DIA DO PROFESSOR?!

DIA DO PROFESSOR?!

Há poucos motivos para comemorar

Educar é preciso, parafraseando Camões “Navegar é preciso, viver não é preciso”, leva-nos a refletir sobre o significado de descobrir novos horizontes no caminho da educação. Navegar, simbolicamente ilustra o desejo incessante de aventura, sentimento inerente ao ser humano.  Hoje, 15 de outubro, há poucos motivos para se comemorar, pois temas referentes à educação, só vêm à tona quando acompanhados por crime, violência, bullying, ou seja, desgraça mesmo! A aventura e o prazer da descoberta estão ancorados no fundo do mar da corrupção (em todos os sentidos).
E, quando o tema é o professor, a mídia coloca em nossos ombros, que na maioria das vezes, só têm giz e louça, todas as dores do mundo. E os pais que não sabem como criar seus filhos, esperam que os professores possam “dar um jeito”. Mas, colocar a profissão de professor como sacerdócio, ou missão, é simplesmente ridículo. Acredito que esta função ‘deveria’ ser a dos governantes. Afinal, quem ocupa um cargo público, democraticamente eleito pelo povo, teria como ponto principal pensar o que é melhor para a sociedade e trabalhar para a coletividade, além de atender as reivindicações da população.

Portanto, se eu quisesse uma profissão que fosse “santificada”, seria freira, monge budista, e não professora. Sou professora há mais de 20 anos. Em São Paulo, atuei como professora em escolas da rede privada e pública, sendo concursada na rede estadual. Desiludida, chateada e irritada, pedi exoneração. Não queria mais ser professora. Retornei, pois tenho paixão pela profissão e sou valorizada nas escolas onde leciono. Mas, quero que a profissão seja valorizada. Quero que todos os profissionais da área de educação sejam valorizados!

 Agora, para encerrar este artigo, recorro à frase do professor e pastor, o norte americano Willian Arthur Ward, “O professor medíocre conta. O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor inspira.” E ninguém se inspira em fracassados! Professores valorizados refletem numa sociedade mais justa e evoluída.

Katia Velo: curadora, consultora, colunista e professora de Arte, diretora de comunicação da APAP/PR.

Fonte: Jornal A VOZ DA EDUCAÇÃO responsável Celso Wesley Ribas