“Auto Retrato” A trajetória de Eduardo Kobra: do Campo Limpo, em São Paulo, aos murais em cinco continentes
O muralista Eduardo Kobra, 47 anos, chega ao Brasil para a pré-estreia do documentário “Kobra – Auto Retrato” (84 minutos, colorido, 2022), longa da premiada diretora e roteirista Lina Chamie, com fotografia de Lauro Escorel e produção da Girafa Filmes.
O filme será exibido no dia 16 de novembro, quarta-feira, às 20h, no Reserva Cultural (av. Paulista, 900, na Bela Vista, em São Paulo). No dia 17, entra no circuito comercial, inicialmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Niterói, Recife e Salvador. Antes, Kobra e Lina Chamie estarão em Nova York – dia 13 de novembro, às 16h45, no IFC Center (323 6th avenue) – para a exibição do filme no DOC NYC, maior e mais relevante festival de documentários dos Estados Unidos. No dia 22 de novembro, às 19h, o filme será apresentado, com entrada franca, no New World Center, Soundscape Park, 400 17th St, em Miami Beach, também com a presença de Eduardo Kobra e Chamie. Depois, o artista permanece na cidade para pintar um mural na lateral da galeria The House, novo centro cultural em Miami, voltado principalmente à exposição e internacionalização do design e da arte brasileira.
Kobra encontra-se em um momento de intensa produção artística, após ter recusado ou cancelado 40 convites internacionais durante a pandemia. Nesse período, se dedicou quase que exclusivamente a murais relacionados à Saúde. O artista urbano terminou no dia 4 de novembro o primeiro mural, com 29 metros de comprimento por 5 metros de altura – cerca de 145m² – de um artista brasileiro no Walt Disney World Resort,como parte do Disney Springs Art Walk: A Canvas of expression. A obra mostra crianças de sete lugares do planeta.
Ao final de setembro, Eduardo Kobra inaugurou um mural de 24 metros de comprimento por 14 metros de altura (336 metros quadrados) em uma das fachadas da Organização das Nações Unidas, em Nova York. O mural “O Futuro é Agora!” (The Future is Now!) está situado na E 42nd St & 1St Ave (https://goo.gl/maps/oUc1krDgqpuGfVtbA).
Pouco antes, ao final de agosto, inaugurou uma obra no muro em frente à fachada do Museu da Imigração, no bairro da Mooca, na zona Leste de São Paulo. Com 736 metros quadrados (5,8 m de altura por 127 m de extensão), o mural “Janelas Abertas para o Mundo” mostra oito migrantes e refugiados, de diferentes origens, todos personagens reais retratados pelo artista urbano com as cores que caracterizam sua obra.
Também no segundo semestre deste ano, Kobra fez um mural de 1.300 metros quadrados em San Marino. Inaugurado no dia 15 de setembro e ainda sem um nome oficial, o impressionante mural conta a história e a lenda da formação do País. Para realizar o mural, Kobra conversou com várias pessoas do país, que foram trajadas como personagens e pintadas no muro. Uma passarela foi construída no local para que as pessoas possam ver de perto a obra, situada em Faetano, na fachada da fábrica do grupo SIT. Belíssimo, o mural já se tornou uma atração cultural e turística de San Marino. A obra ficou tão impactante que ainda este ano será lançada no país uma série de selos com cenas do mural pintado por Kobra.
No início de outubro, Kobra pintou mais um mural relacionado ao tema da Saúde. Em uma parede a 100 metros quadrados da Clínica Oncomed Oncologia, em Niterói, fez o mural “Vitória”, que mostra uma mulher com o braço erguido, como quem festeja ter vencido a luta contra o câncer. Ainda em outubro, esteve em Londres para uma rápida exposição, de um dia, que atrair duas mil pessoas. Em cima da hora, decidiu pintar um mural – Elizabeth II Forever – sobre a rainha falecida em 8 de setembro.
No último dia 10 de novembro, foi inaugurado na Escola Estadual Lasar Segall, na zona Sul de São Paulo, um mural de Kobra, com sete metros de comprimento por 12 de altura (84 metros quadrados), sobre o heptacampeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton. O piloto britânico, que é engajado em causas e projetos sociais, esteve presente a convite do Instituto Ayrton Senna, conversou com as crianças e assistiu à inauguração do mural. Na obra, Hamilton segura um capacete do seu ídolo, Senna. Visivelmente emocionado, Hamilton pediu uma lata de spray e assinou, cheio de estilo, seu nome no mural. “Espero que isso traga motivação e cor para os alunos daqui”, disse.
