HOJE NO DIA DO TRABALHO, UMA ENTREVISTA EMOCIONANTE SOBRE UM TRABALHADOR QUE SUPEROU GRANDES DIFICULDADES.

HOJE NO DIA DO TRABALHO, UMA ENTREVISTA EMOCIONANTE SOBRE UM TRABALHADOR QUE SUPEROU GRANDES DIFICULDADES.

Edmilson Fernandes tem uma história de vida que parece filme hollywoodiano. Ex-morador de rua virou empreendedor. Sim é história real. Edmilson morou por seis meses na marquise do Mercado Municipal, no Centro de Curitiba. Agora realiza um projeto inovador no Instituto de Tecnologia do Paraná. Além disto, ministra palestras com temas motivacionais. E ainda quer mais, abrir um restaurante. Inspire-se! A seguir entrevista:

Katia Velo – Antes desta difícil fase (morar na rua) onde e qual trabalho realizava.
Edmilson Fernandes – Eu já trabalhei em oficinas de cenografia, equipes da Stock Car e como ambulante. Essa era a minha vida.

KV – O que o motivou a vir para Curitiba.
EF – Foi querer um recomeço em outro lugar. Escolhi esta cidade para me acolher.

KV  – Mesmo durante o tempo em que morou na rua, você não abandonou os estudos. Você acredita que esta decisão foi importante para você conseguir superar esta fase. 
EF – Foi muito importante sim! Eu tinha tomado uma decisão, valorizei os estudos pela vontade de mudar de vida.

KV – Foi muito difícil reerguer-se de uma situação tão difícil quanto a que você passou. Do que mais tinha medo neste período.
EF – Foi difícil sim de reerguer-me, principalmente quando chegamos ao fundo do poço, mas eu tinha um objetivo que era os estudos. Tive que sair de perto dos perdedores da minha vida tinha. Tinha que dar um sentido a minha vida. Por isto, aos poucos fui planejando cada etapa da minha vida, como eu queria. Aos poucos, fui preparando cada fase. Tive tempo para planejar cada momento dela e assim ela foi sendo criada. Hoje tenho três pontos importantes como construção de vida: determinação, objetivo e o mais importante para mim a fé em Deus. Esta fé fortaleceu-me 365 vezes de forma diferente em sermos fortes e lutar. Eu tinha que encontrá-la, aos poucos fui preparando cada fase da minha vida que eu queria ter. Fiz a minha parte e deixei os resultados para Deus. Eu não tinha tempo para pensar em medo, me preocupei com o meu propósito.

KV – Quando as coisas começaram a melhorar para você.
EF – As coisas começaram a melhorar quando na noite de sexta-feira fui encontrado pela equipe de TV no Balanço Geral. Eles tinham encontrado uma linda história, deu mídia e repercussão. Não tinha mais como esconder na escola a minha situação. Tinha medo de perder a bolsa que eu havia ganho com tanto esforço e luta. Não era um chão que ia impedir de realizar o meu sonho. Estava determinado em realizá-lo, um muro não nasce sozinho; ele é construído tijolo por tijolo. Assim fui construindo a minha vida, tijolo por tijolo. Eu não podia aceitar que as pessoas me apontassem o dedo e dissessem que eu era abaixo da média, que eu não ia dar em nada. Também não podia dizer que eu não consigo as coisas por causa de fulano ou ciclano. Isso é atitude de covarde. Eu não sou covarde, a vida tem um significado para mim e eu não podia desistir. Sabe o porquê, me disseram que eu não ia conseguir.

KV – Você tem muitos sonhos, conte-nos um pouco sobre eles.
EF – Meu sonho é simples, mas com um objetivo: realizá-los, transformar Superação em Super-Ação.

KV – Ser um workaholic (trabalhador compulsivo) o ajudou a superar este período difícil.
EF – Quando olho para traz e lembro o que eu fiz ao preparar meu campo para que Deus mandasse chuva sobre ele de 2015 até agora e sei o quão foi difícil para mim. Muitas pessoas passaram pela minha vida me ajudando, eu gosto de chamá-las de Anjos e estão comigo até agora. Não me abandonaram e viveram a minha vida. Deixaram de suas tarefas para que eu hoje pudesse ser o que eu sou. Tenho orgulho deles, desde a lavação dos meus dólmãs até as mobílias. Eu tenho o sonho de ter o meu boteco gastronômico. Ainda hoje eu enfrento a burocracia dos bancos. Sem nenhum investimento ou apoio, o que eu tenho foi através dos trabalhos que negociei. Minhas ferramentas foram compradas com muito suor e ralo. A minha empresa nasceu pela dor e pela dor ela está existindo, nunca desanimei. Já me compararam ao Chris Gardner, personagem do Will Smith no filme “A Procura da Felicidade”, mas eu ainda não fiz o meu primeiro milhão. Eu trabalho com acessórios automotivos, todos criados por mim após estudar o veículo. Meu trabalho é voltado a área de customização e para som automotivo.

KV – Agora além dos seus trabalhos, você realiza palestras motivacionais. Como tem sido esta experiência.
EF –  A palestra foi algo surpreendente para mim, eu me recordo que após o Carnaval, eu estava chegando em frente ao Tecpar e meu celular toca. Atendi como de costume e para minha surpresa, naquela ligação, eu estava recebendo um convite para dar uma palestra motivacional no Colégio Adventista do Boqueirão para moradores de rua. Não foi preciso esquentar a cabeça. Eu tinha comigo a minha história. Acrescentei dois vídeos motivacionais e estava pronta a minha palestra. Foi muito legal a dinâmica que introduzi.

KV – O que você diria as pessoas que se sentem desanimadas e acham que não vão alcançar seus sonhos.

EF – Tem uma história sobre dois agricultores que eles precisavam de chuva para seus campos. Somente um foi e preparou o seu campo. Em qual campo Deus vai mandar chuva? Qual é o seu campo? Você tem preparado seu campo para que Deus possa mandar chuva sobre ele? Deus vai mandar chuva quando ele estiver preparado. Você conhece seu potencial? Qual o seu objetivo? É preciso mudar o modo de pensar, mudar de costume e pensamentos, algo como nascer de novo. Quando a gente se torna a pessoa certa, você atrai as pessoas, negócios, sua vida começa a ter uma certa singularidade. Se você tem um sonho, lute por ele. Nada é impossível para Deus. Me disseram que era perda de tempo estudar, não os ouvi e me formei. Me disseram que eu não ia conseguir a minha empresa. Que eu tinha que cair na real. Hoje tenho a minha empresa instalada dentro do Tecar. E agora eu vos pergunto. O que é impossível para Deus? A vida vai te colocar de joelhos e você vai ficar de joelhos até quando ela quiser. Cabe a nós, o momento certo de reergue-se ou não. Reerguer-se, é assim que se vence!