As futuras gerações estão preparadas para a evolução da tecnologia?

Fabrício Ormeneze Zanini.
Crédito: Divulgação/Central Press

 

Não é novidade que os filhos, antes mesmo de aprenderem a andar ou falar, já aprendem a movimentar os dedinhos em direção à tela do tablet ou celular. Vídeos, jogos educativos e até a conversa com familiares pelo meio digital aproximam os pequenos da tecnologia desde o primeiro ano de vida. Em casa, a automação também já faz parte da rotina, a exemplo dos assistentes virtuais, como Alexa, da Amazon, Siri, da Apple, Bixby, da Samsung e o Google Assistant, que obedecem às ordens pelo comando de voz – inclusive das crianças.

Mas será que as futuras gerações estão prontas para os avanços tecnológicos? De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil, 4,8 milhões de crianças e adolescentes, na faixa de 9 a 17 anos, não têm acesso à internet em casa. Eles correspondem a 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária. Além desses, que não contam com acesso em suas casas, mas podem recorrer a escolas, bibliotecas e espaços públicos, outros 11% ficam sem nenhuma possibilidade de conexão.

O cenário da tecnologia apresenta avanços e inovações diariamente, mas, para serem aplicados e exercerem funções facilitadoras no dia a dia, os jovens e crianças de hoje precisarão estar preparados e familiarizados com o mundo digital do futuro. Para isso, investir somente na máquina não é a solução. A partir do investimento na educação e inserção da tecnologia em escolas e ambientes voltados para o aprendizado ainda na infância, o desenvolvimento de novos softwares, inteligência artificial, análise de dados e a criação de sistemas serão consequências, pois contaremos com mais indivíduos preparados para encarar o desafio da revolução tecnológica.

Sendo assim, estruturas que promovam igualdade de oportunidades e que tragam para o dia a dia de todos a chance de utilizar e conhecer novos formatos de comunicação e interação são essenciais. Um exemplo disso são as cidades inteligentes, que possibilitam conexão, agilidade, igualdade e, além de tudo, qualidade de vida aos cidadãos. Oportunidades que aproximam realidades distantes e despertam o interesse em novas ferramentas.

Desde a automação dentro de casa até a necessidade de dominar os princípios básicos da tecnologia para se encaixar no mercado de trabalho, os critérios que preparam nossos jovens para o futuro ainda são desiguais e carentes de melhorias no processo de educação. Para garantirmos um amanhã tecnológico, as crianças de hoje devem receber a oportunidade de conhecer novas ferramentas e navegar nesse futuro que já chegou.

*Fabrício Ormeneze Zanini é diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).

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