Kobra criou também uma arte exclusiva e pintou um dos capacetes do piloto, que será disponibilizado através de uma plataforma online e leiloado para colecionadores. A renda será revertida para o Instituto Senna.
Hamilton gostou de conhecer também o projeto Instituto Kobra e se ofereceu para contribuir através da venda de uma camisa exclusiva. Kobra desenvolveu uma arte para a camiseta, que está à venda online (no link https://plus44.world), até o final do GP de São Paulo, que será disputado no domingo, 13 de novembro. De acordo com o piloto, toda a renda será revertida para o Instituto Kobra, que busca transformar a vida dos jovens através da arte. “Quando eu soube que o muralista brasileiro, de renome mundial, Kobra, estava me incluindo em uma de suas obras, no Brasil, fiquei honrado. Para mostrar minha gratidão, estou fazendo algo especial, exclusivamente para meus apoiadores e amigos brasileiros”, afirmou.
Sobre o filme
“Auto Retrato” foi exibido, com boa repercussão de público e crítica, no dia 10 de outubro no Festival do Rio e nos dias 21 de outubro, sexta-feira, no Vão Livre do MASP, com entrada franca, e 26 de outubro, às 21h, no Reserva Cultural, durante a 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
No filme, em uma noite de insônia, há cerca de 20 anos um tortuoso fato cotidiano, Kobra revê sua vida desde a infância difícil na periferia até o sucesso mundial, como muralista. Os acontecimentos se desenrolam entre a realidade e o sonho. Nessa trajetória de vida, desde o grafite ilegal nas ruas de São Paulo até os grandes murais em mais de 30 países, Kobra, um artista singular que representa tantos outros em suas batalhas, passa a entender a arte de rua como voz política e democrática.
“São as portas que arte abre, as possibilidades que são infinitas, que somente Deus e o mundo da arte podem possibilitar. É mais uma vitória, dentro de algo completamente inusitado, que é ter a minha história contada por uma cineasta tão especial, por uma visão completamente única e artística. Sinto-me lisonjeado, até mesmo por ser um grande admirador do cinema, especialmente de filmes e documentários que falam sobre a história de muitos artistas, como Frida Kahlo, Jackson Pollock e Banksy, que concorreu ao Oscar. “Traços de uma vida”, sobre Jean-Michel Basquiat, inspirou-me demais. O filme feito pela Lina Chamie, que mostra toda minha trajetória até o período anterior à pandemia, é um novo e importante passo na minha história, porque é mais uma forma diferente do meu trabalho e mensagens chegarem às pessoas”, afirma Kobra.
Segundo o muralista, a produção do filme durou cerca de dois anos e as filmagens com ele cerca de 30 dias, não contínuos. “A Lina foi muito delicada na abordagem e na forma como relatou e contou a minha história. Eu já havia assistido a um dos seus filmes, ‘São Silvestre’, e ficado impactado com o seu olhar diferenciado com a forma como ela trata a imagem, o movimento e o som. Quando fui procurado para o filme, percebi que não se trataria só de ‘mais um filme’, já que suas produções são especiais, emocionais e sensoriais. Sempre tive a certeza de que a Lina era a pessoa certa para contar a minha história”, conta Kobra.
O muralista paulistano também teve a, como ele mesmo diz, “honra de fazer o cartaz da 46º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No lindo trabalho, utilizou como referência o filme “Viagem à Lua” (pb, 1902, França, 16 minutos), de Georges Méliès; uma bailarina (tema de algumas de suas principais obras) e São Paulo, que é, além de ser a cidade que realiza a Mostra, é também a base do trabalho do artista. “São Paulo é a minha base. Por mais que eu realize cada vez mais trabalhos no Exterior, sempre preciso voltar para São Paulo. É onde comecei, onde tenho referências, família e amigos, onde me inspiro e onde sinto-me em casa”, diz.
Mural na ONU
Eduardo Kobra inaugurou em setembro deste ano um mural de 24 metros de comprimento por 14 metros de altura (336 metros quadrados) em uma das fachadas da Organização das Nações Unidas, em Nova York. O mural “O Futuro é Agora!” (The Future is Now!) está situado na E 42nd St & 1St Ave (https://goo.gl/maps/oUc1krDgqpuGfVtbA).
