DIA DOS NAMORADOS – COLUNA KV NA FOLHA DA MULHER

FOLHA DA MULHER SJP – ED 121 – JUN 2022 – Katia Velo

O MÊS MAIS ROMÂNTICO DO ANO

A Arte é uma forma de integração com o mundo; ela nos possibilita um novo olhar sobre as coisas e, principalmente, sobre nós. Mas, nem mesmo a Arte consegue explicar, compreender, analisar este sentimento perfeito, concedido a nós, seres imperfeitos. Amar é antes de tudo, uma forma de viver e não apenas de existir.

O QUE É AFINAL O AMOR

“Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel doce azeda num recipiente sujo.” Pitágoras

Filósofos, religiosos, estudiosos, artistas, são muitos os que buscam incansavelmente uma resposta para uma das questões mais complexas da humanidade. Mas, acredito que o primeiro passo é amar-se, não aquele amor mesquinho, mas um amor genuíno. Em tempos de tantas inversões de valores é ainda mais difícil, quase indescritível compreender e sentir este sentimento que em minha opinião deve governar todos os outros.

“O BEIJO” DE GUSTAV KLIMT É UM ÍCONE DOS NAMORADOS

“Qualquer um que desejar algo sobre mim deve olhar atentamente para as minhas pinturas e procurar reconhecer nelas o que eu sou e o que eu quero”. Gustav Klimt

O austríaco Gustav Klimt (1862-1918) foi um artista que buscou na natureza e nos mosaicos bizantinos inspiração para suas obras. Klimt afastou-se dos modelos realistas e foi um dos pioneiros dos movimentos Secessionista e Simbolista. Vivia o amor de forma intensa, mas tinha mais fama do que efetivamente era mulherengo. Exótico, vestia-se com túnicas, pois se sentia mais confortável para pintar. Seus trabalhos mais famosos são os da “fase dourada”.

TÉCNICA DA OBRA

Na obra “O Beijo”, Klimt utiliza várias folhas de ouro, técnica que é marcada dentro do seu estilo dourado que foi influenciado também pelo seu pai que era ouvires. O artista utilizava técnicas gráficas inspiradas na art nouveau e imitava tecidos orientais com desenhos geométricos, arabescos, flores (muitas vezes cultivadas por ele para usar como modelo), imitações de pedras preciosas como safira, esmeralda, ametista, rubi entre outras.  

NEM TUDO QUE PARECE É

Eu sempre me encantei por Klimt e, em especial, pela obra icônica “O Beijo” e acredito que você também. Ela me remete ao amor, ao erotismo. Para mim, ela é o retrato de Klimt com Emile Flögel (Viena, 1874-1952) companheira e musa do artista. No entanto, o próprio artista destaca que nunca fez seu autorretrato e de acordo com alguns pesquisadores esta obra foi inspirada na história mitológica de Apollo e Dafne. Devido a um feitiço Apollo se apaixona perdidamente por Dafne e Dafne tem verdadeira repulsa por ele, ou seja, um amor impossível. Dafne fica tão desesperada que pede para ser transformada em árvore, um louveiro. As teorias conspiratórias destacam ainda: a grafia das roupas – o homem mostra força e masculinidade, a mulher beleza e fragilidade (a sua posição de joelhos), braços contraídos, principalmente a mão sobre a cabeça dele, as folhas envolvendo os pés (que representaria o início da transformação em árvore), sua palidez, o posicionamento da cabeça. No entanto, não saberemos de fato qual foi a intenção do pintor, o que torna a obra ainda mais interessante – uma obra-prima!  E viva o amor!

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