Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) indicou o projeto como a Melhor Exposição de 2022 da região Sul do país
A exposição Os Significadores do Insignificante foi indicada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) na categoria “Destaques Regionais” como melhor exposição de 2022, na região Sul do país.
A mostra reuniu no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR) cerca de 260 obras, muitas inéditas, advindas de acervos institucionais e particulares, apresentadas no período de 10 de dezembro de 2022 a 07 de maio de 2023.
O projeto tem autoria de Estela Sandrini, com curadoria de Dinah Ribas e Maria José Justino e apresentou a relevância artística e a trajetória de Efigênia Rolim e Hélio Leites – artistas de importância fundamental nas artes visuais, que extrapolaram a região onde residem, o Paraná, e tornaram-se conhecidos internacionalmente.
Efigênia Rolim e Hélio Leites trazem por meio de miniaturas e do resíduo encontrado na rua, arte, poesia, alegria e histórias. A mostra foi pensada para aproximar o público do trabalho de dois grandes artistas contemporâneos, que construíram suas trajetórias no Paraná.
Devido à alta adesão do público, a exposição foi prorrogada duas vezes, para que todos pudessem ter a oportunidade de conhecer o fantástico universo dos artistas, com visitas de aproximadamente 5.400 pessoas durante o período expositivo.
A mostra ofereceu diversas atividades, como visitas guiadas com mediadores, encontros com os artistas, acompanhados por intérprete de libras, oficina educativa para o público espontâneo, mediação para professores da rede municipal, estadual e particular, com material para estudo e conteúdos lúdicos e educativos. Além disso, algumas obras possuem audiodescrição para pessoas surdas e com baixa visão, com atividades que foram coordenadas pela Ação Educativa da equipe da mostra e pelo MAC.
Um tour virtual 360º foi disponibilizado (https://www.tourvirtual360.com.br/monos), assim como um documentário sobre Efigênia Rolim, “A noiva do céu estrelado”, de Lisa Storti.
O catálogo da exposição foi lançado durante o período expositivo com todas as informações e textos adicionais sobre Efigênia Rolim e Hélio Leites. A publicação tem projeto gráfico da Lumen Design, textos das curadoras Dinah Ribas e Maria José Justino, da proponente do projeto Estela Sandrini e da diretora do MAC-PR Carolina Loch; fotografias de Wagner Roger; tradução para o inglês de Thais Schafemberg, além de um denso e exclusivo conteúdo com cerca de 300 páginas mostrando a vida e o rico acervo de ambos os artistas.
A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou a exposição no dia 04 de maio, em visita oficial a Curitiba, e gravou um vídeo durante a visita sobre a exposição.
Os Significadores do Insignificante concorre com mais uma exposição nesta categoria: Coleção Collaço Paulo – Reconhecimento de Coleção/Acervo/ Conservação/Documentação histórica. O resultado deve sair nos próximos dias.
ABCA
A ABCA é a mais antiga associação brasileira de profissionais da área das artes visuais, criada em 1949 pelos críticos Sérgio Milliet, Mário Barata, Antonio Bento e Mário Pedrosa, entre outros importantes intelectuais atuantes da crítica de arte.
A lista tríplice com os nomes dos indicados nas 14 categorias da premiação da Associação Brasileira de Críticos de Arte, destinadas aos artistas visuais, curadores, críticos, pesquisadores e instituições culturais que mais contribuíram para a cultura nacional em 2022.
As nomeações foram elaboradas a partir de indicações dos associados da organização, que conta com 165 críticos de arte de todas as regiões do Brasil, a aprovadas em Assembleia Geral. Os prêmios serão atribuídos pelo resultado da votação em escala nacional, e os nomes dos vencedores serão oportunamente anunciados.
Reflexão atual
A mostra traz ainda a reflexão sobre a produção excessiva de resíduos, considerada uma das maiores preocupações mundiais, sendo que a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou entre seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU) a redução e o incentivo do consumo e da produção responsáveis.
