Curadoras Juliana Gontijo e Pollyana Quintella ampliam o diálogo sobre práticas curatoriais e metodologias de pesquisa
Acontece no dia 10 de maio, no Museu da Moda de Belo Horizonte, a primeira edição do ‘Diálogos MAP’, iniciativa que integra o programa de residência artística do Museu de Arte da Pampulha
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Viaduto das Artes, realiza o primeiro “Diálogos MAP” da 9ª edição do Bolsa Pampulha, no dia 10 de maio. Dando início às atividades planejadas para desenvolvimento das pesquisas dos bolsistas e compartilhadas com o público interessado, o encontro tem como objetivo promover reflexões a partir das práticas curatoriais e compartilhamento de experiência sobre projetos realizados, bem como metodologias de pesquisa. As convidadas são as pesquisadoras Juliana Gontijo e Pollyana Quintella, que integram a equipe curatorial responsável pelo acompanhamento dos bolsistas da edição. As curadoras irão percorrer temas como atividade curatorial, pesquisa acadêmica, além de curadoria experimental e curadoria institucional. A atividade, que acontece na próxima sexta-feira, 10, às 19h, no Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO), é gratuita, sem necessidade de inscrições (sujeito à lotação). Para mais informações site pbh.gov.br/bolsapampulha.
Com iniciativa do Museu de Arte da Pampulha (MAP), o “Diálogos MAP” faz parte da programação de atividades presenciais e abertas ao público da 9ª edição do Bolsa Pampulha.
Neste encontro, Juliana Gontijo irá explorar o entrelaçamento de sua atividade curatorial com a docência universitária e a pesquisa acadêmica. Para a curadora, é importante uma “atenção especial à relação entre curadoria e propostas artísticas que operam como armadilhas no interior do sistema da arte e extrapolam seus limites de atuação, provocando curto-circuitos entre o real, o imaginário e o simbólico”. Em suas pesquisas, ela trabalha desde a perspectiva decolonial com os saberes expandidos das artes e das tecnologias, atuando na América Latina em coletivos curatoriais e experimentando processos colaborativos.
Já Pollyana Quintella pretende abordar as relações entre curadoria experimental e curadoria institucional, reconhecendo o museu como território em disputa, “lugar de negociação das diferenças”. Ela explica que a ênfase durante a conversa “será em projetos que apostam no diálogo entre diferentes tempos históricos, e que visam tratar a contemporaneidade como co-temporalidade.” Como curadora independente, Pollyana, organizou exposições em instituições como Sesc Pompeia, Museu Paranaense (MuPA) e Paço Imperial. Nos últimos anos atua com ênfase nas relações entre arte contemporânea, cultura visual e política.
Sobre as curadoras: Juliana Gontijo possui doutorado em História e Teoria das Artes pela Universidade de Buenos Aires (Argentina) e graduação em Estudos Cinematográficos pela Universidade Sorbonne Nouvelle (Paris, França). Publicou o livro Distopias tecnológicas (Ed. Circuito, 2014 — Prêmio Funarte Bolsa de Estímulo à Produção Crítica). Entre as curadorias realizadas, destacam-se: Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá (Galeria Funarte Fayga Ostrower, Brasília, e Casa da Lenha, Porto Seguro, 2021); Cildo Meireles: Cerca de Lejos (Centro Nacional de Arte Contemporáneo Cerrillos, Santiago, Chile, 2019); Conversas em Gondwana (CCSP, São Paulo, 2019); Dura lex sed lex (BienalSur — Centro Cultural Parque de España, Rosario, Argentina, 2017).
Pollyana Quintella é escritora, pesquisadora e curadora da Pinacoteca de São Paulo, onde organizou exposições como Lenora de Barros: Minha Língua (2022-23), Cao Fei: O futuro não é um sonho (2023-24) e Lygia Clark: Projeto para um planeta (2024). É doutoranda pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e mestra em História da Arte pela mesma instituição, ocasião em que pesquisou a obra do crítico Mário Pedrosa. No Museu de Arte do Rio (MAR), atuou como curadora assistente entre 2018 e 2021. Como curadora independente, organizou exposições em instituições como Sesc Pompeia, Museu Paranaense (MuPA), MAC-Paraná e Paço Imperial. Nos últimos anos, escreveu para diversos periódicos como Jornal Folha de São Paulo, Jornal O Globo, Revista ZUM, Revista Select, entre outras, com ênfase nas relações entre arte contemporânea, cultura visual e política. Dá aulas sobre arte brasileira e teoria da imagem em cursos livres. Em 2023, foi contemplada com uma bolsa da Getty Foundation para integrar o Art and Power School, realizado na Bibliotheca Hertziana – Max Planck Institute for Art History, em Roma.
