(RE)INVENÇÃO: Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza 2025

realizado por Lina Bo Bardi e João Filgueiras
Lima, 2014, Joana França © / cortesia da
fotógrafa
A Fundação Bienal de São Paulo anunciou a participação do Brasil na 19ª Mostra Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia 2025, que acontece de 10 de maio a 23 de novembro em Veneza, Itália. Com o título (RE)INVENÇÃO, a exposição ocupará o Pavilhão do Brasil e traz a curadoria de Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco, do grupo Plano Coletivo.
A proposta curatorial parte das recentes descobertas arqueológicas na Amazônia para refletir sobre as contradições da cidade contemporânea. A mostra é dividida em dois atos: o primeiro apresenta como os povos indígenas, há mais de 10 mil anos, moldaram a paisagem com técnicas avançadas de adaptação ao meio ambiente. Já o segundo ato desloca o olhar para o presente, explorando soluções arquitetônicas e infraestruturais que podem ressignificar as cidades brasileiras.
Um dos destaques da exposição é a Plataforma-Jardim, que demonstra a adaptação de estruturas urbanas ao meio ambiente, substituindo a necessidade de irrigação constante por espécies nativas adaptadas ao clima do Planalto Central. Esse e outros projetos apresentados na mostra propõem um olhar renovado sobre a relação entre arquitetura, sociedade e natureza.
A participação do Brasil na Bienal de Veneza 2025 dialoga com o tema geral da edição, “Intelligens. Natural. Artificial. Collective.”, proposto pelo curador Carlo Ratti, que reflete sobre as interseções entre inteligência natural e artificial. A abordagem brasileira destaca a importância do conhecimento ancestral e da inovação arquitetônica para um futuro sustentável.
Segundo Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, “(RE)INVENÇÃO nos convida a aprender com as práticas ancestrais, explorando a simbiose entre humanos e natureza como um caminho para um futuro mais equilibrado e sustentável”.
Curadores do Plano Coletivo
Luciana Saboia
Arquiteta formada pela Universidade de Brasília (UnB), doutora em teoria e história da arquitetura e da cidade pela Université Catholique de Louvain (UCLouvain) e pesquisadora visitante no Office for Urbanization da Harvard Graduate School of Design. Professora na UnB, Saboia tem vasta experiência em paisagem e apropriação social, desenvolvendo pesquisas sobre transformações ambientais e sociais das periferias metropolitanas.
Eder Alencar
Arquiteto formado pela Universidade de Brasília (UnB), é sócio-fundador do escritório ARQBR Arquitetos, onde desenvolve projetos que combinam a relação da arquitetura com o contexto local e a crítica arquitetônica. Seu trabalho busca sempre responder às escalas humanas e paisagísticas de cada projeto, sendo premiado em diversos concursos públicos.
Matheus Seco
Arquiteto formado pela Universidade de Brasília (UnB), mestre em Architectural Design pela Bartlett School of Architecture (UCL). Sócio-fundador do BLOCO Arquitetos, desenvolve projetos com um forte compromisso com as especificidades do contexto local, tendo sido premiado em concursos nacionais e internacionais de arquitetura.
A curadoria da mostra propõe não apenas um olhar crítico sobre o passado e presente da arquitetura brasileira, mas também um convite à reflexão sobre novas possibilidades para as cidades do futuro.
Agatha Antunes – Index Conectada
Deixe um comentário