, que estejam produzindo consistentemente seus trabalhos. Está em nossa missão: “expandir horizontes, despertar mentes e dar visibilidade a vozes criativas que merecem ser ouvidas, seja através das obras de artistas emergentes ou das análises e ensaios que estimulam a reflexão crítica”, assim, queremos mostrar que existem artistas que estão produzindo, que estão lutado contra essa imensa corrente que desvaloriza todas as manifestações culturais.
A Arte Cítrica se propõe a ser um espaço de liberdade de expressão e pensamento crítico. Em tempos de polarização, qual a importância de preservar essa independência editorial?
Como historiadora (que sou além de artista), eu particularmente não concordo com essa narrativa de polarização – explico: durante a Guerra Fria, existia sim uma polarização. Na atualidade, falar em “comunismo” é anacrônico, desinformação ou discurso tendencioso e manipulador – porque “polarização” implica em polos distintos e diametralmente opostos. Nós vemos hoje no mundo um crescimento de uma extrema direita, sim, mas não há uma extrema esquerda. Chamar China de extrema esquerda é falta de conhecimento histórico e geopolítico, Coreia do Norte não é oposição suficientemente forte para chamarmos de polarização. Mas vemos, não só no Brasil, um recrudescimento do conservadorismo, de ideias retrógradas, um fortalecimento das direitas e das extremas direitas, um apego à arte clássica e acadêmica – circula pelas redes sociais muito vídeos e postagens que servem como exemplo: “como saímos disso… para isso…” em uma aberta crítica à arte, arquitetura, música, moda, etc., atuais, buscando um retorno aos paradigmas de mais de um século atrás – existe uma desvalorização das ciências de modo generalizado. Dessa forma, precisamos manter nossa voz, nossa independência editorial, é nossa luta em defesa da arte, do pensamento crítico, da liberdade criativa e da expressão genuína.
Deixe um recado aos leitores da Coluna KV e faça um convite para visitarem a Revista Arte Cítrica.
Para quem é artista, a arte é como respirar. Não fazer arte não é uma opção, porque é mais forte que tudo. Arde na pele. A arte pode ser um afago, mas também um choque. Pode ser doçura e acidez, encanto e provocação. Ela nos faz rir, nos desconcerta, nos obriga a ver o mundo – e a nós mesmos – de outro jeito. A revista Arte Cítrica nasceu desse desejo: trazer à tona reflexões afiadas, olhares inesperados e o brilho da criação viva. É um espaço onde a arte respira, questiona e transforma. Se você acredita que a arte é mais que contemplação – que ela pode ser um grito, um sussurro ou um convite à mudança – então essa revista é para você. Venha sentir a acidez da arte e descubra o que está por trás desse olhar cítrico. A revista está disponível no endereço: www.artecitrica.art e também é possível ter um contato diário pelo perfil @arte.citrica no Instagram.

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