APAP/PR EXIBE EXPOSIÇÃO “ÁGUAS PASSADAS” DE ARISTIDE BRODESCHI
Abertura: 12 de novembro, domingo, das 11h às 13h
Sobre Aristide Brodeschi informações do Dicionário das Artes Plásticas do Paraná de Adalice Maria de Araujo
BRODESCHI, Aristide
Bucareste, Romênia (1947)
Pintor, desenhador, gravador, tapeceiro e arquiteto. Após sua graduação como arquiteto, na Faculdade de Arquitetura de Bucareste/ Romênia, em 1970, desenvolve projetos para complexos industriais na área de eletrônica e eletrotécnica. Entre 1976 e 1978 reside em Israel, onde trabalha com projetos arquitetônicos e paisagísticos para a cidade de Jerusalém. Vindo para o Brasil, radica-se em Curitiba. Na década de 1980 abandona a arquitetura, dedicando-se às pesquisas nas áreas de tapeçaria, gravura e pintura. Nas suas primeiras experiências em arte-têxtil, embora presas aos processos tradicionais, já denotam sua ligação com a natureza. Sem abandonar a preocupação ecológica, a partir de pesquisas feitas com tear de pente evolui para a tapeçaria-objeto ou tapeçaria-escultura – servindo-se das cores naturais dos materiais. Começam, assim, a surgir objetos tridimensionais, que sugerem entrelaçamento de raízes e troncos, vegetais e animais. Abandonando a visão europeia, procura criar com “olhos novos” a tecelagem indígena e o habitat de sua terra de adoção. Na pintura, evolui de uma visão pós-impressionista para o pós-fauvismo. Sem abrir mão da figuração lírica, a sua temática concentra-se na lúdica infantil. Inspirando-se no quotidiano de seus filhos, as suas personagens principais são crianças correndo, andando de bicicleta, dançando ou em múltiplas brincadeiras em parques de diversão. Inicialmente a sua obra caracteriza-se pelo toque solto e a densidade da pincelada tipicamente impressionista. Na coletiva na Sala Miguel Bakun já se faz sentir em suas propostas a extrema liberdade com que trata as crianças nadando e o agudo lirismo que as envolve – características que são marcas registradas de toda a sua proposta bidimensional. Em 1987, em individual na Galeria do Inter, passa a tratar a tela mediante massas vibrantes de cores e luzes. No mesmo ano, na Mostra Parcerias, já se observa uma profunda modificação no seu trabalho, que se aproxima de um pós-fauvismo que nada tem a ver com os Nouveaux Fauves alemães, americanos e franceses dos anos 1980. Retoma o grafismo – instrumento essencial do arquiteto – mas o faz com liberdade extrema. A linha negra, em realidade acentua a vibração das cores. Na exposição Jogos de Espelhos, promovida pela PUCPR em 1991, adotando a temática crianças que brincam em parques de diversões e seleciona a Série de Carrosséis. Embora se perceba por trás da planificação segura do espaço a mão do arquiteto, sente-se também o poeta que, por meio das cores e da maneira sui generis de compor este mesmo espaço, é capaz de transformá-lo em magia. Além da forma circular predominante, percebe-se nessas composições, uma nítida tendência ao triangular. As cores e os toques vibrantes materializam os sons dos parques de diversões e os estímulos visuais que as crianças recebem pela TV. Esta vibração é acentuada mediante o jogo feérico dos espelhos no centro dos carrosséis. Em seus reflexos mágicos estão presentes não só a dinâmica das próprias brincadeiras, a sucessão rápida das imagens que constantemente se metamorfoseiam, mas também o símbolo da alegria solar da infância, capaz de triunfar não só contra a cega sociedade de consumo como também contra a ameaça de destruição que paira sobre a humanidade na era pós-nuclear. Na área da pintura mural, uma de suas experiências mais significativas é o mural alusivo ao Centenário da Imigração Judaica, instalado no salão nobre do Centro Israelita do Paraná, em 1990. Nele, o artista inspira-se na Série de Navios Imigrantes de Lasar Segall, para narrar a saga dos judeus vindos ao Brasil. Em sua leitura da travessia, incorpora elementos do paranismo, transformando a imagem dos candelabros judaicos em pinheirais. No conjunto da sua obra, Aristide Brodeschi é um artista que tem um amplo domínio do vocabulário pictórico, capaz de criar um clima ao mesmo tempo dinâmico e poético.
Serviço:
Exposição: “Água Passadas”
Artista Plástico: Aristide Brodeschi
Abertura: 12 de novembro, domingo, das 11h às 13h
Período de exposição: 12 de novembro a 08 de dezembro de 2017
Local: Sede da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná – APAP/PR,Galeria Osmar Chromiec, Sala 11
Horário de visitação: 13h30 às 18h (2ª a 6ª feira) e 11h às 13h (domingo)
Endereço: Av. Jaime Reis, 107, Sala 07 e 11, São Francisco, Curitiba – PR, CEP – 80.510-100, Informações sobre a exposição: (41) 3232-0408, e-mail: apap@apap.com.br, site www.apap.com.br, Entrada: Franca, Classificação: Livre.
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