A MOSTRA “ROBERTO VIEIRA …EM PROCESSAMENTO…” (MG)

ARTISTA MINEIRO APRESENTA OBRAS EM CONSTANTE MOVIMENTO DENTRO DA SEGUNDA EDIÇÃO DO PROJETO ARTEMINAS

 

Terra. Superfície e profundeza. Matéria-prima e fóssil. Início e fim. O trabalho desenvolvido por Roberto Vieiraininterruptamente, há mais de 50 anos, estará na exposição “Roberto Vieira …em processamento…” na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes, desde o dia 28 de julho. Após alguns anos sem expor em Belo Horizonte, o artista mineiro apresenta uma mostra ampla, com objetos, esculturas e instalações. A exposição faz parte da segunda edição do projeto ArteMinas, uma iniciativa da Fundação Clóvis Salgado.

O trabalho de Roberto Vieira está em constante movimento, assim como a própria terra. “Até os anos 80 eu pintava a terra, então parei de representa-la para trabalhar diretamente com ela. A natureza foi se tornando parte do que faço. Desse encontro surge o barranco como espaço de trabalho no qual vou adicionando objetos do cotidiano, que geram identificação nas pessoas. Um sapato, um liquidificador… E esse barranco hoje tem mais de 21m”, comenta.

Os objetos enterrados – como vestígios de uma vida, demonstrando a finitude das coisas – trazem não um estranhamento, mas a sensação de um devir, um amanhã. O artista consegue arrancar a beleza existente no final de trajetória dos objetos eternizada em fósseis. “Este barranco para mim é como uma partitura musical, uma sinfonia. Os objetos formam acordes graves, como de um violoncelo ou um baixo”, conta.

O artista também trabalha em caixas, fechadas com vidro, contendo objetos comuns revestidos de terra. “Eles querem a todo custo sobreviver ao assédio do tempo, saltando para o espaço próprio dos seres naturais. Roberto guarda-os dentro das caixas, em concentrações densas, carregadas de uma beleza trágica.”, afirma o artista e crítico de arte Márcio Sampaio em texto sobre o artista. Ainda de acordo com Márcio Sampaio, as instalações transformam os objetos fragmentando-os sem que, no entanto, eles percam sua identidade.

A presente mostra traz parte da produção recente de Roberto Vieira que trabalha a transitoriedade da vida, a força dos contrários, o ritmo do mundo e o silêncio. “A instalação com corpos recortados representando erosões, dispostos ao longo da galeria, propõe aos visitantes participar do processo criativo, tornando-se parte da obra”, finaliza o artista.

 

SERVIÇO:

ROBERTO VIEIRA …EM PROCESSAMENTO…

Local: Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro – Belo Horizonte/MG).

Período: de 28 de julho a 16 de outubro

Horário: Terça a sábado, das 9h30 às 21h. Domingo, das 16h às 21h

Entrada gratuita.

 

Sobre Roberto Vieira:

Roberto Vieira nasceu em 1939, em Juiz de Fora. Começou a estudar violino em 1946 e, em 1955 passou a fazer parte da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora. Entre 1958 e 1963 frequenta a cadeira de violino da UMA, em Belo Horizonte. Ingressa na Escola de

Arquitetura da UFMG, em 1962. Junto a outros estudantes de arte cria, em 1964, a “Oficina de Arte” e realiza uma série de experiências minimal/concretistas. A partir de então, passa a participar de exposições. Em 1973, recebe Prêmio de Aquisição do “I Salão Global de Inverno do MAP”, fica entre os “Selecionados de Minas e Goiás” para a XII Bienal de São Paulo e participa do V Salão Nacional de Arte, do MAP. Integra também a coletiva “Image du Brésil”, da Feira Internacional de Bruxelas, na Bélgica.

Participa de diversas edições do Salão de Verão e coletivas no MAM, no Rio de Janeiro, faz parte do VIII Panorama da Arte Atual Brasileira, no MASP e de algumas edições da Bienal de Arte em São Paulo. Sua trajetória soma mais de 60 coletivas e mais de 20 exposições individuais em todo o Brasil, além de diversos prêmios.

 

Sobre o projeto ArteMinas

A expressiva produção artística das décadas de 1980 e 1990 é o grande destaque das galerias do Palácio das Artes durante a segunda edição do projeto ArteMinas, que acontecerá de julho a outubro próximo. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Clóvis Salgado que se consolida como um programa voltado às artes visuais mineiras e seus artistas.

Para este ano, os selecionados foram Roberto Vieira (Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard), Marco Túlio Resende (Galeria Genesco Murta), Jorge dos Anjos (Galeria Arlinda Corrêa Lima) e Cláudia Renault (Galeria Mari’Stella Tristão) que terão exposições individuais, com linguagens e propostas diferenciadas, evidenciando tanto a arte aprendida no cotidiano quanto suas vivências acadêmicas.

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