Como o comportamento social influencia a indústria da construção civil

Na Semana Nacional da Habitação, professor de Engenharia Civil do UniCuritiba aponta tendências para o mercado imobiliário e fala sobre formação profissional

Crédito da fotos FreePik

O mercado imobiliário segue tendências influenciadas pelo comportamento das pessoas, relações sociais, laborais, econômicas e demandas por conforto e modernidade. No Brasil, a pandemia, o crescimento do mercado pet e os resultados do último censo do IBGE impactaram diretamente a indústria da construção civil.

Primeiro, a necessidade de isolamento social levou as famílias a procurarem imóveis mais amplos, mais arejados e condomínios com opções de lazer e esporte. Depois, o home office fez crescer o interesse por residências com espaço extra para escritório.

Já o boom no mercado pet acelerou a necessidade por ambientes pensados para o conforto dos “novos membros da família”. Por fim, o IBGE comprovou o que já se esperava: o Brasil tem mais solteiros do que casados e a população está envelhecendo. Por isso, os projetos imobiliários precisam se adaptar às necessidades desses públicos.

A estimativa do último censo do IBGE mostra que o Brasil tem 81 milhões de solteiros versus 63 milhões de casados. O número de pessoas abaixo de 30 anos caiu 5,4% e a parcela da população com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 15,1%.

Mudanças no mercado imobiliário

O engenheiro Wiliam de Assis Silva, especialista em Gestão de Projetos em Engenharia, confirma que a pandemia teve impacto significativo no mercado imobiliário. “O isolamento social e a mudança para o trabalho remoto aumentaram a demanda por moradias mais adequadas a essas novas realidades. Além disso, a busca por áreas suburbanas ou rurais cresceu devido ao desejo de maior contato com a natureza e a busca por ambientes menos densamente povoados.”

Na avaliação do professor do curso de Engenharia Civil do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, o maior ecossistema de ensino superior privado do país – essas tendências continuarão a influenciar o mercado imobiliário no futuro. Além disso, ganham destaque os imóveis com adaptação para idosos (acessibilidade, segurança e conforto), apartamentos ou casas menores e mais eficientes para solteiros e ampliação de espaços pet-friendly.

“A busca por locais de convivência dentro de condomínios ou em áreas urbanas também é uma tendência, visto que as pessoas valorizam cada vez mais a interação social. Os avanços tecnológicos e a sustentabilidade são outros quesitos que entram na lista”, avisa Wiliam, mestre em Engenharia de Produção e doutorando na área.

Estudioso do assunto, o professor assina a coautoria do artigo acadêmico “Panoramas sobre o déficit de habitação no Brasil”. A publicação da estudante Ana Carolina Madeira de Oliveira da Mata foi apresentada no 1º South Florida Congress os Development em abril de 2021.

Tecnologia e sustentabilidade

Com experiência em projetos de construção civil e processos construtivos, o engenheiro aposta que os sistemas de automação residencial e Internet das Coisas (IoT) devem se tornar mais comuns, motivados pelo atual contexto das rápidas evoluções tecnológicas como dispositivos inteligentes e assistentes virtuais com Inteligência Artificial (I.A.).

A conscientização ambiental é outro fator que está levando a uma demanda por imóveis mais sustentáveis, com recursos ecoeficientes e tecnologias verdes. “Este tipo de imóvel pode apresentar maiores custos, mas, ainda assim, a sustentabilidade vai ditar os projetos. Já temos observado que o mercado está muito focado na redução de desperdícios.”

Novos membros da família

O professor do UniCuritiba lembra que a consideração pelos animais de estimação como membros da família levou ao aumento da procura por imóveis e condomínios com comodidades e espaços adequados para animais. No Brasil, mais da metade da população tem pelo menos um animal de estimação. O país é o terceiro colocado no ranking mundial de pets, com quase 145 milhões de cães, gatos, aves, pequenos mamíferos, répteis e peixes ornamentais.

Formação adaptada

Se o mercado muda, os cursos de engenharia civil também se adaptam. De acordo com Wiliam de Assis Silva, professor do UniCuritiba, a indústria da construção civil está sujeita a evoluções tecnológicas, regulamentações ambientais e novas abordagens de projeto e construção, influenciadas pela sustentabilidade, eficiência energética, tecnologias de construção inovadoras, modelagem de informações de construção (BIM) e práticas de gerenciamento de projetos atualizadas.

“A indústria da construção civil é tradicionalmente mais lenta em adotar mudanças, mas as inovações estão gradualmente sendo incorporadas, tornando o ciclo de vida dos produtos e práticas mais estáveis do que algumas outras indústrias mais dinâmicas. Os cursos de graduação já estão se ajustando a essas transformações”, comenta o engenheiro, que atualmente faz pós-graduação em Criatividade e Inovação no UniCuritiba para se manter atualizado sobre as mudanças sociais e tecnológicas que influenciam o setor.

O que o engenheiro civil precisa ter

Para se tornar um engenheiro civil bem-sucedido, avisa o professor Wiliam de Assis Silva, algumas habilidades são fundamentais. “Além do conhecimento técnico para projetar e resolver problemas de construção, os engenheiros precisam de outras competências. No UniCuritiba, esse conjunto de hard e soft skills faz parte da jornada acadêmica dos futuros engenheiros.”

A lista de habilidades necessárias envolve:

ü  Conhecimento técnico: competência em matemática, física e princípios de engenharia são fundamentais para projetar e resolver problemas de construção.

ü  Habilidades de comunicação: a capacidade de se comunicar efetivamente com colegas, clientes e equipes é essencial para o sucesso em projetos complexos.

ü  Pensamento crítico: resolver desafios de engenharia requer análise cuidadosa, avaliação de riscos e tomada de decisões com base em informação.

ü  Conhecimento de software e análise de dados: familiaridade com software de modelagem 3D, CAD, BIM e outras ferramentas tecnológicas como planilhas e bancos de dados são importantes para a eficiência no design e na gestão de projetos.

ü  Habilidades de liderança e gerenciamento: engenheiros civis frequentemente lideram equipes e projetos. Habilidades de gerenciamento, liderança e resolução de conflitos são valiosas.

ü  Criatividade e inovação: encontrar soluções inovadoras para problemas de design e de construção pode diferenciar um engenheiro civil no mercado.

ü  Consciência ambiental: à medida que a sustentabilidade se torna mais importante, a compreensão das práticas de construção sustentável é uma vantagem.

ü  Aprendizado contínuo: dado o ritmo de mudanças na indústria, a disposição de aprender e se atualizar é fundamental para acompanhar as tendências e inovações.

Sobre o UniCuritiba

Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais.

Integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, o UniCuritiba conta com mais de 40 opções de cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores com vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

Tânia Jeferson – Mem Comunicação

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