Pluralidade dos mundos habitados: desejo e ensejo de André Serafim.
Na busca por um lugar melhor, pela troca de paradigma, pelo onírico e pela destituição da leviandade e da maldade, Serafim trabalha arduamente na construção de novos territórios, em uma viagem contínua, pelo ciberespaço. Nessa espera, repensa a condição humana e reconfigura esse desenho e a engenharia do existir. Planeja e materializa.
A busca por novos espaços de existência é constante.
Dentro das naves, a vida é recomposta pelas tecnologias computadorizadas; homens e mulheres dominam as explorações.
No exterior, os humanos ainda não debelam todas as atmosferas e, por vezes, vivem aprisionados em vestes espaciais, transitando e caminhando lentamente em seus corpos prisioneiros. Em breve, serão totalmente libertos. Emancipados, voarão, levitarão e se teletransportarão.
As cidades estelares revelam as formas contemporâneas dos últimos mundos, repetindo-as; construções transparentes desafiam o espaço. Formas que abarcam formas que abarcam formas em estruturas modulares. Rede semiótica.
Colinas, relevos de flores-coração há muito plantadas por Serafim, circundam as urbes e se apresentam como espaços de contemplação e alerta para que o amor não seja esquecido.É preciso construir o amor todos os dias.
As músicas mixadas e a inteligência artificial são somente ferramentas que Serafim ama e usa para delatar, sensibilizar e aproximar o ser humano de sua responsabilidade para consigo mesmo, para com o outro e para com a vida nesta e/ou em outras galáxias. Não lhe faltam conectividade, interatividade, imersão, auto-organização, autonomia e mobilidade. Tampouco lhe faltam o bom desenho e a potência criativa.
Que essas sementes fecundem, renovando a vida.
Marília Diaz
Artista visual, escritora e professora aposentada da UFPR,
outono, Portugal.
Grato querida Kátia Velo pelo seu apoio sempre, grato a querida Marília Diaz pela compreensão de alma e todos por olharem para a Arte e por seus infinitos caminhos