EXPOSIÇÃO “PROSAICA HUMANIDADE” REVELA A FACE DO HOMEM COMUM NA CASA – OBRAS SOBRE PAPEL, A PARTIR DE 28 DE SETEMBRO
SÃO 37 GRAVURAS DE 29 ARTISTAS, COMO FRANCISCO GOYA, KÄTHE KOLLWITZ, MARC CHAGALL, ERIK DESMAZIÈRES, EVANDRO CARLOS JARDIM, OSWALDO GOELDI, RENINA KATZ
O homem comum em suas atividades, do banal, passando pelo sofrimento e o trabalho até chegar à morte. A partir dessa linha de condução, a cAsA – Obras Sobre Papel volta o olhar ao seu acervo e inaugura sua nova exposição, a coletiva “Prosaica Humanidade”, no dia 28 de setembro.São 37 gravuras de 29 artistas, entre eles Erik Desmazières, Käthe Kollwitz, Evandro Carlos Jardim, Francisco Goya, Marc Chagall, Oswaldo Goeldi e Renina Katz.
A curadoria assinada pela equipe da cAsA, Lucia Palhano, Paulo Rocha e Thyer Machado, Prosaica Humanidade busca trazer a discussão sobre a representação do homem que, na historiografia tradicional das artes, sempre foi retratado com idealização. “A mostra revela a face dos vencidos, do homem comum, colocando em relevo outras narrativas a contrapelo da história dos vencedores. Em uma sociedade que frequentemente renega experiências de sofrimento e compele o ser humano a vivências anestesiadas, a arte (quem sabe) pode oferecer outras possibilidades, a partir do encontro com as imagens. Tal relação dos corpos com estas obras talvez possa questionar e impactar quem se lança nesse embate”, explicam os curadores.
As gravuras da exposição expõem o banal, pessoas em suas atividades íntimas, a vida rotineira em família, mães amamentando, pessoas bebendo, trabalhadores dormindo. Pode-se ver também o sofrimento, como a figura materna acolhendo o filho morto na obra impactante de Käthe Kollwitz. O trabalho se faz presente por meio de imagens de operários, açougueiros, trabalhadores campesinos e desempregados, revelando a face desumana do labor. Rostos humanos também aparecem, caminhando do realismo até imagens degradadas, em que na última gravura, de Erik Desmazières, há apenas uma caveira. O fim.
Este mote revela a representação do humano no acervo da cAsA, mas de maneira a buscar um olhar mais apurado para o homem, não uma mera visão romântica. “Em grande parte, os artistas aqui presentes almejavam que o espectador desenvolvesse um olhar crítico e consciente, não simplesmente compadecendo-se com o mundo e suas vicissitudes. Seria então possível permanecer alheio e insensível às representações do sofrimento e da vida tantas vezes bovina? Os rostos e corpos expostos nesses quadros são alteridades que falam e interpelam o espectador, como se nos despertassem o que há de mais prosaico e banal em nós mesmos: nossa própria humanidade”, finalizam os curadores.
SERVIÇO:
Prosaica Humanidade
Abertura: dia 28 de setembro às 20h.
Visitação: de 29 de setembro a 23 de dezembro.
De segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados de 10h às 14h.
Local: cAsA – Obras Sobre Papel (Av. Brasil 75 – Sta. Efigênia).
Informações: (31) 2534-0899
Entrada franca
Artistas participantes da exposição:
- Anestor Tavares – BRASIL
- Angelo Canevari – ITALIA
- Benito Quinquela Martin – ARGENTINA
- Bernd Koblischek – ALEMANHA
- Clare Leighton – INGLATERRA
- Danúbio Gonçalves – BRASIL
- Edgard Cognat – BRASIL
- Erik? ?Desmazières? – FRANÇA
- Evandro? ?Carlos? ?Jardim? – BRASIL
- Francesc Domingo Segura – ESPANHA
- Francisco? ?Goya? – ESPANHA
- Glauco Rodrigues – BRASIL
- Hannah Brandt – BRASIL
- Hans Steiner – ÁUSTRIA
- Ignaz Epper – SUÍÇA
- J. Barros – BRASIL
- Johann Robert Schürch – SUÍÇA
- John Edward Costigan – ESTADOS UNIDOS
- Käthe? ?Kollwitz? – ALEMANHA
- Leonard Baskin – ESTADOS UNIDOS
- Lionel Le Couteux – FRANÇA
- Marc? ?Chagall? – BIELORUSSIA
- Max Liebermann – ALEMANHA
- Octávio Araújo – BRASIL
- Oswaldo? ?Goeldi? – BRASIL
- Ramon Rodrigues – BRASIL
- Renina? ?Katz? – BRASIL
- Robert E. Marx – ESTADOS UNIDOS
- Winslow Homer – ESTADOS UNIDOS
Sobre a cAsA – Obras Sobre Papel
A cAsA – Obras Sobre Papel, inaugurada em Belo Horizonte em 2015, tem como princípio abrir suas portas para a realização de exposições, encontros, discussão de ideias e promoção da arte sobre papel em todas as suas manifestações, sobretudo a gravura.
O espaço preenche uma lacuna existente na capital mineira em relação à técnica, com o objetivo de gerar um crescimento da circulação de gravuras, desenhos, aquarelas, fotografias – sedimentar este mercado, valorizando esta cultura, trazendo mostras e novas experiências artísticas.
Em seu expressivo acervo, obras de representativos nomes que fizeram história como Goeldi, Abelardo da Hora, Iberê Camargo, Erick Demazieres, Salvador Dali e Picasso.
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