Dessa maneira, a exposição mostra como os artistas transformam o resíduo achado na rua em arte e história ampliando o debate e a conscientização sobre essa questão mundial. Ambos são objeto de teses acadêmicas também nas áreas de filosofia e sociologia.
O escritor e poeta Paulo Leminski (1944-1989), que inspirou o título deste projeto, ressaltou sobre a feitura das obras: “Na área do artesanato que não desaparece diante da indústria, o que temos é o aproveitamento de materiais não nobres, ‘esculturas’ feitas em cordas, papel jornal, raízes de árvore, lixo e o diabo. Hoje admite-se que qualquer material pode servir de suporte para a experiência artística ou de veículo de expressão”, disse o poeta.
Sobre os artistas:
Efigênia Rolim é artesã, contadora de histórias, poeta, assobiadora, performer e estilista. Nasceu em 1931, em Vila Granada, Santo Antônio de Matipó, município de Abre Campo (MG). Em 1965, mora com a família ao norte do Paraná, e em 1971 chega a Curitiba. Participou de inúmeras exposições coletivas e individuais, desde o ano de 1991 até hoje, além de ter lançado livros, participado de performances, desfiles de moda, filmes, congressos, e concedido entrevistas a nomes como Jô Soares e Caco Barcellos. O documentário “O filme da Rainha”, com direção do argentino Sergio Mercurio, foi premiado no Festival de Cinema do México; Recebeu do Ministério da Cultura em 2007 e 2008, respectivamente, as premiações “Culturas Populares Mestre Duda” e “Medalha da Ordem do Mérito Cultural”. Obteve várias outras menções honrosas, teses acadêmicas, entre outras realizações.
Hélio Leites nasceu em 21 de janeiro de 1951 na cidade da Lapa, Paraná. Formado em Economia, trabalhou 25 anos como bancário até a década de 1980. Porém, desde os anos de 1970 desenvolve o trabalho de performer e artista plástico, tendo desde então recebido diversos prêmios em salões e festivais pelo Brasil. Em 1986 começa a expor, interagir com o público e vender suas obras na Feira do Largo da Ordem, no centro de Curitiba. Sua barraca é um movimentado ponto de encontro de pessoas interessadas nas suas histórias e obras, sempre relacionadas com a estética do mínimo. Em 2010 formou-se na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Criador da Associação Nacional de Colecionadores de Botão, Secretário Geral do Fiu-Fiuuu Sport Club – Clube de Assobiadores, Diretor de Harmonia da Ex-Cola de Samba Unidos do Botão, Coordenador da Campanha Mundial de antitaxidermismo, Secretário da Associação Internacional de Kinderovistas, Curador dos museus do Óculos, da Caixa de Fósforos, do Lápis e do Minipresépio.
Finalistas ABCA:
Prêmio Sergio Milliet: destinado a um pesquisador (associado ou não), por trabalho de pesquisa publicado
Alessandra Simões Paiva – A Virada Decolonial na Arte Brasileira (2022, Editora Mireveja)
Maria Amélia Bulhões – Desafios – Arte e Internet no Brasil (2022, Editora Zouk)
Rafael Cardoso – Modernidade em Preto e Branco: Arte e Imagem, Raça e Identidade no Brasil, 1890-19 (2022, Companhia das Letras)
Prêmio Mario Pedrosa: destinado a artista contemporâneo
Aline Mota
Fernando Lindote
Rafa Bqueer
Prêmio Paulo Mendes de Almeida: destinado à melhor exposição do ano
Raio Que o Parta: Ficções do Moderno no Brasil – Sesc 24 de Maio, São Paulo
Mais Humano: Arte no Brasil de 1850-1930, Instituto Collaço Paulo, Florianópolis
Sob as Cinzas, Brasa – 37º Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo
Prêmio Emanuel Araújo: destinado ao reconhecimento de Coleção/ Acervo/Conservação/Documentação histórica