O mural, que foi notícia em meios de comunicação dos cinco continentes, surgiu em um período importantíssimo, já que de 20 a 26 de setembro aconteceu na ONU a Semana de Alto Nível da 77.ª Assembleia Geral, a primeira totalmente presencial desde o início da epidemia do Covid-19. Sob o tema “Um Momento Divisor De Águas: Soluções Transformadoras Para Desafios Interligados”, representantes de 193 países, a maioria líderes mundiais, discutiram questões como a reconstrução pós-Covid, Guerra na Ucrânia, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
Segundo Kobra, todos devem se perguntar como é que estamos cuidando do nosso planeta. “O futuro é agora! O futuro já começou e a responsabilidade é de todos nós. Foi por isso que coloquei no mural, que está situado em um local que recebe tantos líderes importantes, um brasileiro comum, que realiza essa ação de entregar o planeta a sua filha. É responsabilidade de todos cuidar da nossa casa, que é o Planeta Terra. E lá no epicentro, coloquei a América Latina, para reforçar a mensagem do cuidado que devemos ter em cuidar e preservar a nossa querida floresta amazônica.”
Mural espetacular em San Marino
Também recentemente, Kobra fez um mural de 1.300 metros quadrados em San Marino. Inaugurado no dia 15 de setembro e ainda sem um nome oficial, o impressionante mural conta a história e a lenda da formação do País. Para realizar o mural, Kobra conversou com várias pessoas da cidade, que foram trajadas como personagens e pintadas no muro.
Uma impactante passarela foi construída no local para que as pessoas possam ver de perto a obra, situada em Faetano, na fachada da fábrica do grupo SIT. Belíssimo, o mural já se tornou uma atração cultural e turística.
Considerado o Estado nacional mais antigo do mundo (fundado em 3 de setembro de 301), San Marino, com área de 61 km² e 30 mil habitantes, é um dos chamados microestados europeus, junto com Andorra, Liechtenstein, Malta, Mônaco e Vaticano. Ainda em 2022, será lançada no país uma série de selos com cenas do mural pintado por Eduardo Kobra.
Mural no Walt Disney World Resort
Kobra inaugurou no início de novembro o primeiro mural de um brasileiro, no Walt Disney World Resort, como parte do Disney Springs Art Walk: A Canvas of Expression. Com 29 metros de comprimento por 5 metros de altura – cerca de 145m², a obra mostra crianças de sete lugares do planeta.
“Sou fascinado pela atmosfera de sonhos realizados do complexo, e me inspirei nisso para criar a obra. Ao mesmo tempo que o mural é feito para todos, fico particularmente orgulhoso em saber que os brasileiros encontrarão um pedacinho do nosso país na Disney”, diz o muralista, que revela uma curiosidade sobre a pintura: “o menino de chapéu é inspirado no meu filho. A imagem dele se conecta com a minha criança interior. Foi a sensação que tive desde o primeiro momento em que pisei aqui. Então, aquele menino no mural é o meu filho e também sou eu. No mural, estão simbolicamente todas as crianças e todos os adultos do mundo”.
Kobra, que contou com o apoio logístico da Dionísio Ag. durante todo o trabalho, acrescenta que o convite surgiu em um momento muito bonito de sua trajetória. “Pintar na Disney carrega um significado especial: o primeiro lugar em que pude mostrar meu trabalho foi em um parque de diversões, em 1992, na cidade de São Paulo. Foi lá, inclusive, que conheci, em 95, minha esposa, Andressa. Pintar um mural no Walt Disney World ao lado da Andressa e do meu filho, Pedro, dá uma sensação de coerência, de trabalho e de realização não apenas pessoal, mas da minha família e os amigos que há tantos anos acreditam no meu trabalho e torcem por mim.”
