SEM MÁSCARAS – Um Novo Tempo está surgindo
Na Páscoa celebramos a ressurreição de Cristo, um momento inspirador para renovar as nossas energias e esperanças para um novo tempo.
A imagem é da Desconhecida do Sena, seu rosto ficou imortalizado. Imagem: Reprodução
Foram mais de dois anos de uso contínuo de máscaras para nos proteger deste terrível vírus que já ceifou de forma trágica e inesperada quase 700 mil vidas, só aqui no Brasil. No entanto, o uso de máscara vai muito além da proteção a nossa saúde. A humanidade ao longo de sua existência tem usado máscaras para diversos fins, desde rituais religiosos na pré-história, culturais como na Roma Antiga, festivos como em Veneza, passando pela confecção de máscaras mortuárias e chegando aos aclamados super-heróis e vilões. Ainda no campo da arte visual, temos máscaras muito famosas como a dos filmes: Hannibal, Sexta-feira 13, V de Vingança, os belíssimos o Homem da Máscara de Ferro, o Fantasma da Ópera, entre outros.
Todas estas são máscaras físicas, mas há as máscaras invisíveis, as que usamos no dia a dia, nas redes sociais, ou pior, para nós mesmos. E, acredito que estas sejam ainda mais difíceis de serem retiradas, porém precisamos nos livrar destes disfarces. Vamos respirar novos ares e buscarmos encontrar a nossa essência, sem máscaras. A seguir, alguns exemplos do uso de máscaras:
IDADE DA PEDRA: Há registros onde os homens primitivos usavam máscaras para caçar, provavelmente, um ritual mágico para ter maior força e firmeza. As máscaras eram feitas de madeiras, troncos, folhas.
EGITO ANTIGO: Máscaras mortuárias eram colocadas em cima do rosto do morto. Eram usadas para decorar os sarcófagos, como o Tutancâmon cuja máscara foi feita de ouro, pedras preciosas e semipreciosas. A máscara tinha o objetivo de proteger os espíritos.
ROMA ANTIGA: Os romanos usavam máscaras para representar os sentimentos e emoções nas apresentações teatrais. A tragédia e o drama são um ícone do teatro. E além da representatividade, a voz dos atores era projetada de forma acústica mais audível. Curiosidade, só havia atores homens, então as máscaras ajudaram também a representar a personagem feminina. IDADE MÉDIA: As máscaras mortuárias foram usadas durante muito tempo, da idade média até o início do século XX. No princípio eram feitas devido à dificuldade em obter uma imagem do morto, pois ainda não havia fotografia e a pintura demorava semanas, mas depois passou a ser usada artisticamente. Eram feitas de cera ou gesso colocando sobre o rosto, tendo assim uma representação bastante fiel do morto. Um dos objetivos era ter o molde para facilitar a confecção de uma escultura. Personalidades famosas como reis e artistas foram imortalizados: Frida Kahlo, Modigliani, Napoleão Bonaparte e uma lista enorme. Mas, uma das mais conhecidas máscaras mortuárias é de uma desconhecida cujo corpo foi encontrada no Rio Sena, França, no final de 1880. Tratava-se de uma moça jovem, bela e quando foi encontrada tinha uma expressão doce com um leve sorriso, não tinha marca de violência. A Desconhecida do Sena tinha um ar tão enigmático e atraente que um patologista da época fez o molde do seu rosto. Tempos depois, o rosto da L’inconnue de la Seine, Desconhecida do Sena, foi inspiração para criação de um boneco para ser usados pelos técnicos para RCP – Reanimação cardiorrespiratória, também chamada de “respiração boca a boca”. Enfim, da obscuridade à notoriedade, da doença para a saúde, da morte para a vida. Celebre a Páscoa, celebre à vida!
Texto autoral produzido especialmente para o jornal Folha da Mulher de SJP.
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