Antes de falar de números, escola aborda comportamento financeiro

Oficina de Educação Financeira em Curitiba para estudantes de 10 a 18 anos foca em responsabilidade e sonhos

Segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian em outubro de 2023, apenas 39% das famílias dão mesadas aos filhos. Entre os pais que optam pela mesada, os principais motivos são comprar o lanche na escola e em segundo lugar, ensinar a importância de poupar. No entanto, 8 entre 10 pais afirmaram conversar a respeito de dinheiro com as crianças, já a partir de 5 anos de idade. 

Essa mudança de comportamento é essencial para construir uma relação saudável com o dinheiro, afirma o coordenador do Núcleo de Atividades Complementares do Colégio Marista Santa Maria, Honório Hungria Jr. “Falar sobre finanças é essencial, tanto em casa como na escola. Saber a importância de poupar, investir e gerenciar os recursos é o caminho para traçar sonhos e conquistá-los, em todas as fases da vida”, avalia. 

Sonhos e projetos

Mais que apenas números, entender sobre finanças e ter uma boa relação com o assunto envolve mais comportamento e planejamento do que cálculos e números. O coordenador explica que entender conceitos como a diferença entre necessidades e desejos, a importância do planejamento para atingir metas e o hábito de poupar, por exemplo, são essenciais para que desde cedo, as crianças aprendam a lidar com o dinheiro. 

A oficina Financial Skills (Oficina de Educação Financeira) ofertada pelo Colégio Marista Santa Maria trata desses e outros conceitos, explica Junior. “Incentivamos estudantes desde os 10 anos a participar e colocar em prática pequenos projetos para entenderem que é possível sonhar grande e chegar lá, com passos pequenos”, pontua. 

Relação saudável com dinheiro pode ser exercitada desde a infância
Crédito: Maitree Rimthong/Pexels

Confira 5 conceitos de educação financeira essenciais para crianças: 

Orçamento: ensinar às crianças a importância de criar um orçamento básico, incluindo a compreensão de receitas (dinheiro que entra) e despesas (dinheiro que sai). Isso ajuda a cultivar hábitos de gastos responsáveis desde cedo.

Poupança: introduzir o conceito de poupança, incentivando as crianças a reservar uma parte de sua mesada ou dinheiro recebido para objetivos específicos, como a compra de um brinquedo desejado ou a realização de uma atividade especial.

Diferença entre necessidades e desejos: explicar a diferença entre necessidades (itens essenciais para viver, como comida, moradia e educação) e desejos (itens que podem ser agradáveis de ter, mas não são necessários para sobreviver). Isso ajuda as crianças a priorizarem seus gastos de forma mais consciente.

Trabalho e ganho: incentivar as crianças a entenderem a relação entre trabalho e ganho financeiro, seja através de pequenas tarefas domésticas que podem render uma mesada ou participando de atividades remuneradas, como vendas de limonada ou ajudando em serviços comunitários.

Doação e generosidade: promover a importância da doação e generosidade, ensinando as crianças a compartilharem uma parte de seus recursos com os menos afortunados. Isso ajuda a cultivar valores de empatia e solidariedade desde cedo.

Por Luiza Lafuente | Pg1

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