Nova obra, em Niterói
Uma boa dica de passeio é antes ou depois de assistir ao documentário “Kobra Auto Retrato” visitar o mural que ele fez recentemente em Niterói. No início de outubro, Kobra pintou na cidade mais um de seus murais relacionados à temática da Saúde. Em uma parede de 100 metros quadrados da Clínica Oncomed Oncologia (rua Araribóia, 6, São Francisco), fez o mural “Vitória”, que mostra uma mulher com o braço erguido, como quem festeja ter vencido a luta contra o câncer. “É uma clínica especializada em radioterapia. Antes de fazer o trabalho, acompanhei muitas pessoas que fazem tratamento intensivo. É um ambiente de muita esperança e fé. Achei que essa era uma imagem impactante para motivar as pessoas a seguirem com a esperança na cura”, revela o muralista, que acrescenta: “na camisa dela podemos ver pequenos ícones relacionados a muitos tipos de câncer e outras enfermidades difíceis, que também são cuidadas com dedicação e amor por toda a equipe que conheci na clínica, assim como médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde ao redor do Brasil e do mundo.
Exposição e mural em Londres
Kobra esteve recentemente em Londres, na Eden Gallery, para realizar um modelo diferente de exposição, de apenas um dia, onde o público pode ter um contato bem próximo com o artista. No dia 20 de outubro, Kobra apresentou 40 telas inéditas para um impressionante público de duas mil pessoas.
Em cima da hora, o conhecido artista urbano resolveu pintar em algum lugar da cidade o mural “Elizabeth II Forever”, onde mostra uma das cenas, em que ela usa a tiara “The Girls of Great Britain and Ireland”, de seu quadro “The Queen” (técnica mista sobre tela, de noventa e seis centímetros de altura por dois metros e 30 centímetros de comprimento). A tela, pintada há sete anos e apresentada agora na exposição três fase da vida da rainha, falecida no último dia 8 de setembro.
Kobra fez o mural no Camden Town. Começou ao final da tarde de 19 outubro, passou a noite trabalhando na obra e finalizou-a no dia 20, pouco antes da sua exposição. Com três metros de altura por cinco metros de comprimento, está situado no Camden Market, à Regent’s Canal Towpath.
Sobre o artista
Hoje, Kobra tem 3.000 murais, em cerca de 35 países e em diversas cidades e estados brasileiros – como “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara. Em todos os trabalhos, o artista busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias a céu aberto. Dois desses murais entraram no Guinness Word Record como o “maior mural do mundo”. Primeiro “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, com cerca de 3.000 metros quadrados e, depois, o “Mural do Chocolate”, localizado na rodovia Castelo Branco, em Itapevi, em São Paulo, com 5.742 metros quadrados.
Inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos. Em 2018, pintou 20 murais nos Estados Unidos, 18 deles em Nova York.
Cada vez mais conhecido, Kobra fica, é claro, orgulhoso quando vê uma multidão que observa um de seus murais, mas costuma dizer que o que o comove de verdade é descobrir alguém que para no meio da correria da cidade para observar, mesmo que por um minuto, os detalhes dessa obra. Apesar dos murais monumentais, Eduardo Kobra faz sua arte para despertar a consciência e a sensibilidade de cada um de nós.
A trajetória de Kobra
O novo mural, na ONU, segue a linha de temáticas utilizadas pelo artista ao longo de sua trajetória, como paz, tolerância, diversidade, segurança, desenvolvimento sustentável, refugiados e direitos humanos. O artista urbano foi convidado para pintar o mural pela Missão do Brasil na ONU, como marco da celebração do Bicentenário da Independência do País. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Artes da ONU, que reconheceu que a arte de Kobra “é alinhada com os ideais das Nações Unidas”.
Kobra é autor de projetos como “Greenpincel”, onde mostra imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e “Olhares da Paz”, onde pinta personalidades que se destacaram na temática da paz e na produção artística, como Nelson Mandela, Anne Frank, Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, John Lennon, Malala Yousafzai, Maya Plisetskaya e Frida Kahlo.
O artista também fez murais que celebram a diversidade, como o icônico “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro”, “A Linha da Vida, nokm 44 da rod. Castelo Branco, São Paulo; e “Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19”, em São Paulo.
Em 2015, Kobra fez um incrível e intenso projeto “São Paulo: uma realidade aumentada”, com dez intervenções em dez dias. As ações tinham como base a temática social. Em uma dela, o mural “Desaparecida” estampou na av. Pedroso de Morais, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, o rosto da menina Ana Júlia Alves Tomás, então com cinco anos de idade, que estava desparecida desde 2013. Diversas mães da ONG “Mães em Luta”, associação nacional de prevenção e busca a pessoas desaparecidas, compareceram à inauguração da obra para distribuir panfletos e conversar com as pessoas.
