COLUNA ESCOLA EVOLUTIVA NA FOLHA DA MULHER
Matéria assinada pela Professora Ana Paula Silva
TODO DIA, ERA DIA DE ÍNDIO
Dia 19 de abril é o dia do índio, mas como a Baby do Brasil já cantava na década de 80 do século passado “Todo dia, era dia de índio”, o verbo ser está no passado. Antes da descoberta dos europeus, os indígenas já habitavam o Brasil há muito tempo. Houve um enorme choque cultural e os índios foram obrigados a desconstruir a sua identidade. Foram impostos a eles novos conceitos e culturas. Passados mais de 500 anos, foi necessária a criação de uma Lei no. 11.645, de março de 2008, visando o estudo do índio na formação da sociedade brasileira, resgatando suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. Quase vinte anos depois de criada a Lei, há poucos motivos para comemorar.
PROJETO VIVER PINDORAMA
Pindorama era como os índios chamavam nosso Brasil brasileiro e é também o nome do projeto do UNO INTERNACIONAL aplicado na ESCOLA EVOLUTIVA. A ideia do projeto é vivenciar as práticas e ensinamentos indígenas e conscientizar nossos alunos de sua importância. Afinal, quando você pensa em índio, certamente, pensa em alguém nu (ou seminu), dançando em volta de uma fogueira enquanto as mulheres estão fazendo cestos. O preconceito, ou mesmo a falta de informações, nos leva a ter este tipo de pensamento, mas o PROJETO VIVER PINDORAMA tem o objetivo de desmistificar esta ideia. Embora alguns índios ainda vivam em aldeias, muitos estão próximos às áreas urbanas, em Escolas, Universidades, no mercado de trabalho e merecem a inclusão, a aceitação, o respeito e a oportunidade de conviver em sociedade. Direito que infelizmente foi arrancado deles.
TEMOS MUITO A APRENDER
Os índios fazem tudo de forma coletiva, usam sempre o “nós”, e não o “eu”. Estabelecem uma relação de profundo respeito com a natureza. No PROJETO VIVER PINDORAMA há o resgate das brincadeiras como revezamento de toras, jogo da onça, eleição de cacique (líder do grupo durante a semana), entre outras. Brincadeira é coisa séria, afinal por meio das brincadeiras as crianças aprendem a se relacionar, a compreender regras e lógico, se divertem muito! A alimentação é outro item importante e os alunos da ESCOLA EVOLUTIVA aprendem a mexer com a terra, preparar os alimentos, conhecer sua história, a compartilhar, enfim, fazer das refeições um momento sagrado. Além da natureza, os índios possuem uma musicalidade muito marcante. Desde cedo eles aprendem a ouvir os sons da natureza, os rios, as árvores, os animais. E entoam músicas em rituais de passagem, morte, nascimento. Esta prática da sensibilidade auditiva também está presente na “Contação de histórias”. Os mais velhos são muito respeitados e cabe a eles transmitirem oralmente seus conhecimentos que são passados de geração para geração. Somos uma nação miscigenada! A ESCOLA EVOLUTIVA busca por meio deste lindo projeto a valorização dos povos indígenas e o reconhecimento de suas contribuições, de ontem, de hoje na formação da identidade brasileira.
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