E se o futuro já fosse um velho conhecido?
O artista antoninense Marcel Fernandes retoma sua narrativa entorno do planeta Kleper-186f. Desta vez ele mistura fotografia, poemas e documentos para levar o público a uma viagem cósmica entre passado e presente.
A Galeria Ponto de Fuga convida para a abertura da exposição “Por que todo esse desespero? Deite sobre o meu peito e ouça o universo” do artista Marcel Fernandes. Entre a “realidade”, mito e ciência, o artista traça sua própria narrativa sobre o Kleper-186f, planeta descoberto pela Nasa em 2014 e que possui características muito próximas com a terra. Para isso, ele faz uso de imagens criadas e apropriadas, poemas e documentos.
Esta não é a primeira vez que Fernandes se deixa influenciar pelo planeta. Kleper-186f já foi tema de uma premiada exposição fotográfica do artista e o recente projeto Rochas de Kepler, no qual Fernandes desenvolveu peças modeladas a mão, de cerâmica, inspiradas nos minerais existentes nos planetas do sistema estelar Kepler-186.
Desta vez, o artista mergulha mais a fundo na pesquisa que fez. “A descoberta da Nasa é recente. Mas é possível que o planeta Kepler-186 já fosse conhecido na antiguidade. Em 1986, um mergulhador japonês chamado Kihachiro Aratake descobriu ruínas submersas cujos estudos geológicos calcularam terem cerca de 11.000 anos de idade. Nas ruínas, um templo construído em direção ao Kepler-186F nos faz mergulhar em uma intricada trama cósmica”, explica o artista.
Partindo da premissa proposta pelo espanhol Joan Fontcuberta – artista e fotógrafo ficcional – de que a função das fotografias não é corroborar nossa verdade ou assentar nosso discurso, mas exclusivamente questionar as hipóteses em que outros possam fundamentar sua verdade, as imagens de Kepler-186f propostas por Fernandes levam o público a uma viagem cósmica entre passado e presente, entre o planeta Terra e seu novo/antigo irmão.
“A exposição evoca uma série de questões que tangenciam não apenas as artes visuais, mas também a existência humana. Vale destacar as relações que o artista faz entre a apropriação de imagens fotográficas, o ato fotográfico dele mesmo e as interferências gráficas que nascem a partir da combinação dessas ações”, destaca Milena Costa de Souza, coordenadora da galeria Ponte de Fuga. “Sem dúvida alguma o evento interessará públicos diferentes, além das imagens serem absolutamente incríveis esteticamente”, completa.
ARTISTA – Marcel Fernandes (1986) nasceu e reside em Antonina, litoral do Paraná. Desenvolve uma pesquisa visual sobre a relação entre realidade e ficção, permeando as artes visuais e a literatura. Já realizou diversas exposições individuais e coletivas, tendo destaque a exposição Ícaro e o Labirinto, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em Curitiba; Poesia Agora no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo; Begira Photo Festival, em Durando (Espanha); e, Artistas Emergentes do Brasil, no Espacio Menosuno, em Madrid. Tem publicados seus poemas e fotografias em algumas revistas literárias nacionais e internacionais, como Escamandro, Gueto, Mallarmargens, Parênteses e as portuguesas Enfermaria 6 e Piolho.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição “Por que todo esse desespero? Deite sobre o meu peito e ouça o universo”, do artista visual Marcel Fernandes
QUANDO: 08.05.2017, segunda-feira
HORA: às 18h00
ONDE: Galeria Ponto de Fuga. Saldanha Marinho, 1220 | Curitiba, PR.
Mais informações:
41 9950.13252
facebook.com/galeriapontodefuga
VISITAÇÃO
De Quarta à Sábado das 16h às 20h
Ou via horário agendado
A exposição permanecerá aberta para visitação até 17.06.2017.
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