Adelio Sarro mostra a sua obra no Today Art Museum em Beijing

O conhecido artista brasileiro Adelio Sarro abriu neste sábado, 21 de maio, a exposição no Today Art Museum em Beijing, China.  A mostra apresentará 34 pinturas e leva o título ”A Força, a Magia e as Cores do Brasil”. Estas obras foram expostas em 2007 no Museu de Arte Moderna de Moscou e no Museu da Academia de Arte de St. Petersburgo, também em 2010 na Polônia, no Palácio de Arte de Cracóvia. Outras 27 pinturas selecionadas completarão a exposição. Algumas destas foram mostradas no World Economic Forum de 1999 em Davos, outros na famosa exposição de Sarro em 2004 na sede das Nações Unidas em Genebra, Suiça, e algumas foram pintadas especialmente para esta exposição.
O curador suíço Marcel Markus apresentará a obra de Sarro ao público local e aos turistas do mundo inteiro que nesta época do ano visitam a China. A exposição estará aberta durante duas semanas nos dois pavimentos do museu. Estará disponível um catálogo em três idiomas com apresentações das obras do artista.

A exposição
Nesta coleção com o título significativo “A Força, a Magia e as Cores do Brasil”, o artista expõe a sua visão do Brasil contemporâneo. Ele chama a atenção do observador aos problemas como violência e pobreza, ao mesmo tempo realçando os aspectos positivos como música, beleza natural e esportes.
Sarro critica a realidade brasileira, retratando a história do Brasil, a pobreza, a fome, o desmatamento e a corrupção. As faces expressivas e a fisionomia empática das suas figuras humanas transmitem a sua preocupação com os problemas sociais tão importantes e tão presentes na sociedade brasileira.
O trabalho meticuloso com a transparência das cores contribui para construir imagens comoventes e momentos de intensa integração do homem no universo. Com o seu trabalho contínuo e incessante, o pintor de São Paulo estabelece a sua harmonia pessoal e mostra a possibilidade de um mundo melhor, que reconhece a arte como uma expressão genuína da mente humana.

O artista
O pintor, escultor e muralista Adelio Sarro nasceu em 1950 em Andradina no interior do Estado de São Paulo. Em 1972, ele começou a pintar, criou o seu próprio estilo, e partiu para exibir seus trabalhos em galerias, espaços de arte e museus de renome no Brasil e em quatro continentes.
As cores e as matizes de Sarro são típicas para a América do Sul. Os trabalhadores do campo são a temática da obra de Sarro, porém, como a coleção de museu comprova, o trabalho de Sarro abrange uma ampla variedade de temas.
Para mostrar a sua arte também às pessoas com deficiência visual, Sarro desenvolveu uma técnica que permite identificar as pinturas pelo toque. Estas novas coleções já foram exibidas em vários países.
Sarro também confere expressão ao seu universo de personagens na forma de esculturas monumentais de concreto. Ele constrói reliefs monumentais, portais de entrada de cidades e fontes temáticas, trabalhou por vários anos na catedral católica mais importante do Brasil em Aparecida, criando gigantescos painéis e várias esculturas importantes.
A obra de Sarro inclui mais de 5 mil pinturas e aproximadamente 130 esculturas monumentais de concreto, a sua maioria localizada em praças públicas.
Um importante museu será inaugurado este ano na região de São Paulo para abrigar o acervo pessoal de Sarro e para mostrar muitos aspectos da sua trajetória.
Devido às muitas exposições e atividades no mundo e à grande diversidade da sua arte, Sarro foi qualificado pelo escritor e crítico de arte francês André Parinaud como “o Brasileiro Global”.
Existem vários livros sobre o artista e mais informações em www.sarro.info.

 

André PARINAUD, Paris

Escritor e Critico de Arte

O MUNDO PLANETÁRIO DE SARRO
O que será o mundo planetário que já se esboça? Os artistas – os verdadeiros – são os profetas do amanhã. Como Picasso, Braque, Léger, Chirico que traduziram tal como os sismógrafos em suas obras os abalos das mentalidades que caracterizaram o século XX e o início da modernidade. Hoje, sobre a tela do futuro, vemos projetarem-se as silhuetas dos povos que farão o “amanhã”.
O brasileiro Adelio Sarro é um dos grandes visionários que aparece como a testemunha do fenômeno da revolução mundial – contendo oito bilhões de humanos e a proclamação da América do Sul como novo continente moderno. Orozco, Diego Rivera e Siqueiros já haviam anunciado isso. Ele, no céu azul de suas telas, projeta o herói brasileiro, agricultor com os pés nus, “fugindo às normas”, com suas mãos gigantes, ator poderoso e comovente, verdadeiro personagem que testemunha para sempre a passagem de uma sociedade de sobrevivência que há muito tempo foi o Brasil para um universo de promessa e futuro.
As telas de Sarro são portanto afrescos que traduzem a dinâmica de um povo e a sua vontade – ele mesmo, nascido em 1950, de mãe portuguesa e pai italiano, lavrador em uma fazenda próxima à São Paulo, é testemunha desta época de mutações. Toda sua obra a anuncia e a afirma, depois do choque que o jovem desenhista vivenciou descobrindo a obra de Portinari que definiu sua vocação e orientou sua imaginação. Ele tinha dezenove anos. Ele introduzirá nas suas telas uma transformação radical dos personagens e logo impõe uma modificação no volume dos corpos, dos rostos, mesmo das paisagens, que fazem de cada um dos seus quadros uma imagem imediatamente identificável e que será a base de sua mensagem artística e filosófica. A partir daí, Sarro irá desenvolver todas as fases de um estilo de grande poder sugestivo.
Vemos surgir agricultores fora de sua realidade habitual, tornando-se personagens de um povo marginalizado, que colocam em cena seus membros como se fossem o verdadeiro capital de sua existência.
O azul cobalto – o oceano e o céu – de suas telas é como o diapasão de sua música. Todos os azuis, sobre todas as telas e em todos os matizes! Basta esboçar as silhuetas dos personagens e os traços dos desenhos para fazê-los surgir da zona abissal de acordo com a inspiração que conduz seu pincel.
Ele comunica o ritmo de seus pensamentos, de seus desejos, apelando à linguagem mais direta, mais evidente, resultando na fusão das sensibilidades.
Igualmente, a mão de Sarro que se formou com o artesão carpinteiro, o marceneiro, o cortador de mármores, se afirma em toda a leveza de suas esculturas.
Sarro proclama a consagração do reconhecimento do “agricultor brasileiro” no conceito das nações do futuro. Através da sinergia das formas e das cores de Sarro, um povo encontra-se à exaltar a grandeza de suas esperanças.

 

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*