Em uma calçada da rua Helvétia, na região conhecida como Cracolândia, no Centro de São Paulo, Kobra expôs dez quadros. Além disso, usuários de drogas pintaram com o artista um quatro, que foi depois leiloado, com o valor integralmente revestido para o programa “De Braços Abertos”. Como parte do projeto “São Paulo: uma Realidade Aumentada”, Kobra pintou o mural “A Menina Bailarina”, como um presente para a comunidade de Paraisópolis. Na obra, retratou Daniela Oliveira de Sousa, jovem bailarina do Balé Paraisópolis, que mora na comunidade.
Uma das ações mais comentadas do projeto foi quando abordou um dos problemas mais graves do País, no mural “Desemprego”. Kobra pintou em um muro da Praça Roosevelt o currículo do então desempregado Adriano da Silva Pereira. Muitas pessoas interagiram com a obra e colocaram seus próprios currículos no muro. Também foi impactante a intervenção onde o artista urbano desenhou em uma calçada uma cama em 3D, para falar sobre a situação dos moradores de rua em São Paulo.
Na segunda quinzena de abril de 2017, Eduardo Kobra esteve em Blantyre, na África, a convite da cantora Madonna, para realizar dois murais em um hospital para crianças, que estava em construção pela Raising Malawi Foundation, instituição fundada em 2006 por Madonna e Michael Berg. A viagem surgiu depois que a cantora viu uma obra de Kobra (“Fight for Steet Art”), no Brooklyn, em Nova York, sobre Jean-Michel Basquiat e Andy Warhol e convidou o muralista brasileiro. No hospital, obra pintou os murais “Nelson Mandela” e “Desmond Tutu”, dentro de sua série “Olhares da Paz”.
Em 2019, Kobra percorreu 12 bairros de São Paulo, dez deles na periferia da cidade, com o projeto “Galeria Circular”, em que transformou em galeria itinerante de arte um ônibus adaptado. Na exposição, o artista apresentou 14 de suas obras, que estiveram ou ainda estavam expostas em diversos locais pelo mundo. O artista idealizou e participou de todos os dias do projeto, interagindo intensamente com o público.
No dia 27 de agosto de 2022, Kobra inaugurou uma nova e impactante obra no muro em frente à fachada do Museu da Imigração, no bairro da Mooca, na Zona Leste de São Paulo. Com 736 m² (5,8 m de altura por 127 m de extensão), o mural “Janelas Abertas para o Mundo” mostra oito migrantes e refugiados, de diferentes origens, todos personagens reais retratados pelo artista urbano com as cores que caracterizam sua obra. Ao longo do mural, em janelas pintadas, estão Andres Samuel Peralta Guedez, 15 anos, da Venezuela; Mafueni Delfina, 9 anos, e Mabanza Victor James Henoe, 6 anos, de Angola; Noura Bader, 35 anos, Palestina; Priscília Mbuku Bazonga, 12 anos, da Líbia; Vijay Bavaskar, 52 anos, e Deepali Bavaskar, 49 anos, da Índia; e Seema Bashar Hameed Aluqla, 8 anos, do Iraque.
Kobra conversou com cada um dos refugiados para conhecer suas histórias e personalidades. No prédio em que o museu está situado, havia originalmente uma hospedaria que recebia migrantes, muitos deles refugiados, que ficavam em suas janelas observando o movimento na nova cidade. Agora, quem está nos jardins do Museu pode ver as janelas que existem no muro e, como se fossem portais, “conversar” com essas pessoas e se interessar por suas histórias e pela questão dos milhões de refugiados no mundo inteiro.
“Simbolicamente, o muro é um impedimento, aquilo que não precisamos no mundo. É o que separa, o que demarca as diferenças e o que impede o ir e vir. Por isso, escolhi mostrar os personagens nas janelas abertas, olhando para fora, para as pessoas que passam, muitas vezes indiferentes”, diz Kobra.
De acordo com o artista, tão nociva quanto o ódio e o preconceito contra o migrante e o refugiado é a indiferença, é passar por seres humanos sem enxergá-los, como se não existissem. “Mais do que nunca as cores que utilizo nas obras têm um significado bem especial aqui. As pessoas, com suas origens, culturas e características diversas, tornam o País – e o mundo! – mais bonito. É preciso abrir as janelas, mas também as portas, os olhos e os corações para acolher essas pessoas que abdicaram de suas pátrias e precisaram, por diversas razões, se desloca”, afirmou Kobra, que acrescentou: “que sejam felizes e consigam reconstruir suas vidas no solo brasileiro”.