Sobre o Bolsa Pampulha
O Bolsa Pampulha é um programa consolidado de arte contemporânea e se apresenta como uma das primeiras residências artísticas do Brasil. Sua origem remonta ao Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1937. A partir de 2003, passa por uma reformulação e ganha o formato atual, de forma a evidenciar e dialogar com as oportunidades da arte e da cultura contemporâneas.
Uma das principais iniciativas do MAP, instituição vinculada à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o Bolsa Pampulha reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo de suas edições anteriores. Enquanto política pública de cultura, o Bolsa Pampulha confere visibilidade à trajetória de relevantes nomes das artes visuais brasileiras que passaram pelas residências do programa, como Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marilá Dardot, Desali, Janaína Wagner, Rafael RG, Marcellvs L, Luana Vitra, Froiid, entre outros.
Como parte integrante do programa, estão previstos encontros mensais, leituras de portfólio, debates, oficinas, palestras abertas ao público, presencial ou virtual, além de uma Mostra de encerramento e a publicação de um catálogo, ambos com as obras dos bolsistas contemplados. Fazem parte da equipe curatorial as pesquisadoras Juliana Gontijo e Pollyana Quintella e, da tutorial, o artista multidisciplinar Froiid e o pesquisador Lucas Menezes. Em parceria, eles irão contribuir ao longo dos processos de pesquisa, formação, experimentação e criação dos bolsistas.
Descentralização e Território – Descentralizar o fomento à arte contemporânea é uma das propostas desta edição do Bolsa Pampulha. A parceria com o Viaduto das Artes tem como objetivo ampliar esse caráter de democratização artística. O MAP, que encontra-se em obras de restauro, segue atuante também por meio do Bolsa Pampulha – que está em sua 9ª edição. Dessa forma, o programa confirma sua expansão pela cidade e mantém o MAP como importante ponto de diálogo e convergência.
Para fortalecer a compreensão da cidade expandida, as residências artísticas desta edição do Bolsa Pampulha se configuram como um intercâmbio cultural em contato constante com o território ampliado de Belo Horizonte, envolvendo especialmente a Região Metropolitana.
Museu de Arte da Pampulha
Inaugurado em 1957, o MAP exerce um relevante papel na formação, desenvolvimento e consolidação do ambiente artístico e cultural de Belo Horizonte. Seu acervo conta com importantes obras e documentos que permitem revisitar a história da arte moderna e contemporânea brasileira, com especial destaque para o seu edifício-sede.
O prédio, projetado por Oscar Niemeyer na década de 1940, é uma referência icônica para a arquitetura moderna brasileira e dos mais representativos cartões-postais de Belo Horizonte. Desde 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Viaduto das Artes
O Viaduto das Artes é um equipamento cultural e multidisciplinar instalado no Barreiro, região periférica de Belo Horizonte. Conta com galeria de arte, biblioteca, ateliês, jardim de esculturas, espaços formativos e expositivos instalados no baixio do viaduto Engenheiro Andrade Pinto, na avenida Olinto Meireles, 45. Com área aproximada de 1.000 m², o local recebe eventos em vários formatos, como exposições, shows, oficinas, espetáculos teatrais, entre outros.
O Viaduto das Artes mantém diálogo cotidiano com a comunidade ao redor, e trabalha em prol do impacto cultural, educacional e social naquele território. A região, que engloba mais de 300 mil habitantes, exibe um cenário de tensões sociais e econômicas comuns à periferia de qualquer grande cidade brasileira. O equipamento cultural cumpre um raro papel de aproximação e transformação junto a essa vizinhança.
SERVIÇO
Diálogos MAP – 9ª edição do Bolsa Pampulha
Palestra com Juliana Gontijo e Pollyana Quintela
10 de maio, às 19h
Museu da Moda (MUMO): Rua da Bahia, 1149, Centro, Belo Horizonte
Entrada gratuita
Mais informações em: pbh.gov.br/bolsapampulha
Por Mariana Cordeiro – Viaduto Das Artes
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