ARTE X POLÍTICA

A Arte desempenha importante papel social e político

Nosso Brasil brasileiro vem sendo desenhado há mais de 500 anos.  Política, palavra tão importante, ao ser ouvida nos causa “asco”; mas, é por meio da política que temos a organização dos Estados, a aplicação da Lei e a Democracia é exercida por meio do voto.  Já a politicagem é a barganha, a troca de favores, a negociata.   Rogo que este período de disputas políticas (ou o desejo pelo poder) possam trazer frutos. Fiquemos atentos! Não há colheita sem trabalho, muito trabalho. Costumo usar este paradigma, pois acredito que é justamente com e pelo trabalho que teremos mudanças efetivas e transformadoras. A falta de valorização do trabalho, a cultura e até exacerbação do jeitinho brasileiro e a falta de consciência coletiva nos trouxe a este panorama.

Perdemos tempo, precioso tempo, com questões menos relevantes. Em novembro do ano passado, a grande discussão era que o brasileiro deveria enfatizar sua nacionalidade colocando a bandeira brasileira nas redes sociais, ao invés da bandeira francesa, acerca do que ocorreu em Mariana (MG), após o trágico acidente com o rompimento das barragens da mineradora Samarco e os atentados em Paris.  Tragédias são tragédias e vidas são vidas! O que me chamou a atenção é que enquanto aqui os comerciantes da região de Mariana cobravam abusivamente pela água como uma forma de faturamento fácil ou o desvio de doações. Além de ser algo que pudesse ter sido evitado. No atentado ocorrido em Paris, os taxistas levaram as pessoas de um lugar para o outro sem cobrar nada, a polícia agiu rapidamente, as pessoas buscavam colaborar. Houve até a criação de uma hashtag #PorteOuverte (porta aberta, em francês. Em Paris, o atentado foi (e é) algo difícil de prever, já por aqui, era algo evitável. Lá, procuram-se os culpados de todas as formas, aqui, cada um busca colocar a culpa no outro.
Dias destes, enquanto dirigia, ouvi um trecho de uma entrevista de um lutador de MMA, um brasileiro que morra nos Estados Unidos. Ele comentava como lá, as pessoas que saem do gueto e retornam em visita em seus carrões e com roupas de grife motivam os antigos vizinhos. Aqui, o que ocorre é uma enxurrada de pedidos desde uma rodada de cerveja, roupas e vários tipos de presentes. Enquanto lá o sentimento é de orgulho, aqui é de inveja.  Obviamente, estou generalizando, mas é metendo o dedo na ferida que iremos curá-la.  E não é fácil! Às vezes, podemos nem perceber o quanto estamos na contramão de tornarmo-nos cidadãos conscientes e atuantes, principalmente quando temos tantas necessidades. Mas, não há como negar: jeitinho, favores, ajuda, força, no país da politicagem é prática comum para o cidadão; tanto quanto caixa-dois, pedaladas fiscais, licitações fraudulentas está para o político.

Não é um político (ou uma tonelada deles), não é um partido (um absurdo de legendas, tantas que em época de eleições até fica engraçado o locutor tentando usar o tempo para narrar todas), somos todos nós, brasileiros culpados por esta situação! Institucionalizamos a roubalheira. Não vejo outra forma de mudarmos este cenário senão pelo trabalho. Com dedicação e hombridade. É muito difícil encontrarmos um bom caminho para todos enquanto tivermos um olhar narcisista.  Temos que pensar de forma COLETIVA! Por que tantos brasileiros sonham em ser funcionário público? A maioria, obviamente, pela estabilidade. Por que tanta gente quer entrar na política (vejam as campanhas), algo que passa até de geração para geração? Com raríssimas exceções (tão raras que ainda não achei), porque o bem público passa a ser bem particular. Olha a diferença! Aqui o dinheiro público é orçamento estadual, na França é argent des contribuables e na Inglaterra é taxpayer money, ou seja,  dinheiro do contribuinte.

Recorro à clássica fábula da Cigarra e a Formiga que nos ensina o quanto se deve trabalhar e não gazetear, pois o futuro pode ser trágico para os descomprometidos com a labuta. Infelizmente, no nosso querido País, esta situação inverteu-se e a formiga virou chacota. Cotidianamente temos inúmeros exemplos e, portanto, constatamos ao vermos as benditas cigarras triunfantes e festeiras seduzindo seus ouvintes; enquanto as formigas ficam do lado de fora da toca com frio e fome.

Portanto, vamos erguer nossas mangas, vamos trabalhar, e muito! Trabalhar pelo que acreditamos e somos motivados. Trabalhar com alegria, cantando e dançando como as cigarras. Afinal, o Brasil já passou por poucas e boas! Iremos superar! NÓS SOMOS O BRASIL!

4 Comments on ARTE X POLÍTICA

  1. Ótimo texto, suscita a reflexão.
    Concordo que, infelizmente, o assunto ‘política’ tem causado náuseas em nós, brasileiros.
    Concordo também que devemos trabalhar… e muito.
    Acredito ainda que devemos nos conscientizar da nossa força e fazer a nossa parte. Temos tido noticias sobre os vírus, gripes e outros. Minha sugestão é promover um surto de vírus “bom”, mais veloz e fortalecido que os vírus do “mal”. Pode parecer utopia, mas eu boto fé em uma corrente do bem. Talvez eu seja utópica, talvez louca… mas estou certa que cada um de nós tem força p virar esse jogo.

  2. Querida amiga MAGDA,
    Agradeço muito seus comentários. Eu também acredito muito que podemos “curar” este terrível cenário. E não acho que seja utopia. Sim, nós podemos! Beijo no coração. KV

  3. Que a Filosofia seja ensinada da Educação Infantil e Segundo Grau, mas, para evitar brigas, de que professores sejam acusados de mal intencionados, tipo coxinhas X petralhas, então se ensina a Filosofia Clássica. Quanto a outras questões sociais apontadas, somos latinos e os franceses e ingleses são europeus. Somos em maioria católica e neopentecostais (Universal ou Assembleia) e os europeus católicos e maior parte pentecostais (presbiterianos e luteranos). Sobre esta cultura que, ao contrário dos latinos, não tem enraizada o “jeitinho brasileiro”, a arte pode trazer para a latinidade muitas referência da formação social europeia e porque agem e pensam diferentes de nós. Cultura nunca será demais. Nos anos 60, nas escolas estaduais, havia o ensino do inglês e do francês, prática que foi deixad de lado. Não há mais o estudo do idioma francês na rede pública desde os anos 80 e os professores de inglês preferem a rede privada. (So sorry – Lamentation). Marcos – jornalista.

  4. Caro MARCOS! Seus apontamentos enriquecem e elucidam o artigo ARTE X POLÍTICA. Precisamos realmente debater (no bom sentido) o cenário atual no nosso país. Obrigada, Katia Velo

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