Obras realizadas no contexto da Pandemia
Em 2021, o artista urbano fez o mural “Seja Luz”, mais uma obra com o tema da pandemia do Covid-19. O mural de 30 m de altura por sete de largura fica na rua Oscar Freire, nos Jardins. Segundo o artista, que no mural pintou “O Pensador”, de Auguste Rodin (1840 a 1917), dentro de uma lâmpada, esse trágico momento de pandemia deve levar a humanidade a repensar valores. “Cada um precisa refletir sobre que tipo de entrega e atitude deve ter para ser luz na escuridão”, diz o muralista. “Acima de tudo é preciso ser luz na vida de alguém e fazer a diferença. É fundamental, mais que só ficar nas palavras e nas Redes Sociais, ouvir o outro, pensar no outro e fazer o bem”, afirmou.
Em maio do mesmo ano, Kobra lançou em São Paulo, na rua Henrique Schaumann, em frente à Igreja do Calvário, o mural “Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19”, onde retrata crianças de cinco religiões – Islamismo, Budismo, Cristianismo, Judaísmo e Hinduísmo. A obra traz uma mensagem de fé e de esperança, ao mesmo tempo em que lembra as vítimas do Covid-19 e destaca a importância da Ciência, simbolizada pelo fundamental uso de máscaras.
Pouco antes, no início de fevereiro de 2021, na primeira ação do então recém-criado Instituto Kobra, que tem como base a premissa de que a arte é um instrumento de transformação, o artista paulistano transformou um cilindro de oxigênio, em desuso, de 1m30, em uma obra de arte, exemplar único, chamada “Respirar”. Kobra pintou o cilindro como se fosse um recipiente transparente, com uma árvore plantada dentro. “A mensagem central é a importância da vida. Que o sopro da minha arte ajude a levar um pouco de oxigênio para os hospitais mais necessitados e, ao mesmo tempo, provoque a reflexão sobre a importância de usar máscaras, lavar as mãos constantemente, manter o isolamento social e, claro, de preservar a natureza, que é um patrimônio de toda a humanidade”, disse.
A obra foi adquirida por 700 mil reais. Os recursos obtidos com a venda da peça foram aplicados integralmente na construção de duas usinas de oxigênio no Amazonas. Na prática, isso significou que 20 leitos de UTI’s beneficiados 24h por dia, numa ação perene, que ficaram como legado. Em um dia, a usina gera 480 horas de oxigênio. Em um mês, são 14.400 horas. “A título de comparação, um cilindro abastece um leito de UTI com oxigênio por até 10 horas. Ou seja, para fazer uma entrega equivalente à usina, seriam necessários mais de 1.400 cilindros por mês. Com 700 mil seria possível comprar 350 cilindros, o que equivaleria a 3.500 horas”, contou o muralista.
No final de fevereiro do mesmo ano, o muralista Kobra doou ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dois painéis (um para cada instituição) de um metro e oitenta por um metro e oitenta, que fez meses antes, inspirado na esperança do desenvolvimento de vacinas para imunizar as pessoas contra o Covid-19.
Em 2022, Eduardo Kobra (que durante os dois primeiros anos de pandemia reduziu drasticamente o número de trabalhos e adiou ou cancelou 39 dos 40 convites que tinha para pintar no Exterior) presenteou o Hospital das Clínicas, em São Paulo, com o mural Metamorfoses, entregue em 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue. O novo mural ocupa uma imensa parede que começa no Espaço de Convivência, no primeiro andar do Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo (onde está situada a Hematologia e a Fundação Pró-Sangue, maior banco de sangue da América Latina, com 10 mil doadores por mês) e se estende até o 8º e último andar. Antes, em janeiro do mesmo ano, Kobra inaugurou no Hospital das Clínicas, à rua Dr. Eneias de Carvalho Aguiar, 255, mural “Ciência e Fé”. Na obra, com as cores que caracterizam boa parte de suas obras, mostra as mãos de um médico, com o jaleco e o estetoscópio, em posição de oração. “A obra mostra que Ciência e Fé caminham lado a lado. Cada uma nos fornece algo que não se pode obter a partir da outra. Acredito demais na Ciência e na Medicina e agradeço aos médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde que colocam suas vidas à nossa disposição. Eu e a maioria dos brasileiros também colocamos nossa fé em ação e o coração em Deus, para que ele abençoe nossas vidas e as vidas das pessoas que amamos e também a Ciência, para que ela encontre a cura. Não existe essa contradição, que tentam criar, entre Ciência e Fé. Não há por que acreditar só em uma ou na outra”, afirmou.
