Espetáculo de dança leva a emancipação feminina dos anos 1920 ao interior do Paraná
Apresentações gratuitas acontecem em Rebouças e Tibagi e envolvem bailarinos locais em cena
Para a arte, é impossível avançar sem olhar para trás: essa é a proposta de “Dois Olhares”, espetáculo de jazz contemporâneo da EF Jazz Company de Curitiba, com coreografia de Eliane Fetzer, que agora circula por cidades pequenas do interior do Paraná, com menos de 20 mil habitantes. O trabalho, que lança um olhar investigativo sobre a revolução da mulher nos anos 1920, chega dia 1º de julho a Rebouças, e, no dia 3 de julho, a Tibagi, com entrada franca.
A década em questão foi um tempo de mudança de valores, libertação da mulher e efervescência cultural. O jazz ganhou popularidade, marcado pela improvisação musical e, no Brasil, a Semana de Arte Moderna e a inovação industrial marcavam uma grande revolução. A coreógrafa e diretora Eliane Fetzer conta que, para “Dois Olhares”, realizou um recorte da emancipação feminina do período, enfocando a entrada no mercado de trabalho, o direito ao voto e a recusa ao casamento arranjado, entre outros marcos.
Em “Dois Olhares”, esse contexto se materializa em cena nos corpos de 14 bailarinos e bailarinas que enfocam as dificuldades vividas pela mulher em seu processo de emancipação. “No cenário, uma poltrona vermelha sinaliza ambientes ora reprimidos, ora noturnos, onde a mulher está presa ou iniciando um percurso de libertação”, explica Eliane. “Também trazemos pérolas como símbolo da riqueza e de um poder de encantamento dessas mulheres, chegando até questões sociais atuais, como a própria quebra de paradigmas da masculinidade.”
A circulação pelo interior do Paraná leva o espetáculo a nove cidades com pouco acesso a produções culturais autorais. A regionalização proposta pelo projeto inclui aulas e estudos coreográficos ministrados pelos bailarinos da companhia para alunos de dança selecionados nos locais, e também conta com a participação destes na abertura do espetáculo. “Essa foi uma forma de estimular a produção artística de outras regiões, proporcionar novas experiências e aprimoramento técnico aos professores e estudantes de dança e democratizar o acesso às artes”, explica a coordenadora da BPC Produções, Simone Bönisch.
Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura | Governo do Estado do Paraná. Apoio: COPEL.
SERVIÇO
“Dois Olhares”, com EF Jazz Company – espetáculo de jazz com entrada franca
Coreografia de Eliane Fetzer
Rebouças (PR): dia 1º de julho, às 19h (Centro Cultural e Recreativo Cabral)
* Participação do Native Studio
Tibagi (PR): dia 3 de julho, às 20h (Teatro Tia Inália)
* Participação da Escola Municipal de Dança de Tibagi e do Grupo de Dança Ana Karina Cruz
Vídeo
https://www.dropbox.com/sh/0yadqrxblti5lqx/AADoIOharoOidKf7wpRw1-Vqa?dl=0
Ficha Técnica:
Direção e Concepção Coreográfica: Eliane Fetzer
Criação de iluminação: Edson Rolin
Projeto musical: Bruno Gomes
Ensaios: Eliane Fetzer
Elenco: Amanda Fetzer, Beatriz Gotti, Cleiton Martins, Erickson Oliveira, Gabriela Trianoski, Guilherme Dalazuana, Jana Maria, Jean Afonso, Jéssica Berlando, Jordano Berlando, Julia Meirelles, Lais Cristina Oliveira, Mariana Guimarães e Vinicius Ribas
Diretor de Produção: Jorge Schneider
Coordenação geral: Simone Bönisch
Realização: Eliane Fetzer Centro de Dança
Produção: BPC Produções Culturais
BPC Produções – A Bönisch Produções Culturais foi criada em outubro de 2017 pela produtora cultural Simone Bönisch. A empresa atua na elaboração, execução, produção, gerenciamento e consultoria de projetos culturais e iniciativas artísticas socioeducacionais. Desde a sua fundação, vem atuando na coordenação e produção dos projetos: Brasil x Israel (intercâmbio cultural entre artistas da dança contemporânea brasileira e israelense), Vilosidade (trabalho solo em dança contemporânea da artista Lívea Castro aprovado no Edital da Área da Dança – Solar 2018), Vário (espetáculo de dança-música aprovado no Edital de Mecenato Subsidiado da Fundação Cultural de Curitiba), Autorretrato (projeto de Cayo Vieira que usa a fotografia em intervenções psicoterapêuticas no tratamento de adolescentes internos no Hospital San Julian), Do Avesso (iniciativa da Nó movimento em rede, contemplada pelo Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020) e Batucando (proposto por Diandra Minatti e aprovado no PROFICE, para a formação de uma orquestra de percussão com crianças da cidade de Ipiranga).
Enviado por Helena Carnieri / Smart Comunicação
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