Balé da Cidade de São Paulo apresenta Réquiem SP, coreografia inédita de Alejandro Ahmed, em conjunto com Coral Paulistano e Orquestra Sinfônica Municipal

Ensaio da coreografia Réquiem.
Foto Larissa Paz


Utilizando de uma rigorosa obra de Ligeti, a coreografia investiga de maneira provocativa as possibilidades de articulação entre corpos, contextos e manifestações culturais, destacando as dinâmicas e a singularidade de uma cidade como São Paulo. As apresentações acontecem nos dias 14, 15, 19, 20, 22 e 23 de março.

Balé da Cidade de São Paulo estreia sua primeira temporada do ano com Réquiem SP, na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. Com criação, direção e coreografia de Alejandro Ahmed, que também atua como Diretor Artístico do Balé da Cidade, a obra terá a participação do Coral Paulistano Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência e direção musical de Maíra Ferreira. As apresentações acontecem nos dias 14, 15, 19, 20, 22 e 23 de março e os ingressos variam de R$10 a R$92. 

Nova coreografia do Balé da Cidade de São Paulo
A coreografia Réquiem SP apresenta um desafio e um exercício que estabelece um diálogo entre distintas linhagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas e populares. A proposta investiga de maneira provocativa as possibilidades de articulação entre corpos, contextos e manifestações culturais, destacando as dinâmicas e a singularidade de uma cidade como São Paulo. Nesse cenário, o movimento do elenco vai além da técnica, atuando como matéria para explorar e compreender as interações do corpo com o ambiente. O diretor explica que, além da interação entre três corpos artísticos, haverá uma integração de diferentes plataformas criando um ecossistema multimídia. “O Réquiem SP explora além da partitura de György Ligeti, se estende para três movimentos musicais: um é um interlúdio de autogestão coreográfica e de som, outro é o Réquiem de quatro movimentos e o final que tem outras duas faixas do produtor canadense Venetian Snares. Um breakcore, ou seja, batidas rápidas e espaçadas, muito diferente da relação do que é o Réquiem do Ligeti, mas, ao mesmo tempo, com complexidades de composição que se correlacionam”, explica Alejandro Ahmed. Responsável pela criação, direção e coreografia, Alejandro Ahmed atua como diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo desde julho de 2024. Reconhecido como um dos coreógrafos mais destacados da dança contemporânea no Brasil, Ahmed desenvolve uma abordagem artística que investiga as correlações entre corpos, ambientes e tecnologias, investigando os limites dos corpos e as suas possibilidades de transformação.

Coral Paulistano executa obra complexa

O Réquiem, de György Ligeti, foi composto entre 1963 e 1965. A obra é uma composição para Coral e Orquestra, e traz em sua forma todas as características musicais do compositor húngaro sem deixar de lado a tradição musical de um Réquiem. Teve sua estreia em 14 de março em Estocolmo e se tornou uma das mais conhecidas de Ligeti, usada na trilha sonora de clássicos do cinema como 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick.

Ligeti dedicou nove meses exclusivamente à composição da seção Kyrie, com duração de seis minutos. Nessa parte, ele explorou a polifonia mais intricada de sua carreira, utilizando vinte linhas vocais. Apesar da complexidade, o musicólogo Harald Kaufmann destaca que essa abordagem mantém uma conexão com a tradição da polifonia vocal clássica dos antigos mestres. Além de Ligeti, será executada uma obra do músico eletrônico canadense Venetian Snares (Aeron Funk).

Com pouco menos de meia hora, a obra é dividida em quatro movimentos: I. Introitus, II. Kyrie, III. Dies Irae e VI. Lacrimosa. Segundo Maíra Ferreira, regente titular e responsável pela direção musical, é necessário um alto nível de sofisticação para executar o concerto. “Ligeti explora muito os extremos, então vai da nota aguda para a nota grave muito rapidamente. Tecnicamente, o cantor precisa ter um ótimo preparo para explorar o trato e a extensão vocal. Às vezes temos alguns pontos de descanso em uma obra. Essa não tem”, pontua. “Das obras que trabalhei, em quase dez anos no Theatro Municipal, nunca cantamos algo tão desafiador”, finaliza.

Serviço

Balé da Cidade de São Paulo
Coral Paulistano
Orquestra Sinfônica Municipal

Sexta-feira (14/03/25) – 20h

Sábado (15/03/25) – 17h

Quarta-feira (19/03/25) – 20h

Quinta-feira (20/03/25) – 20h

Sábado (22/03/25) – 17h

Domingo (23/03/25) – 17h
 

Sala de Espetáculos – Theatro Municipal de São Paulo

Ingressos de R$10,00 a R$92,00 (inteira)

Classificação – Não recomendado para menores de 18 anos

Duração: Aproximadamente 60 minutos
 

Alejandro Ahmed, criação, direção e coreografia

Maíra Ferreira, direção musical e regência

Gabriela Geluda e Laiana Oliveira, solistas

Aline Blasius, assistente de direção

Bibi Vieira, assistente de criação e design de movimento

João Peralta, diretor de fotografia, edição e criação de vídeo e interlocução musical

Karin Serafin, figurino

Diego de los Campos, cenografia, objetos e controles físicos digitais

Mirella Brandi, desenho de luz

Bill Valkyrie, Krumper convidada

Michelle Bezerra e Clara Caramez, técnicas multimídia

Netto Silva, figurinista assistente

Vitória Paiva, assistente de cenografia

Grupo Cena 11, pesquisa estendida

André Santa Rosa
 

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