Instituto Kobra: a arte como instrumento de transformação social
Nasceu em 2021, o Instituto Kobra, entidade que acredita na arte como instrumento de transformação social de adolescentes e jovens em estado de vulnerabilidade no Brasil. Fundada e presidida pelo artista Eduardo Kobra, a instituição parte da própria biografia de seu criador para fundamentar a importância e o papel da cultura como agente transformador de vidas e realidades. O Instituto Kobra deverá promover ações, prioritariamente em comunidades periféricas, levando manifestações artísticas — não só das artes plásticas e do grafite, mas também da música, do teatro e da literatura — àqueles que costumam ter menos acesso a museus e centros culturais.
Uma experiência embrionária foi o projeto Galeria Circular, realizado em 2019. Transformado em galeria itinerante de arte, um ônibus adaptado percorreu 12 bairros da região metropolitana de São Paulo apresentando 14 obras de Kobra que estiveram ou ainda estão expostas em diversos locais pelo mundo. O artista idealizou e participou de todos os dias do projeto, interagindo muito com o público.
O Instituto Kobra surge também para funcionar como um espaço para promoção de causas por meio da arte — principalmente aquelas que fazem parte dos princípios do muralista, como a defesa do meio ambiente, o discurso pacifista, a pauta antirracista, o respeito entre os povos e a luta pela liberdade.
Neste sentido, devido ao combate à pandemia do Covid-19, a primeira ação concreta da instituição foi usar sua arte para levar oxigênio para hospitais de Manaus. Eduardo Kobra transformou um cilindro inutilizado em uma obra de arte. Mas o Instituto Kobra não se resumirá a ações desse tipo. No projeto estão previstas outras maneiras de promover a cultura, com palestras e oficinas e realização de pinturas públicas em comunidades mais vulneráveis.
Além do próprio Eduardo Kobra, a entidade viabilizará a presença de outros muralistas e grafiteiros, brasileiros e estrangeiros, que, por meio de intercâmbios culturais, irão levar sua arte, seu conhecimento e suas histórias de vida a esses jovens de periferia.
A sensibilidade do muralista para o tema vem do berço. Kobra nasceu em 1975, no Jardim Martinica, bairro pobre da zona sul paulistana. Da mesma maneira como a arte mudou sua vida, ele acredita que a cultura pode ser uma ferramenta de transformação social para muitos jovens brasileiros.
Para viabilizar esses projetos, o Instituto Kobra está aberto a parcerias com empresas e outras entidades que queiram promover ações culturais junto a adolescentes e jovens de periferia.
Veja algumas das obras de Kobra no Brasil e no Exterior
Exterior:
1 – O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA
2 – Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia
3 – Artistas, em Wynwood, Miami, Flórida, EUA
4 – A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia
5 – Malala, em Roma, Itália
6 – Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA
7 – Sarasota Antiga, em Sarasota, Flórida, EUA
8 – Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA
9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA
10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia
11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México
12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão
13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos
14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti
15 – Bob Dylan, The Times They Are a-Changin. Minneapolis, Minnesota, EUA
16 – Hamlet, West Palm Beach, Florida, EUA
17 – Einstein vai à Praia, West Palm Beach, Flórida, EUA
18 – Give Peace a Chance, Wynwood, Miami, Flórida, EUA
19 – Stop Wars,Wynwood, Miami, Flórida, EUA
20 –The Fallen Angel (O Anjo Caído), Wynwood, Miami, Flórida, EUA
21 – Muddy Waters, Chicago, Illinois, EUA.
22 – Rio, Tóquio, Japão
23 – Bossa Nova (Vinícius de Moraes e Tom Jobim), Tóquio, Japão
24 – Armstrong (nome não definitivo), Cincinnati, Ohio, EUA
25 – Dante Alighieri, Ravenna, Itália
26 – Let me be myself, Amsterdã, Holanda
27 – Ziggy Stardust (sobre David Bowie), Jersey City, New Jersey, EUA.
28 – Sonho de um Menino, Dubai, Emirados Árabes Unidos.
