Casa Triângulo (SP) abre hoje (08/02) exposição de Stephen Dean

Obra de Stephen Dean

Casa Triângulo tem o prazer de anunciar a nova exposição individual do artista franco-americano Stephen Dean na galeria. Reverenciando as últimas pinturas abstratas de Picabia, Dean apresenta trabalhos que enchem a galeria com pontos e manchas de tons saturados. Internacionalmente conhecido por seus vibrantes vídeos em grande escala, Dean escolheu um dos elementos chave da pintura: a cor, e a transforma em um meio por si só, que excede os seus trabalhos em papel e em suas instalações.

Intitulados Juggler [Malabarista], 14 trabalhos se espalham pelas paredes do térreo da galeria. Esta série de trabalhos é feita de discos de vidro dicroico – material desenvolvido pela NASA para os visores dos trajes espaciais – montado sobre papel kraft marrom ou papel de alumínio preto. Estas composições geométricas, enganosamente simples, às vezes parecem máscaras de um período arcaico, às vezes expressões minimalistas de uma realidade escondida. Os trabalhos quase retangulares apresentam os discos em combinações de 3 e, como se fossem pequenas janelas que nos conectam com o mundo da cor, o vidro muda de cor de acordo com a luz e o movimento do espectador. Já familiarizado com as características do material, Stephen Dean explora as possibilidades deste raro meio técnico justapondo os complexos pedaços de cor mutante com um papel de embalagem cotidiano. Graças ao contraste de materiais, a atenção do espectador é focalizada diretamente ao que parece uma miragem de tons. A visão do espectador fica amarrada a um artefato hipnótico de qualidades instáveis em que apenas a cor permanece.

No primeiro andar da galeria, a celebração da cor continua com o vídeo Olé, que parte da série Fever (2009?2013). O artista, que sempre grava cenas com uma forte carga ritualística, junta imagens filmadas nas touradas de San Fermines. As câmeras térmicas usadas pelo artista são as mesmas usadas pela medicina e militares. Com a crescente ansiedade pelas pandemias e o terrorismo, as câmeras térmicas tem aparecido para detectar a presença de febre nos corpos. Na era da globalização estas câmeras são também instrumentos de guerra, repressão e vigilância, pois elas são ferramentas para ?fazer recuar as fronteiras espaciais? e acrescentar conhecimento para ?fazer visível o invisível?. Esta mesma ferramenta é a que permite a Stephen Dean fazer arte?e até arte abstrata. Sob a lente da câmera térmica, estas imagens perdem a sua qualidade figurativa e tornam-se manchas vermelhas, amarelas, verdes e azuis em movimento, puro material artístico.

Tanto nas séries em papel, como no vídeo Olé, Stephen Dean insinua uma alteridade de cores raramente vistas em estado puro.

STEPHEN DEANnasceu em Paris, 1968. Mora e trabalha em Nova Iorque. Participa da exposição The Beautiful Game, no Los Angeles Country Museum of Art – LACMA. Teve comissionada pela Rice University de Houston, TX, uma escultura permanente de 9 metros, intitulada Black ladder, que será inaugurada em junho de 2014. Stephen Dean expôs nos EUA e no exterior, incluindo National Gallery of Art, Washington, D.C. (2012); Musée du Quai Branly, Paris (2011), Museum Tinguely, Basileia (2010), The San Francisco Museum of Modern Art (2007); Henry Art Gallery, Seattle (2007); Miami Art Museum (2006); entre muitos outros. Dean também participou da Bienal de Moscou (2009), Bienal SITE Santa Fe (2006), 51ª Bienal de Veneza (2005), Bienal de Istambul (2003) e Bienal Whitney (2002). O seu trabalho está em diversas coleções públicas como Solomon R. Guggenheim Museum, Nova Iorque; Whitney Museum of American Art, Nova Iorque; National Gallery of Art, Washington D.C.; Yale University Art Gallery, New Haven, Connecticut; Fonds National d’Art Contemporain, Paris; Fundación La Caixa, Barcelona e Fundación Jumex, Cidade do México

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