Coleção Amazoniana da GAU (Galeria Universitária da UFPA) – Pará
Instituto Collaço Paulo – Florianópolis
Museu Bispo do Rosário – Rio de Janeiro
Prêmio Yêdamaria: destinado a instituições, pessoas e projetos que promovam ações de impacto amplo em processos educativos e de mediação nos vários campos das artes, em espaços formais e não formais
Ana Mae Barbosa
MAR – Museu de Arte do Rio
CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil (conjunto)
Prêmio Cicillo Matazazzo: destinado a personalidade atuante no meio artístico
Bené Fonteles
Adriano Pedrosa
João de Jesus Paes Loureiro
Prêmio Mário de Andrade: destinado a crítico de arte, pela trajetória
Leonor Amarante
Mariza Mokarzel
Alecssandra Matias
Prêmio Clarival do Prado Valadares: destinado a artista, pela trajetória
Miguel Chikaoka
Sonia Gomes
Carmela Gross
Prêmio Gilda de Melo e Sousa: destinado ao reconhecimento de críticos/as, em início de carreira, independentemente da idade, por sua produção, ou engajamento em projetos inovadores de divulgação da crítica de arte
Luciara Ribeiro
Francine Goudel
John Fletcher
Prêmio Gonzaga Duque: destinado a crítico associado, pela sua atuação ou publicação de livro
Afonso Medeiros
Alessandra Simões Paiva
Carlos Perktold
Prêmio Maria Eugênia Franco: destinado a curadoria de exposições
Raphael Fonseca (Coord. Geral), Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos, pela exposição Raio Que o Parta: Ficções do Moderno no Brasil – Sesc 24 de Maio, São Paulo
Luiz Armando Bagolin e Fabrício Reiner pela exposição Era uma Vez o Moderno – Centro Cultural Fiesp, São Paulo
Francine Goudel pela exposição Mais Humano: Arte no Brasil de 1850-1930, Instituto Collaço Paulo, Florianópolis
Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade: destinado à instituição por sua programação
Associação Fotoativa do Belém (Pará)
IMS – Instituto Moreira Salles (SP-RJ-MG)
MAM- BA – Museu de Arte Moderna (Bahia)
Prêmio Antonio Bento: difusão das artes visuais na mídia
Canal Curta
Leila Kyomura, pela Revista Arte & Crítica
Projeto Afro
Prêmio Destaques Regionais: destinado aos destaques de cada região do país
Norte
Mariza Mokarzel – Crítico de arte, pela trajetória
João de Jesus Paes – Personalidade atuante no meio artístico
Sul
Coleção Collaço Paulo – Reconhecimento de Coleção/Acervo/ Conservação/Documentação histórica
Os Significadores do Insignificante, exposição de Efigênia Rolim e Hélio Leites – Melhor exposição do ano
Sudeste
Glória Ferreira- Crítico de arte, pela trajetória
Denilson Baniwa – Artista contemporâneo
Volpi Popular – Melhor exposição do ano
Nordeste
Raul Córdula – Artista pela Trajetória
MAM-BA- Instituição por sua programação
Pinacoteca do Ceará – Instituição por sua programação
Centro Oeste
Helô Sanvoy – Artista Contemporâneo
Ficha Técnica da exposição Os Significadores do Insignificante
Proponente e Coordenação Técnica
Estela Sandrini
Curadoria
Dinah Ribas Pinheiro
Maria José Justino
Produção
Giovanna Sandrini Berberi
Rebeca Gavião Pinheiro
Assistente de Produção
Gabriela Koentopp
Pesquisa e Conservação de Acervo
Ana Caniatti
Lisa Storti
Ação Educativa
Patrícia Bertin
Projeto Expográfico
Juliano Sandrini
Projeto gráfico/Design
Lumen Design
Fotografias e Vídeos
Wagner Roger
Documentário “A noiva do céu estralado”
Lisa Storti
Revisão
Altair Pivovar
Tradução
Thais Schafemberg
Assessoria de Imprensa
Marianna Camargo/Palavra – Assessoria de Comunicação
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