29 – Mandela (sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi
30 – Desmond Tutu (ainda sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi
31 – Dalí, em Múrcia, Espanha
32 – Davi, em Carrara, Itália
33 – Cacique Raoni (ainda sem nome definitivo), em Lisboa, Portugal.
34 – Etnias – Todos Somos Um, em Sandefjord, Noruega.
35 – Locomotiva, em Londres, Reino Unido
36 – Família Monet (dois murais que conversam entre si), em Boulogne-sur-Mer, na França.
37 – Imagine, em Bristol, Inglaterra.
38 – Em 2018 o artista fez 20 murais nos EUA, 18 deles em Nova York
39 – Ayrton Senna, Ímola, Itália.
40 – O Futuro é Agora, Nova York, Estados Unidos.
41 – Elizabeth II Forever, Londres, Inglaterra
Brasil
1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo
2 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo
3 – Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará
4 – Candango, no Complexo Bancário, em Brasília.
5 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo.
6 – Novos Ventos, nos tanques da Linde Gases, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo.
7 – Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), próximo ao viaduto Tutóia, em São Paulo, São Paulo.
8 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP.
9 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.
10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo.
11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo.
12 – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.
13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco.
14 – Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo.
15 – Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro.
16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo.
17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.
18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo
19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo
20 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação, São Paulo
21 – Etnias – Todos Somos Um, Boulevard Olímpico, Rio de Janeiro, RJ
22 – Sobre Bike e mobilidade, rua Tavares Cabral, São Paulo, SP.
23 – Mural do Chocolate, km 35 da rod. Castelo Branco, em Itapevi, São Paulo;
24 – Escadão das Bailarinas, em Pinheiro, São Paulo, São Paulo
25 – Mario Quintana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
26 – Ayrton Senna – Superação, em Interlagos, São Paulo.
27 – Escola Professor Raul Brasil (ainda sem nome definitivo), em Suzano,
São Paulo.
28 – Coração Santista, em Santos, São Paulo.
29 – A Mão de Deus, São Paulo, São Paulo
30 – A Linha da Vida, – km 44 da rod. Castelo Branco, São Paulo
31 – Escadateca, em Sorocaba, São Paulo.
32 – Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19, São Paulo, SP.
33 – Seja Luz, em São Paulo, São Paulo.
34 – Ciência e Fé, em HC de São Paulo, São Paulo.
35 – Metamorfoses, HC de São Paulo, São Paulo.
36 – Janelas Abertas para o Mundo, em frente ao Museu da Imigração, em São Paulo, São Paulo.
37 – Vitória, Niterói, Rio de Janeiro
Atualmente, 22 murais de Kobra
podem ser visitados em Nova York
Liberdade (Liberty)– 519 Broome Street; Os Bravos de 9/11 (The Braves of 9/11) – 780 3rd Avenue; SoulPhia – 16 Clarkson Street; Guerra é um Inferno (War is Hell) – 219 Bedford Avenue; Preto ou Branco – Michael Jackson (Black or White) – 180 1st Avenue; Vá por Aqui – D.M.C. (Way Run -D.M.C). – Corner of 12th Street and 191 Avenue A; Genial é andar de Bicicleta (Genial is riding a bike) – 171 E 48th St, New York, NY; Pare com as guerras (Stop Wars) – 391 West Street & Christopher Street; Clube 27 (Club 27) – 36 Rivington Street; Cristo Redentor (Christ the Redeemer) – 833 Dekalb Avenue; Monte Rushmore (Mount Rushmore) – 10th Avenue and 22nd Street; Ilha Ellis (Ellis Island) – 16 Clarkson Street; Sonho Americano (American Dreamers) – 14 Watts Street; Frida Kahlo – 360 Prospect Place; Nós Amamos Nova York – 212 8th Avenue; Tolerância – Madre Teresa & Mahatma Gandhi (Tolerance) – 130 10th Avenue, Manhattan; Pare com as Armas (Stop Guns) – 231 Eldridge Street; Roy Lichtenstein: Paz através da Liberdade (Peace Through Liberty) – 221 East 44th Street; Lutando pela arte de Rua (Fight for Street Art) – 167 N 9th St; WCT – 285 Fulton St; e Ziggy Stardust – 837 Jersey Ave e O Futuro é Agora! (The Future is Now), E 42nd St & 1St Ave.
Por Airton Gontow / Gontof Comunicação
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