CLÁSSICO DE PIRANDELLO, ASSIM É (SE LHE PARECE) ENTRA EM CARTAZ NA CAIXA CULTURAL CURITIBA
Com humor e suspense, premiada montagem conta mistério de família que acaba de se mudar para nova cidade
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta o espetáculo Assim é (se lhe parece), de 15 a 17 de julho. Um dos clássicos da dramaturgia mundial, o texto foi escrito pelo italiano Luigi Pirandello, que há 82 anos ganhava o Prêmio Nobel de Literatura, e faz o público refletir sobre a natureza da verdade, com doses de bom humor e suspense.
Na peça, escrita em 1917, uma família vai morar numa pequena província do interior da Sicília (sul da Itália) após sobreviver a um terremoto. Na nova cidade, eles começam a chamar a atenção dos habitantes locais. O motivo é que a filha, casada, e sua mãe moram em casas separadas. Genro e sogra tentam explicar o fato com duas versões conflitantes.
A Sra. Frola (Bete Dorgam) afirma que ela e a filha vivem em casas diferentes devido à possessividade do marido da última, o Sr. Ponza (Mateus Monteiro). Ele, por sua vez, jura que sua primeira esposa, filha da senhora Frola, está morta e que a sogra tem problemas mentais e, por isso, crê que a filha ainda esteja viva. Assim, sua segunda esposa se faz passar por filha dela para não contrariá-la. Logo, é necessário que as duas morem em casas diferentes.
Em uma interessante mescla de humor e suspense criada pelo diretor Marco Antônio Pâmio, os moradores, encabeçados pelo Conselheiro Agazzi (Joca Andreazza) e sua esposa, a Sra. Amália (Martha Meola), vão fazer de tudo para descobrir qual dos dois está mentindo e quem é, na verdade, a misteriosa Sra. Ponza.
O espetáculo recebeu 11 indicações a prêmios e conquistou três importantes premiações: APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Direc?a?o para Marco Antônio Pâmio; Prêmio Shell de Melhor Ator para Rubens Caribé (personagem Laudisi); e o Prêmio Arte Qualidade Brasil de Melhor Atriz de Comédia para Bete Dorgan (personagem Sra. Frola).
“Para Pirandello, não existe uma só verdade, mas diferentes pontos de vista. Não existe um só homem, mas diversas máscaras que vestimos no dia-a-dia, desde a hora em que acordamos até a hora em que dormimos. Portanto, não existe uma verdade absoluta. A peça é a representação em ato da morte da verdade ou, em outras palavras, fazendo um paralelo com o pensamento de Nietzsche, sobre a morte de Deus”, explica o ator Rubens Caribé.
A vontade de descobrir a solução do mistério que ronda a família recém-chegada à cidade deixa seus moradores histéricos. A ponto de instaurarem um verdadeiro tribunal de inquisição disfarçado pela polidez e pelos protocolos sociais. Para o diretor, esse é um dos pontos de contato entre a dramaturgia, escrita há quase um século, e a atualidade.
“Hoje, com todos os meios de comunicação existentes, como os celulares, as redes sociais e a internet, temos nossa intimidade devassada diariamente. Qualquer um pode ter acesso aos seus dados, à sua vida”, argumenta o diretor Marco Antônio Pâmio, que optou por situar a história em meados da década de 1940.
Luigi Pirandello
Dramaturgo, poeta e romancista siciliano, é considerado um grande renovador do teatro, graças aos seus textos extremamente originais e com um profundo sentido de humor, além de um dos mais importantes autores do século 20. O tema, aliás, sempre foi uma de suas preocupações. Em 1934, recebeu o Nobel de Literatura por sua “genial e ousada restauração das artes cênicas e dramáticas”. Dois anos depois, chegou a vender sua medalha para arrecadar fundos ao seu país, dentro de uma campanha iniciada por Benito Mussolini.
Morreu em 1936. Seus principais trabalhos para o teatro são Seis Personagens à procura de um autor, Assim é (se lhe parece), Cada um ao seu modo, Henrique IV, Esta noite se improvisa e Os gigantes da montanha (sua última e inacabada obra dramática). Escreveu também novelas literárias e romances, entre eles UmNenhumCemMil e O falecido Matias Pascal.
Serviço:
Teatro: Assim é (se lhe parece)
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba (PR)
Data: 15 a 17 de julho de 2016
Hora: sexta-feira e sábado, às 20h. Domingo, às 19h
Ingressos: vendas a partir de 09 de julho (sábado). R$ 10 e R$ 5 (meia – conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de débito CAIXA). A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura.
Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sábado, das 12h às 20h. Domingo, das 16h às 19h)
Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos
Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)
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