A Inteligência Artificial e a Ética

Por Gilberto Barroso e Vitor Azambuja 

De muitas formas, a inteligência artificial (IA) já está integrada à nossa rotina. Não se trata de uma competição entre humanos e máquinas, mas do quanto a tecnologia pode contribuir para ampliar o conhecimento e construir um mundo melhor para todos. Em meio ao alvoroço provocado pelas novas ferramentas de IA, é preciso refletir sobre como usá-las de maneira construtiva. Nesse universo de transformação contínua, a ética se coloca como valor absoluto diante dos desafios de tornar os novos recursos tecnológicos, cada vez mais facilitadores, instrumentos efetivos de promoção do bem-estar. 

Não há como ignorar ou escapar dessas evoluções tecnológicas. Ficar passivo pode representar se engolido por elas. Nesse processo, a educação é fundamental. Dia desses ouvi uma frase bem representativa sobre a importância do conhecimento: O professor não deve se limitar a ensinar ciências, mas precisa ensinar os alunos a pensar como cientistas. A IA não responde, ela ajuda a perguntar. Não deve ser usada para resolver o problema, mas para estimular a criatividade.

A De Criança Para Criança talvez seja a primeira empresa de educação que usa a inteligência artificial como ferramenta de auxílio para estimular a criatividade, o debate, o diálogo, a descoberta de coisas novas para o professor e o aluno. Se perguntarmos à inteligência artificial como fazer um projeto, ela pode entregar o projeto pronto, mas não é isso que queremos. Queremos que ela nos ajude a buscar conhecimento, por isso utilizamos travas na ferramenta para que as respostas estejam dentro de parâmetros que vão estimular e aguçar a criatividade, a curiosidade, a pesquisa de professores e alunos. 

O projeto de usar a inteligência artificial no programa inovador Criando Juntos, do De Criança Para Criança, surgiu entre nós e o pessoal de programação de Tecnologia da Informação (TI) por curiosidade, por entendermos que todos os recursos cabem na educação, desde que sejam bem utilizados. No processo de compreender como a inteligência artificial pode fazer parte da aprendizagem, sem se tornar um problema, conversamos com especialistas e conseguimos resolver essa equação. 

Precisamos estar atentos ao uso correto da IA para que possamos colocá-la a nosso favor, para que nos ajude a desenvolver novas habilidades e para que possamos extrair desses recursos ainda mais conhecimento. Não podemos tirar das crianças, e dos adultos, a capacidade de aprender, conhecer, questionar, criticar e de construir, com total autonomia, a sua história. 

Sabemos que a IA pode ser usada por pessoas sem ética e sem compromisso, o que a torna perigosa e até destruidora. Mas também sabemos que ela é uma ferramenta valiosa para quem quer construir novos conhecimentos. Assim como outras ferramentas inventadas pela humanidade, a inteligência artificial pode servir ao bem e ao mal, tudo depende de quem a manipula. O inepto usa como atalho, o inteligente usa como ferramenta. Por isso a educação é fundamental nesse processo, é preciso ensinar e aprender como tirar cada vez mais positividade dos recursos disponíveis. 

A utilização da IA precisa estar atrelada à ética. O usuário precisa entender que não pode roubar o jogo. Se for mal utilizada, pode ser destruidora de mentes saudáveis e não construtora. Entramos em uma era em que a ética vai virar uma palavra crucial porque a escola precisa ensinar os alunos a trabalhar o processo do conhecimento, que está à mão de todo mundo. Se não ensinarmos o valor do trabalho para as pessoas, estamos arruinando a sociedade. 

A inteligência artificial é menor do que os princípios que precisam estar atrelados a ela. A IA não pode substituir o trabalho, a criatividade, o desenvolvimento de novos conhecimentos. Não pode substituir a mente das pessoas. Não pode tirar do aluno a vontade de criar. O mundo passa por grandes transformações e cabe a nós utilizarmos essas transformações para construir um planeta mais saudável, igualitário e feliz. 

Giba Barroso é especialista em educação e gamificação, um dos responsáveis pelo projeto Criando Juntos, do De Criança Para Criança, que tem como um dos objetivos a autonomia das crianças em sala de aula quando falamos de aprender por meio de games, vídeos, histórias e o digital. É brasileiro nascido em São Paulo. Formado em Administração, trabalhou em diversos segmentos, mas se especializou no segmento de Pay Tv, atuando desde seu início no Brasil, distribuindo HBO até ser diretor da Sony Pictures. Lançou vários canais como AXN, Warner, Sony, Cinemax, HBO, E!, History Channel e E!. Em 2015 largou o segmento de Pay Tv para lançar o programa De Criança para Criança. Gilberto é o presidente da empresa e tem como propósito fazer com que crianças do mundo todo aprendam e compartilhem conhecimento de forma criativa e democrática.

Vitor Azambuja é especialista em criação, diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, é sócio e diretor criativo da empresa. Foi premiado em festivais de propaganda no Brasil e no exterior. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro

aprendam desenvolvendo a sua criatividade.

Sobre o De Criança para Criança

O programa De Criança para Criança oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais. 

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Fabricio Junqueira 

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