Exposição Silêncios revela em traços e cores as incertezas que o período de confinamento trouxe às pessoas
Por Emanuelle Spack
Os últimos dois anos foram diferentes e inconstantes, pois a pandemia trouxe muitas mudanças e circunstâncias incertas para todos nós. Há pessoas que continuaram na ativa incansavelmente e há aquelas que se beneficiaram desse período para estudar, refletir, mudar algo em si, exercer outras atividades que até então não exerciam, e assim por diante. A exposição coletiva Silêncios revela um pouco disso, ela propõem uma reflexão sobre o período de confinamento. Essa produção foi desenvolvida nesses últimos dois anos, momento em que os artistas buscaram na arte o refúgio para passar esse período tão difícil. Ela constituiu-se no lar e traz para o visitante a perspectiva de um olhar contemplativo sobre objetos afetivos ao redor da casa. Está aberta para visitação no Espaço de Arte Francis Bacon até o dia 27 de maio.
Mais de 20 pinturas sobre tela, 10 colagens e uma instalação com mais de 50 desenhos e aquarelas de tamanhos variados compõem o ambiente que tem a curadoria do professor de pintura e desenho do Museu Alfredo Andersen, em Curitiba, Luiz Lavalle. Ele explica que para idealizar essa mostra foram estudados vários artistas contemporâneos que exploram a temática da casa, entre eles o artista curitibano João Paulo de Carvalho, que foi usado como referência nos trabalhos. “A exposição corresponde à produção dos artistas do ateliê do Museu Casa Alfredo Andersen, sob minha orientação no período pandêmico. As produções correspondem a pinturas de médio e pequeno formato, em suma monocromáticas, desenvolvidas a partir de cenas de interiores, em torno da casa e objetos afetivos, retratando a ausência, o silêncio e a transitoriedade do tempo.”
Essa exposição se enquadra no contexto da arte contemporânea porque explora suportes diferentes, além da pintura tradicional, como colagens, desenhos, poesias, anotações e uma instalação coletiva de grandes dimensões. E a mensagem que o grupo de artistas quer transmitir revela muito mais do que os olhos podem ver. “Essas obras refletem o universo pessoal de cada artista, suas incertezas, medos, crenças e também a esperança em dias melhores. A exposição é como um grande diário coletivo aberto e desmembrado, propondo uma visão otimista de mundo, onde o coletivo e a arte são fundamentais para o desenvolvimento humano”, finaliza Lavalle.
Artistas:
Adriana Joaquim
Andrea Gotti
Anna Petraglia
Claudete Farhat
Graciela Scandurra
Graziela Borche
Káthia Coelho
Miriam Saad
Nori Roseira
Regina J. Oleski
Rosângela Soares Pinto
Sissi Kleuser
Sônia M. Romaniuk
Sobre o curador:
Lavalle é graduado em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas pela FAP. Tem pós-graduação em Artes Visuais pelo SENAC. É professor de pintura e desenho no Museu Alfredo Andersen. Como artista visual, pesquisa as linguagens da pintura, desenho e fotografia.
Serviço
Exposição Silêncios
Local: Espaço de Arte Francis Bacon – Ordem Rosacruz (AMORC)
Endereço: Rua Nicarágua, 2620 – Bacacheri – 82515-260 – Curitiba, Paraná.
Entrada: Franca
Data: até 27 de maio de 2022.
Horário: de terça a sexta-feira das 13h30 às 17h. O Espaço não abre nos feriados.
Enviado por Emanuelle Spack – Ordem Rosacruz – AMORC-GLP
Deixe um comentário