Cinco livros infantis que falam sobre autismo

Um mundinho para todos, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen
Crédito: divulgação/DCL

No dia 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma data criada para difundir informações sobre o autismo e, assim, reduzir a discriminação e o preconceito. Em 2020, toda a comunidade envolvida com a causa está unida em uma campanha nacional, cujo tema é: “Respeito para todo o espectro”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haja 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Estima-se ainda que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência quatro vezes maior em meninos.

Segundo a supervisora do Serviço de Psicologia Escolar do Colégio Positivo, Maísa Pannuti, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma doença, mas um transtorno do desenvolvimento. “Não existem exames clínicos que atestem o TEA. O diagnóstico deve ser clínico e multidisciplinar, a partir de critérios como déficits persistentes na comunicação e na interação social, assim como padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades”, explica a psicóloga.

Mas ela adverte: “apesar de haver alguns traços característicos do autismo, cada pessoa é única, com sua personalidade, genética, história de vida e contexto familiar. Assim, não se pode rotular um indivíduo com TEA, o que reduziria a pessoa ao transtorno em si, desconsiderando sua subjetividade”. Por outro lado, conhecer alguns comportamentos relativamente comuns em pessoas com autismo pode ajudar na redução do estigma e do preconceito, favorecendo a inclusão desses indivíduos de forma plena. “Conhecer esses padrões não tem como objetivo rotular, mas sim garantir que a informação seja um veículo de eliminação de toda e qualquer forma de preconceito”, ressalta Maísa.

Segundo a psicóloga, são comuns, por exemplo, movimentos corporais repetitivos e sem função, interesses em temas e objetos restritos, algumas vezes sem importância aparente. Pode haver limitações quanto à linguagem abstrata (interpretação literal), gerando dificuldade em identificar ironias, coloquialismos, gírias, sarcasmos e metáforas. Também podem não conseguir expressar seu estado emocional, resultando em comentários que podem soar ofensivos, apesar de serem bem intencionados, por não identificar o que é socialmente “aceitável” e pela dificuldade em levar em conta o estado emocional de outras pessoas.

Para favorecer a inclusão escolar e social das pessoas com autismo, desde a infância, a psicóloga afirma que é preciso que a sociedade entenda essa condição. “As crianças com TEA sofrem muito com o julgamento de outras crianças, que possuem maior dificuldade para compreender as diferenças”, explica. Para ajudar a falar sobre o Espectro Autista, Maísa sugere alguns livros infantis:

  1. Meu amigo faz iiii, de Andréa Verner e Kelly Vaneli (Ed. CR8, 28 páginas)

O livro é narrado em primeira pessoa por Bia, uma garotinha que percebe comportamentos peculiares em seu coleguinha de classe, Nil. Orientada pela professora, ela começa a observá-lo com cuidado e, a partir daí, uma amizade se desenvolve.

2. A escova de dentes azul, de Marcos Mion (Panda Books, 48 páginas)

No clima do Natal de 2017, o apresentador Marcos Mion escreveu um texto revelando detalhes sobre a convivência com seu filho Romeo, com 9 anos, na época. “Me sinto abençoado e extremamente feliz por ter sido escolhido por Deus para ser pai de uma criança autista, ou como eu prefiro dizer, o guardião de um anjo. O meu Romeo”, escreveu. No post, publicado no Facebook, o apresentador contou sobre o inusitado presente de Natal que o filho pediu – e sobre a lição que aprendeu com isso. O texto deu origem ao livro A escova de dentes azul.

3. O menino só, de Andrea Viviana Taubman (Ed. Escrita fina, 36 páginas)

O livro fala de forma poética sobre o complexo e pouco conhecido mundo das crianças autistas, que não apresentam estigmas físicos visíveis mas têm necessidades muito específicas para poder se desenvolver.

4. Tudo bem ser diferente, de Todd Parr (Ed. Panda Books, 32 páginas)

O livro trabalha com as diferenças de cada um de maneira divertida, simples e completa, alcançado o universo infantil e abordando não apenas a questão das diferenças, mas também outros assuntos delicados, como adoção, separação de pais, deficiência física, preconceito racial, entre outros.

5. Um mundinho para todos, de Ingrid Biesemeyer Bellinghausen (Ed. DCL, 24 páginas)

Educar as crianças para que desenvolvam a consciência de seus direitos e deveres, respeitando as diferenças e firmando valores que ajudam a construir o bom convívio em sociedade. Esse é o mote do livro, tratado de maneira lúdica e com lindas ilustrações.

Sobre o Colégio Positivo 

O Colégio Positivo compreende oito unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo – Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo –  Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo – Hauer, o Colégio Positivo – Internacional, o Colégio Positivo – Água Verde, o Colégio Positivo – Boa Vista e o Colégio Positivo – Batel atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à Educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina – onde hoje fica o Colégio Positivo – Joinville e o Colégio Positivo – Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo – Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR).

 

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