Dia do livro infantil: professor brasileiro que já escreveu mais de 70 obras lança outras cinco no Japão
Especialista em educação infantil, Geraldo Peçanha de Almeida escreve em quatro idiomas e leva obras brasileiras para quatro continentes. Cinco novos títulos infantis serão lançadas no Oriente.
Com saldo de 25 anos de experiência em sala de aula, atuação internacional e mais de 70 volumes publicados, o professor Geraldo Peçanha de Almeida, especialista em educação de crianças e jovens, está prestes a levar a literatura infantil brasileira mais longe. O autor se prepara para uma nova turnê literária a partir de junho, no Japão, onde vai lançar cinco novos livros infantis. No Dia Nacional do Livro Infantil, celebrado nesta quinta-feira (18), data do aniversário de Monteiro Lobato, o escritor destaca a importância que a leitura tem no desenvolvimento humano. “A literatura é a melhor maneira de gente aprender a gostar de gente”, constata.
Das 70 obras literárias já publicadas, pelo menos dez são infantis e algumas delas já foram traduzidas para quatro idiomas diferentes: inglês, espanhol, italiano e alemão, além do português. Os títulos também já viajaram por quatro continentes e são tema de turnês literárias que o autor realiza todos os anos na Europa. Em 2018, o professor também lançou uma coleção infantil que funciona como uma adaptação da música clássica dos séculos XVIII, XIX e XX. A MELOTECA pretende oferecer material para cumprimento da lei brasileira que prevê a inclusão de música no currículo escolar.
Embora os livros de Almeida sejam para o público infantil, a linguagem utilizada é ampla. “Escrevo para criança, porém o vocabulário é rico, elaborado e não infantilizado; assim, eles acessam novas expressões, termos e a leitura se torna mais eficaz em termos de aprendizagem”, comenta. Além do incremento de novas palavras, o escritor oferece literatura infantil rica em poesia e ousa em temáticas que normalmente são evitadas nesta faixa etária. “Publiquei no início de 2019 um livro sobre morte, o “Vagalume estrela verde”, rompendo uma barreira na literatura que é o fato de os livros infantis não tratarem da morte por acharem que criança não deve lidar ou ler sobre isto. A morte é uma das etapas da vida e todas as vezes que as famílias ou a escola chega nesta temática acabam por reduzir o tema com explicações do tipo “foi morar no céu”, “descansou” e por aí vai… Essa forma de abordar o tema não contribui para a lucidez do pensamento infantil, só atrapalha”, conclui.
O escritor, que já participou de todas as feiras internacionais de livro infantil representando o Brasil, também já trabalhou com literatura infantil no Consulado Brasileiro em Roma, implementou um projeto de leitura em Moçambique e destaca que pais e professores podem encontrar soluções em conjunto para alunos da educação básica que possuem dificuldade de leitura e produção de textos. “A linguagem pictórica, que é o uso de desenhos para facilitar a compreensão, é fundamental”, indica. Embora os pais queiram ajudar, é preciso ter cuidado para não causar confusão em relação ao método que está sendo utilizado pelos professores: a maior parte dos familiares têm excesso de zelo e acaba repreendendo a espontaneidade dos filhos. “É comum que nesta fase de alfabetização as crianças cometam falhas como ausência de letras, trocas silábicas, erros ortográficos…isso é secundário. A prioridade é estimular a oralidade, a construção da narrativa, o texto oral ou gráfico e não se preocupar com tantas correções que podem vir mais adiante”, explica.
Abril da Leitura
Abril é o mês que mais coleciona datas em alusão ao universo da leitura. Logo no dia 02 comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil. No dia 09 é lembrado o Dia da Biblioteca; já no dia 18 comemora-se, além do aniversário de Monteiro Lobato, o Dia Nacional do Livro Infantil. O mês termina com o Dia Internacional do Livro e Dia dos Direitos de Autor, celebrados no dia 23.
Sobre Geraldo Peçanha de Almeida
O professor Dr. Geraldo Peçanha de Almeida é psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo, pedagogo e psicopedagogo pela UNESP-SP. Formando em Letras, Mestre e doutor em Literária pela Universidade Federal do Paraná, é autor de mais de 70 livros, entre infantis, livros para educadores e livros para pais. Tem trabalhos internacionais na Alemanha, Itália, Áustria e Bolívia. Implantou na África, em Moçambique, um Programa de Leitura e escrita. Fez estudos de aperfeiçoamento em Educação Especial em Cuba, em 2017. Tem 25 anos de experiência em educação de crianças e jovens em todos os Estados do Brasil. É fundador do Projeto Pólen, em Curitiba, no Paraná, do qual se tornou presidente.
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