Cinema Vertical quebra paradigmas da mais tradicional mídia audiovisual
Forma de consumir conteúdo com os smartphones rompeu a tradição de produzir conteúdo na horizontal. A graça agora é filmar na vertical!
A ousadia da contemporaneidade mexeu no que era mais clássico entre os meios de comunicação. Com os smartphones ganhando espaço na vida das pessoas, como verdadeiras extensões do ser humano, a moda agora é explorar novas perspectivas do cinema e não só editar na vertical, mas produzir exclusivamente para esse formato. A tendência começou com os reels do Instagram, seguindo para o TikTok. Depois de aceito, hoje em dia existem não só plataformas especializadas em conteúdos neste formato, mas também concursos que premiam as melhores produções.
“O cinema vertical é emocionante. Há quem resista no começo, especialmente os cineastas e produtores de conteúdo mais acostumados com a captação para a wide screen, mas, depois de perceber o potencial do novo formato, fica bem interessante. Aproveitamos a orientação natural dos smartphones, que são projetados para serem manuseados na vertical. E para o consumidor e expectador, fica mais fácil absorver conteúdo neste formato”, conta o cineasta Fulton Nogueira, da DVD Caffe Filmes, que foi um dos profissionais da sétima arte convidado a produzir para um streaming neste formato.
O conceito não é novo. Surgiu em 2000 com o aumento do uso dos smartphones e plataformas de compartilhamento de vídeos online e com as redes sociais digitais. Plataformas como o Snapchat e o Instagram Stories impulsionaram o formato vertical, que lá no início do milênio era uma tendência. Com o desenvolvimento das novas tecnologias, o cinema vertical evoluiu, permitindo a produção mais sofisticada para uma experiência diferente do espectador.
“Estudos da Meltwater mostram que mais de 97% das pessoas consomem conteúdo em seus dispositivos móveis. O comum é as pessoas ficaram mais de 3 horas conectados. Neste tempo, o YouTube e o TikTok são os aplicativos mais usados para entretenimento e para assistir vídeos. Então, o mercado do cinema vertical tem muito potencial de crescimento”, avalia Fulton.
Produção na vertical
Para Fulton, que foi contratado por uma produtora chinesa para criar séries para a plataforma recém-lançada no Brasil – CineCaju, no formato vertical, compara o cinema horizontal e vertical. “Em relação ao aspecto visual, que é seu aspecto mais óbvio, o conteúdo tem uma janela mais estreita, sendo mais adequado para destacar o que o cinema tradicional deixava passar e que acontece na vertical. Nesse novo formato a tela do dispositivo móvel é mais bem preenchida, proporcionando uma experiência mais envolvente e pessoal. E na edição, precisamos de uma abordagem diferente, com técnicas e ferramentas específicas, tirando todo mundo da zona de conforto”, comenta o cineasta.
Vale registrar as referências de sucesso do cinema vertical, com a plataforma ReelShort, Snapchat Originals, Drama Box, Viki Rakuten e o Vertical Film Festival e, mais recentemente, o CineCaju. Fulton Nogueira assina “Amantes Inimigos” e “Armadilha da Sedução”, com produção exclusiva para o CineCaju.
Giselle Passos – Flamma Comunicação Organizacional
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