DALTON TREVISAN É UM DOS VENCEDORES DO 10º PRÊMIO PORTUGAL TELECOM DE LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA
- · Autor foi premiado na categoria Conto
- · Na categoria Romance o vencedor é Valter Hugo Mãe
- · Na categoria Poesia, o vencedor é Nuno Ramos
Paraná, 27 de novembro de 2012 – O escritor paranaense Dalton Trevisan venceu, na categoria Conto, o 10º Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa. Valter Hugo Mãe ganhou o prêmio como melhor Romance, enquanto Nuno Ramos, Poesia. A cerimônia de entrega do Prêmio ainda consagrou o português Valter Hugo Mãe. O escritor e poeta foi agraciado com o Grande Prêmio, escolhido entre os vencedores das três categorias da edição 2012. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26), no Auditório do Ibirapuera, em evento que contou coma presença dos autores e de outras personalidades da Cultura brasileira.
O curitibano Dalton Trevisan, vencedor da categoria Conto com a obra O anão e a ninfeta, tem mais de 40 livros publicados, em 50 anos de carreira. Já conquistou o Prêmio Portugal Telecom em 2003, com o livro Pico na veia, e em 2007, com a obra Macho não ganha flor. Em 2012 o escritor foi eleito por unanimidade o vencedor do Prêmio Camões, principal reconhecimento da literatura em língua portuguesa, criada em 1988 por Brasil e Portugal. O escritor ainda venceu quatro vezes o prêmio Jabuti, entre 1960 e 2011.
Nascido em Angola, em uma cidade chamada Henrique de Carvalho, Valter Hugo Mãe foi premiado por seu último livro, A máquina de fazer espanhóis, segundo título de ficção mais vendido em 2010 em Portugal. Trata-se do quarto volume de uma tetralogia formada pelos romances: O nosso reino (2004), O remorso de baltazar serapião (2006, vencedor do Prêmio Saramago) e O apocalipse dos trabalhadores (2008).
Um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira, Nuno Ramos é autor de livros de contos, ficção, poesia e ensaios biográficos, e foi premiado por sua obra Junco. Formado em filosofia, o artista multimídia foi o ganhador do prêmio Portugal Telecom em 2009, com Ó. Nuno Ramos atualmente está com uma instalação no Rio de Janeiro na qual mostra diversos objetos pessoais, e outros coletados aleatoriamente, que serão todos destruídos ao final da exposição.
10ª edição do Prêmio
Os conceitos norteadores do prêmio são a transparência em todo o processo e o caráter democrático das três etapas de votação.
Atendendo às solicitações de curadores de várias edições, pela primeira vez os 60 primeiros classificados e os 12 finalistas foram votados separadamente, em três categorias: poesia, romance e conto/crônica. O vencedor de cada categoria recebeu um prêmio no valor de R$ 50 mil. Valter Hugo Mãe, escolhido dentre os três vencedores como o ganhador do Grande Prêmio Portugal Telecom, levou R$ 50 mil adicionais.
O Prêmio Portugal Telecom é um prêmio jovem que se consolidou nestes 10 anos devido à estrutura de seu regulamento e à sistemática de votação que impede a manipulação dos resultados, bem como a preferência por ilustres ou consagrados. Todos os publicados no ano em questão, anterior ao ano da premiação, dispõem de oportunidade igual, razão porque, ao final, pôde-se chegar a um número de finalistas efetivamente representativos da atual literatura em língua portuguesa publicada no Brasil.
Finalistas
Os demais livros finalistas da categoria poesia foram: Escarpas, do poeta português Gastão Cruz, que estreou na literatura em 1961 e, desde então, reúne extensa produção literária; Vesúvio, de Zulmira Ribeiro Tavares, um dos grandes nomes do panorama da poesia brasileira do século XX; e Da arte das armadilhas, segundo livro de poesia da jovem poeta mineira Ana Martins Marques.
Na categoria romance, os concorrentes eram o estreante Bernardo Kucinski, com seu primeiro romance K., Michel Laub, com Diário da queda e Julián Fuks, com Procura do romance.
Para completar, a lista de finalistas incluiu contistas com boa receptividade da crítica, como Sérgio Sant’Anna (ganhador do prêmio 2004), com O livro de Praga; João Anzanello Carrascoza, com Amores mínimos; e Evando Nascimento, com Cantos do mundo.
Os 12 finalistas foram selecionados dentre 60 livros concorrentes, dos quais 54 são de autores brasileiros, cinco portugueses e uma de São Tomé e Príncipe.
