Estudantes do Colégio Santa Marcelina são finalistas na FEBRACE 2024 com projeto de linguagem brasileira de sinais (Libras)

Os estudantes e professores responsáveis pelo projeto durante a FEBRACE 2024

– Projeto chamado “Bastão Tradutor de Libras” teve duração de um ano e auxilia a comunicação entre pessoas não deficientes e deficientes auditivos em situações cotidianas

– Iniciativa ligada diretamente à área de engenharia é totalmente baseada em inovações tecnológicas como programação, Machine Learning e robótica

Três estudantes do Colégio Santa Marcelina de São Paulo foram finalistas da FEBRACE 2024, principal feira de engenharia e ciência do país, com o projeto “Bastão Tradutor de Libras”. Desenvolvido para facilitar a comunicação entre pessoas não deficientes e deficientes auditivos em situações do dia a dia, o projeto, que teve duração de um ano, foi elaborado pelos estudantes do 9º ano Lucas Cazorla Laurente, Guilherme Rocha Lessa e Thiago de Quina Barbosa, sob a supervisão dos professores da Rede Caio Chaves Barbosa e Andressa Pinter Ninin. A iniciativa foi destaque na feira realizada entre os dias 20 a 22 de março, no Campus da USP, em São Paulo.

O “Bastão Tradutor de Libras” é fruto de uma disciplina chamada “Iteenerário – Ciência Investigativa”, oferecida pela unidade de São Paulo do Santa Marcelina, e que se originou a partir de um brainstorm entre os estudantes e os professores responsáveis.

Nesse sentido, o grupo decidiu desenvolver um objeto prático que tem como principal proposta facilitar a comunicação das pessoas deficientes auditivas em situações cotidianas, como pedir direções, fazer compras ou interagir com atendentes de estabelecimentos diversos, promovendo maior inclusão nas comunidades a que pertencem, por meio do artefato desenvolvido.

Segundo o professor de Ciências da Rede de Colégios Santa Marcelina, Caio Chaves Barbosa, os estudantes escolheram um tema de grande relevância social para o projeto. “A falta de conhecimento em Libras entre as pessoas não deficientes é uma barreira para a inclusão dos deficientes auditivos nas comunicações sociais diárias, devido à falta de popularidade e interesse nas linguagens de sinais”, explica.

Após a escolha do tema, o grupo desenvolveu um projeto de pesquisa original e estruturado, buscando orientações de professores e especialistas, elaboraram, ainda, um resumo e um artigo científico, embasando a produção do protótipo, e se prepararam para as apresentações orais na banca examinadora da FEBRACE.

Iniciativa é baseada em Machine Learning e robótica

O Bastão Tradutor de Libras é inteiramente fundamentado em inovações tecnológicas como programação, Machine Learning e robótica, diretamente vinculado à área de engenharia. O projeto foi elaborado por meio do PictoBlox, ferramenta que permite o desenvolvimento de programação e possibilita a conexão com Arduino, plataforma responsável pela construção de projetos eletrônicos.

Os sinais de Libras foram incorporados ao programa, integrado ao Arduino, a partir de uma câmera e outros dispositivos eletrônicos. Tudo isso foi encapsulado em um bastão produzido por uma impressora 3D, tornando essa ferramenta capaz de traduzir expressões e sinais básicos de Libras.

Barbosa explica que, para a execução do projeto, a base aplicada foi o Python, em conjunto com duas bibliotecas para análise de imagens. As bibliotecas são o OpenCV, que proporciona recursos para processamento de imagem, detecção de objetos e rastreamento de pontos-chave, e o MediaPipe, que opera com percepção de máquina em tempo real, incluindo uma função de análise de mãos.

“Além destas bibliotecas, foi utilizada ainda outra tecnologia para facilitar o treinamento do sistema com base em mãos. O pyFirmata possibilita ao Arduino interpretar as linhas em Python, juntamente com os outros componentes eletrônicos necessários para seu funcionamento”, discorre.

De acordo com a professora de Ciências da Rede de Colégios Santa Marcelina, Andressa Pinter Ninin, a realização do projeto foi desafiadora e possibilitou desenvolver diversos aspectos de aprendizagem com os estudantes, como desenvolvimento de habilidades essenciais, aprofundamento do conhecimento, crescimento pessoal e profissional, além da ampliação de horizontes.

“A iniciativa aumentou o interesse pela ciência em geral, incentivando-os a buscar mais conhecimento e se envolver em atividades científicas. Além disso, despertou o interesse por carreiras em pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, engenharia, áreas correlatas e, especialmente, ajudou a promover o senso de cidadania e responsabilidade social nos estudantes do Colégio Santa Marcelina”, finaliza.

Sobre o Santa Marcelina

O Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália. Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais. 

Atualmente, presente em 8 países, espalhados por 3 continentes, e em 17 municípios e 9 estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Tocantins, o Instituto segue com a missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade. Tudo isto alinhado à uma metodologia inovadora de aprendizagem, alinhada às principais tendências do mercado educacional.

Por Melissa Coelho – EPR

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