Artista visual Rommulo Vieira Conceição faz parte da 35a Bienal de São Paulo – coreografias do impossível

Ele problematiza as categorias de moderno e contemporâneo partindo da distinção entre espaço e lugar

Divulgação

O artista visual Rommulo Vieira Conceição participa atualmente da 35a
Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, que está em cartaz até
o dia 10 de dezembro de 2023 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque
do Ibirapuera, em São Paulo. Com curadoria de Diane Lima, Hélio Menezes,
Grada Kilomba e Manuel Borja-Villel, essa mostra tem 80% dos seus 121
participantes não brancos.

Rommulo Vieira Conceição
Divulgação

Além da Bienal, o artista participa também a mostra “Dos Brasis – Arte e
Pensamento Negro”, com curadoria geral de Igor Simões com os curadores
adjuntos Marcelo Campos e  Lorraine Mendes, que segue em cartaz até 28
de janeiro de 2024 no Sesc Belenzinho, em São Paulo. A partir de 2024,
uma parte da mostra circulará em espaços do Sesc  por todo o Brasil
pelos próximos anos.

Levando em conta o conceito de espaço físico, Rommulo Vieira Conceição
problematiza as categorias de moderno e contemporâneo partindo da
distinção entre espaço e lugar. Lugares são historicamente identificados
segundo a atividade praticada em cada um deles.

Mas, na medida em que o mundo globalizado atravessa um processo de
complexificação das relações econômicas, Rommulo coloca em xeque a
transformação do lugar em espaço abstrato. Se a modernidade foi dominada
por uma obsessão funcional, o artista mobiliza espaços com vocação à
permanência e à disfuncionalidade. São arcos que não sustentam nada,
janelas que dão em lugar nenhum. O espaço é permanente, mas o tempo
guarda fugacidade. Investigar o espaço público é questionar sobre quem,
afinal, viveu o espaço moderno.

“Em sua instalação escultórica para a 35ª Bienal de São Paulo, o artista
constrói paredes com materiais de construção e com detalhes comumente
usados em favelas e bairros das periferias, como tijolo de barro seis
furos, telha cerâmica e balaústres coloniais. Essas paredes e colunas
dóricas greco-romanas sustentam frontões neoclássicos que expressam
valores socioculturais e políticos. Eles são justapostos por escudos
suspensos da brigada militar com imagens de batalhões de choque,
remetendo a janelas ou espelhos. Por fim, uma série de carrinhos de
supermercado são dispostos e espalhados pela obra, uma referência ao
capitalismo e ao consumo, mas também à mobilidade que oferece a
possibilidade dos encontros, além da construção e do redesenho de
valores”, afirma o arquiteto norte-americano Mario Gooden no texto
crítico.

Solo, masterclass e FAMA
Realizou a sua primeira solo “Tijolo de Prata”, de 31/08 a 14/10, com
curadoria de Roberto Conduru, na Galeria AURA, em São Paulo, ontem
apresentou trabalhos históricos e outros nunca exibidos. Realizou o
Masterclass no Programa de Atividades Públicas  – Curso e Artes Visuais
FLAD 2023, no dia 28/09, no Palácio Gama Lobo, em Loulé, em Portugal.
Inaugurou, em 12/08, as instalações “Estruturas Dissipativas:
Trepa-trepa” e “Múltiplas Infâncias: Catracas”, em paralelo à abertura
de exposições individuais de Nuno Ramos e Kandro no FAMA museu, em Itú –
em que integra crianças, lazer e atividades recreativas a uma
disfuncionalidade dos objetos que se estende à interlocução espacial com
o seu entorno. E também participou da mostra coletiva “Direito à Forma”,
com co-curadoria de Deri Andrade, curador convidado Igor Simões e
curadoria pedagógica de Jana Janeiro na Galeria Fonte, no museu Inhotim,
em Minas Gerais.

Sobre “Tijolo de prata”
Com mais de 20 anos de carreira, trabalha com variados suportes e tem
obras integrantes de diversas coleções públicas importantes, como as da
Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Inhotim, do Museu de Arte
Contemporânea da USP (MAC-USP) e do Centro Cultural de São Paulo (CCSP).

Atravessando temas como o impasse associado à ideia de uma estética da
gambiarra na história da arte contemporânea brasileira e investigações
em torno da  tensão entre lugar e espaço na arquitetura moderna, a
mostra traz obras de diversos momentos e séries da produção de Rommulo,
desde instalações e esculturas até relevos de parede e fotografias.

Sobre o artista
Rommulo Vieira Conceição nasceu em Salvador/BA, 1968. Vive e trabalha em
Porto Alegre/RS. Iniciou a sua formação em Geologia e desenvolveu o seu
mestrado em Poéticas Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, entre 2005 e 2007. Sua produção é composta por esculturas,
fotografias e instalações, de modo a trabalhar a sobreposição de
elementos dos espaços públicos e privados, provocando deslocamentos
simbólicos e funcionais.

Tem trabalhos em coleções públicas como as do Inhotim, Pinacoteca do
Estado de São Paulo, Centro Cultural de São Paulo (CCSP) e o Museu de
Arte Contemporânea da USP (MAC-USP).

Participou de mostras individuais no Instituto Goethe de Porto Alegre
(2015), no Centro Cultural de São Paulo (2007), dentre outras
instituições. Participou de exposições dentre as quais destacam-se:
“Rumos Itaú Cultural” (edição de 2006), “Agora/Ágora” (Santander
Cultural de Porto Alegre, 2009, Porto Alegre), “Dos Brasis: Arte e
pensamento negro” (SESC Belenzinho, 2023, São Paulo) e a 8ª e 10ª
edições da Bienal do MERCOSUL. Entre 2017 e 2018, participou do
“Pa-cific Standard Time: LA/LA”, na exposição “Axe Bahia: The Power of
Art in an Afro-Brazilian Metropolis” (Fowler Museum, 2018, Los Angeles).

Em 2011, apresentou a obra Supercinema no Santander Cultural, fundindo
um supermercado e cinema em um mesmo espaço. Fez residência artística em
Ekenäs (Finlândia). Ganhou os prêmios: Rumos Visuais Itaú Cultural
(2006), 1º Prêmio Funarte de Produção em Artes (2008/2009), Prêmio
Funarte de Arte Contemporânea 2012 – Galeria de São Paulo (2012) e
Prêmio Aquisição Marcantonio Vilaça (2012). Participou da 8ª e 10ª
edições da Bienal do Mercosul.

Em 2021, o artista integrou o projeto de Comissionamentos Inhotim 2021
do Instituto Inhotim, com a obra O espaço físico pode ser um lugar
abstrato, complexo e em construção (2021).

SERVIÇO RÁPIDO
35a Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
curadoria de Diane Lima, Hélio Menezes, Grada Kilomba e Manuel
Borja-Villel
07/09-10/12/2023
Pavilhão Ciccillo Matarazzo

“Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”
curadoria geral Igor Simões com os curadores adjuntos Marcelo Campos e  
Lorraine Mendes
02/08/2023-28/01/2024
Sesc Belenzinho

Rommulo Vieira Conceição
@rommulo_vieira_conceicao

representação
SP AURA: https://aura.art.br/artistas/rommulo-vieira-conceicao
PoA OCRE: https://ocregaleria.com.br/rommulo-vieira-conceicao_curriculo/

crédito:
Bienal: Erico Marmiroli / Divulgação
Retrato: Divulgação
Dos Brasis: Reprodução
Inhotim: Divulgação

marmiroli comunicação, 20 ANOS
Erico Marmiroli

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