60 book trailers
As 60 obras concorrentes ganharam book trailers criados especialmente para o Prêmio por alunos da Oi Kabum!, escola de arte e tecnologia do Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi. Os jovens, que têm entre 16 e 21 anos e são moradores de comunidades do Rio, Belo Horizonte e Salvador, foram desafiados a produzir vídeos de 30 a 45 segundos que traduzissem o universo de cada livro para a linguagem audiovisual.
O resultado, que pode ser conferido no site do Prêmio (www.premioportugaltelecom.com.br), é uma coleção inovadora de vídeos que exploram técnicas diversas de produção e animação, como a computação gráfica, o stop-motion, a rotoscopia e o “live action”, com atores reais, e que se aproximam mais da vídeo-arte que da publicidade. O projeto, que envolveu cerca de 30 alunos e seis educadores da Oi Kabum! durante três meses, começou com uma imersão dos jovens nas 60 obras literárias concorrentes e com workshops de experimentação audiovisual.
Vencedores dos 10 anos do Prêmio
Nestes 10 anos de existência, 32 obras de 12 editoras receberam o Prêmio Portugal Telecom, sendo 18 romances, 8 livros de contos e 6 livros de poesia. Os vencedores foram:
VENCEDORES 2012
Categoria Poesia: Junco, Nuno Ramos
Categoria Romance: A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe
Categoria Conto/crônica: O anão e a ninfeta, Dalton Trevisan
Prêmio Portugal Telecom 2012: A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe
VENCEDORES 2011
Passageiro do fim do dia, Rubens Figueiredo – Companhia das Letras
Uma viagem à Índia, Gonçalo Tavares – Leya
Minha vida alheia, Marina Colassanti – Record
VENCEDORES 2010
Leite derramado, Chico Buarque – Companhia das Letras
Outra vida, Rodrigo Lacerda – Alfaguara
Lar, Armando Freitas Filho – Companhia das Letras
VENCEDORES 2009
Ó, Nuno Ramos – Iluminuras
Acenos e afagos, João Gilberto Noll – Record
A arte de produzir efeito sem causa, Lourenço Mutarelli – Companhia das Letras
VENCEDORES 2008
O filho eterno, Cristovão Tezza – Record
Eu hei-de amar uma pedra, Lobo Antunes – Alfaguara
Antonio, Beatriz Bracher – Editora 34
O sol se põe em São Paulo, Bernardo Carvalho – Companhia das Letras
VENCEDORES 2007
Jerusalém, Gonçalo Tavares – Companhia das Letras
Macho não ganha flor, Dalton Trevisan – Record
História natural da ditadura, Teixeira Coelho – Iluminuras
VENCEDORES 2006
Cinzas do norte, Milton Hatoum – Companhia das Letras
História dos ossos, Alberto Martins – Editora 34
Duas praças, Ricardo Lísias – Editora Globo
VENCEDORES 2005
Os lados do círculo, Amílcar Bettega Barbosa – Companhia das Letras
O falso mentiroso, Silviano Santiago – Rocco
Histórias mirabolantes de amores clandestinos, Edgard Telles Ribeiro – Record
VENCEDORES 2004
Macau, Paulo Henriques Britto – Companhia das Letras.
O vôo da madrugada, Sérgio Sant’Anna – Companhia das Letras
A margem imóvel do rio, Luiz Antonio de Assis Brasil – LP&M
VENCEDORES 2003
Nove noites, Bernardo Carvalho – Companhia das Letras
Pico na veia, Dalton Trevisan – Record
A regra secreta, Sebastião Uchoa Leite – Editora Landy
Horizonte de esgrimas, Mário Chamie – Funpec Editora
A seleção
A edição de 2012 contou com uma curadoria formada pela curadora-coordenadora Selma Caetano, pelos especialistas José Castello (literatura brasileira) e Madalena Vaz Pinto (literatura portuguesa), além da perita em literatura africana Tania Celestino de Macedo. A curadoria responde pelos resultados de todas as etapas do Prêmio e participa da composição de todos os júris.
Os 274 jurados que selecionaram os 60 nomeados também definiram a composição do júri final, formado por Alcides Villaça, Antonio Carlos Secchin, Benjamin Abdala Júnior, Leyla Perrone Moisés, Manuel da Costa Pinto e Maria Esther Maciel. Esta edição teve na primeira etapa 502 livros inscritos, todos publicados no Brasil em 2011.
Na 9ª edição do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, realizada em 2011, o vencedor foi Rubens Figueiredo, com seu “Passageiro do fim do dia”, seguido de “Uma viagem à India”, do português Gonçalo M. Tavares, e de “Minha Guerra Alheia”, de Marina Colasanti.
Deixe um comentário