TRAJETÓRIA DE CÂNDIDO PORTINARI NA CAIXA CULTURAL CURITIBA
A exposição é composta por esboços, desenhos e estudos que revelam o processo criativo do artista. Além disso, oito esculturas de Sérgio Campos apresentam a tridimensionalidade da obra de Portinari
A CAIXA Cultural traz a Curitiba uma exposição inédita que faz um apanhado da trajetória de Cândido Portinari, um dos maiores nomes da arte brasileira. “Portinari – A construção de uma obra” fica em cartaz na Caixa Cultural de 17 de janeiro até 18 de março de 2018. A mostra reúne 30 estudos do pintor, muralista e desenhista que conquistou reconhecimento internacional retratando o cotidiano do país com suas mazelas sociais, num legado que possui atualidade surpreendente. Também fazem parte da montagem oito esculturas criadas pelo artista plástico Sérgio Campos e que foram inspiradas em personagens de Portinari.
Segundo o curador, os trabalhos reunidos mostram o processo criativo do artista e ilustram sua trajetória. “É uma exposição específica da construção artística de Portinari que mostra estudos, esboços e desenhos de grandes obras dele”, comenta Dannemann. “São pedaços preciosos de um artista singular, de quem buscou originalidade na própria poesia do homem”. Entre eles, há estudos para o painel “Guerra e Paz” que Portinari criou para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, entre 1952 e 1956.
Um dos temas mais presentes no trabalho de Portinari é a desigualdade social, sempre revelada no registro do cotidiano, como surge em “Grupo com homem doente” e “Menino morto”. “Portinari era um ‘cronista’ que, ao invés de escrever, pintava as desigualdades, as efemérides”, comenta o curador. “‘Os Retirantes’ é a realidade do Brasil – pessoas rumando para as grandes cidades em busca de melhores oportunidades. E muitas dessas obras continuam atuais porque ainda vivemos em um país marcado pela desigualdade”.
Esculturas recriam personagens de quadros
Na mostra, as esculturas de Sérgio Campos contracenam com as obras de Portinari. Campos finalizou o planejamento do próprio Portinari que desejava transformar suas figuras em esculturas. Curitiba recebe oito trabalhos, revelando uma tridimensionalidade da visão de Portinari. “Ele pretendia eternizar alguns de seus personagens em bronze. Como morreu prematuramente, aos 59 anos, não conseguiu concluir esse projeto”, explica Dannemann. “Sérgio Campos, membro da família do pintor, decidiu finalizar a ideia e criou esculturas fidedignas em cada detalhe”.
Candido Portinari
O artista nasceu em 30 de dezembro de 1903, em Brodowski, no interior de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, teve uma infância humilde e recebeu apenas a instrução primária. Desde criança manifestou sua vocação artística, começando a pintar aos nove anos. Estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e visitou países como a França e a Itália, onde concluiu os estudos. Em 1935, recebeu, em Nova Iork, um prêmio por sua obra “Café”, que o projetou para o mundo. Faleceu em 1962, tendo como causa aparente uma intoxicação causada por produtos químicos presentes nas tintas.
Sérgio Campos
Desenhista, pintor e escultor, é formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desenvolveu uma técnica para a elaboração de esculturas em aço e cobre e executou monumentos públicos de grande porte. Estudou pintura mural e escultura em bronze com o italiano Franco Cerri. Seus desenhos têm forte identidade com os personagens de Portinari.
Serviço
Artes Visuais: “Portinari – A construção de uma obra”
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR) – Galerias do Térreo e Mezanino
Abertura: 16 de janeiro de 2018 (terça), às 19h.
Visitação: de 17 de janeiro (quarta) a 18 de março de 2018 (domingo).
Horário das galerias: terça a sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h.
Ingressos: Entrada franca
Informações: (41) 2118-5111
Classificação etária: Livre para todos os públicos
Deixe um comentário