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PUBLICADO POR: CARLOS ZEMEK DATA: SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2016 /
Paul Cézanne embora estivesse imerso em questões posteriormente tão valorizadas no cubismo e expressionismo, é atacado pelo público e crítica de forma voraz e impiedosa, tendo reconhecimento dentro do meio artístico em vida somente nos seus últimos anos, embora ele próprio não o fizera. Cézanne deve ser estudado incansavelmente, pois suas obras continuam a expressar toda a sua genialidade através de um temperamento tempestuoso em busca de uma perfeição artística.
Diferentemente dos impressionistas que viveram na mesma época e se utilizam da luz e exclui o preto de sua paleta, Cézanne voltar a usar o preto e cores terrosas, enquanto os impressionistas utilizavam como referência o reflexo da água, Cézanne buscava a solidez das rochas, pois para ele tudo é importante, portanto tudo é pintura.
Admirado por ninguém menos que Picasso, ele e Brake, partem da dúvida de Cézanne e resolvem-na, em parte, criando o Cubismo.
Cézanne não desfrutou o reconhecimento dos clássicos, não saboreou o sucesso dos impressionistas, tão pouco aprovou a si mesmo como artista, mas a sua constante e incessante busca interior, trouxe-nos uma certeza, que nada é tão simples e puro.
O artista deve tentar reproduzir através das cores e formas, sua verdadeira essência, esta sim; sem retoques. “ Sim, meu caro senhor, eu pinto como vejo, como sinto… e eu tenho sensações fortes. Os outros também sentem e veem como eu, mas não se atrevem… Eu atrevo-me, senhor, atrevo-me, senhor, atrevo-me… Tenho a coragem das minhas opiniões, e o último a rir é quem melhor ri!” MALORNY, Ulrike Becks, Paul Cézanne, pág. 16.
Possuidor de temperamento forte e inconstante, ao fazer retratos submete seus modelos a horas a fio de mobilidade quase desumanas, tendo que posteriormente recorrer a modelos pagos como jardineiros, jornaleiros e operários comuns, a fotografia ou a si próprio. O mesmo ocorria ao buscar retratar a natureza morta, onde as frutas estragavam antes mesmo de concluir sua tarefa. No final de sua carreira dedica-se a fazer obras extraídas de sua imaginação, onde somente assim, poderia recorrer a apenas ao seu desejo de pintar o que sentia. A pintura é a sua única e verdadeira paixão.
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Foto divulgação da organização Paul Cezanne |
Cézanne que tem como missão unir, divino e humano, razão e emoção, homem e natureza. É preciso sentir-se inteiro, e isto é impossível (ou quase), portanto Cézanne sentia-se cada vez mais incapaz. Apesar disso, prosseguia com o seu trabalho de forma meticulosa e exaustiva, julgando que isto o levaria a realização plena. Que nada! Ao concluir uma obra, olhava-a, mas não encontrava aquilo que desejava. Frustava-se e, por vezes, chegava a destruir a obra, pois ela não conseguia expressar o seu desejo, suas sensações. O que poderia representar um descontrole, ou ainda, falta de capacidade é perfeitamente compreensível, uma vez que o artista encontra-se nesta constante busca: representar através das cores e formas o que está no seu íntimo. É como buscar segurar com as próprias mãos os raios de sol. Podemos vê-los, senti-los, representá-los, mas nunca ligarmo-nos a ele, como uma coisa só. Cézanne é considerado o pai do Modernismo, ou como diria Picasso “O mestre de todos nós” ou ainda como se referia o Mestre da cor Matisse “Cézanne é uma espécie de Deus da Pintura”.
KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea – Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas. Atua como professora de Arte, colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte. Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.
PUBLICADO POR: CARLOS ZEMEK DATA: SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2016 /
Paul Cézanne (1839-1906)
Paul Cézanne embora estivesse imerso em questões posteriormente tão valorizadas no cubismo e expressionismo, é atacado pelo público e crítica de forma voraz e impiedosa, tendo reconhecimento dentro do meio artístico em vida somente nos seus últimos anos, embora ele próprio não o fizera. Cézanne deve ser estudado incansavelmente, pois suas obras continuam a expressar toda a sua genialidade através de um temperamento tempestuoso em busca de uma perfeição artística.
Diferentemente dos impressionistas que viveram na mesma época e se utilizam da luz e exclui o preto de sua paleta, Cézanne voltar a usar o preto e cores terrosas, enquanto os impressionistas utilizavam como referência o reflexo da água, Cézanne buscava a solidez das rochas, pois para ele tudo é importante, portanto tudo é pintura.
Admirado por ninguém menos que Picasso, ele e Brake, partem da dúvida de Cézanne e resolvem-na, em parte, criando o Cubismo.
Cézanne não desfrutou o reconhecimento dos clássicos, não saboreou o sucesso dos impressionistas, tão pouco aprovou a si mesmo como artista, mas a sua constante e incessante busca interior, trouxe-nos uma certeza, que nada é tão simples e puro.
O artista deve tentar reproduzir através das cores e formas, sua verdadeira essência, esta sim; sem retoques. “ Sim, meu caro senhor, eu pinto como vejo, como sinto… e eu tenho sensações fortes. Os outros também sentem e veem como eu, mas não se atrevem… Eu atrevo-me, senhor, atrevo-me, senhor, atrevo-me… Tenho a coragem das minhas opiniões, e o último a rir é quem melhor ri!” MALORNY, Ulrike Becks, Paul Cézanne, pág. 16.
Possuidor de temperamento forte e inconstante, ao fazer retratos submete seus modelos a horas a fio de mobilidade quase desumanas, tendo que posteriormente recorrer a modelos pagos como jardineiros, jornaleiros e operários comuns, a fotografia ou a si próprio. O mesmo ocorria ao buscar retratar a natureza morta, onde as frutas estragavam antes mesmo de concluir sua tarefa. No final de sua carreira dedica-se a fazer obras extraídas de sua imaginação, onde somente assim, poderia recorrer a apenas ao seu desejo de pintar o que sentia. A pintura é a sua única e verdadeira paixão.
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Foto divulgação da organização Paul Cezanne |
Cézanne que tem como missão unir, divino e humano, razão e emoção, homem e natureza. É preciso sentir-se inteiro, e isto é impossível (ou quase), portanto Cézanne sentia-se cada vez mais incapaz. Apesar disso, prosseguia com o seu trabalho de forma meticulosa e exaustiva, julgando que isto o levaria a realização plena. Que nada! Ao concluir uma obra, olhava-a, mas não encontrava aquilo que desejava. Frustava-se e, por vezes, chegava a destruir a obra, pois ela não conseguia expressar o seu desejo, suas sensações. O que poderia representar um descontrole, ou ainda, falta de capacidade é perfeitamente compreensível, uma vez que o artista encontra-se nesta constante busca: representar através das cores e formas o que está no seu íntimo. É como buscar segurar com as próprias mãos os raios de sol. Podemos vê-los, senti-los, representá-los, mas nunca ligarmo-nos a ele, como uma coisa só. Cézanne é considerado o pai do Modernismo, ou como diria Picasso “O mestre de todos nós” ou ainda como se referia o Mestre da cor Matisse “Cézanne é uma espécie de Deus da Pintura”.
KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea – Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas. Atua como professora de Arte, colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte. Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.
Adorei o artigo, Katia Velo. Obrigada pela participação na Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura. Você sempre escreve textos que ajudam a compreender melhor a história da ARte.