ENTREVISTA COM A ESCRITORA, PROFESSORA E COLUNISTA ISABEL FURINI
Isabel Florinda Furini é escritora, poeta e palestrante; autora de 35 livros, entre eles, Os Corvos de Van Gogh (poemas); é colunista do Paraná Imprensa; idealizadora do Concurso Poetizar o Mundo; membro da Academia de Letras do Brasil/ Araraquara; Embajadora de la Palabra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), Embajadora de la Rima Jatobé, Espanha; recebeu a Comenda Ordem de Figueiró pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil em 2015 e Votos de Louvor da Câmara Municipal de Curitiba em 1992. Foi premiada em Concursos de Poesia e de Contos.
1- Quando começou o seu contato com as letras? Quais os livros que você mais gostou de ler e quais seus escritores favoritos?
Meu contato com as letras começou quando era criança, gostava muito de ler e de escrever. Meus livros favoritos quando criança eram livros de poesia. Obras de Amado Nervo, Rubém Dario e Alfonsina Storni. Na adolescência minha paixão era o livro Assim falou Zaratustra de Nietzsche. Na juventude gostava de livros de filosofia: obras que recolheram os fragmentos das obras de Parmênides e de Heráclito (insuperáveis). Devorei as obras completas de Platão, quando estudava filosofia. Por isso publiquei Joana, a Coruja Filósofa, pela editora Sophos, e a coleção Corujinha e os Filósofos, no qual falo da filosofia grega.
Os livros Filosofias da Índia de Heinrich Zimmer, A Doutrina Secreta de Helena P. Blavatsky e Os Discípulos na Nova Era de Alice Bailey também estiveram entre meus preferidos. Anos mais tarde minha paixão literária foram A Metamorfose de Kafka, Cem anos de Solidão de García Márquez, Siddharta de Herman Hesse, Aleph de Jorge Luis Borges e Vinte Poemas de Amor de Pablo Neruda. Atualmente, além desses maravilhosos livros que moram no meu coração, adoro os poemas de Fernando Pessoa, Alejandra Pizarnik, Neide Archanjo, Octávio Paz, Mario Benedetti, Juan José Saer. Dos paranaenses, além de Leminski e Helena Kolody, gosto das obras de Miguel Sanches Neto, Bárbara Lia e Adélia Maria Wollner, entre outros.
2- Por que escolheu Curitiba para viver?
Não foi escolha. Nos anos 80, meu marido que era engenheiro civil foi chamado por uma empresa como engenheiro residente. Curitiba é uma cidade muito carismática. Ficamos morando em Curitiba, e ele faleceu em 2013.
3- Todo mundo, acredito, tem vontade de escrever um livro. Você ministra cursos para ajudar a transformar este sonhe em realidade, fale-nos um pouco sobre isto.
Esse trabalho é muito delicado, pois o sucesso mundial de Paulo Coelho fez pensar que publicar um livro é sinônimo de fama e dinheiro. Lamentavelmente, minha função é mostrar o contrário. A maioria dos escritores trabalha e aprimora sua obra com constância. Como dizia Clarice Lispector escrever é como respirar. Realmente o ato de escrever é tão vital quanto a respiração. Escrever exige paixão. Exige muito tempo para aprimorar o texto. Nas oficinas os participantes escrevem e aprendem a reconhecer, aprimorar e respeitar o próprio estilo. Muitos de meus alunos já publicaram livros, e alguns já foram premiados em concursos literários.
4- Em sua opinião, com o uso da internet, as pessoas lêem mais? E como ocorre esta leitura?
Sim, o pessoal está lendo e escrevendo mais. Os blogues e sites têm autores e seguidores. Muitas vezes essa leitura não é completa, ou seja, o leitor só realiza uma leitura superficial e perde parte do conteúdo.
5- Por curiosidade, quais foram as principais dificuldades de adaptação com o idioma português. E quais as diferenças culturais?
O idioma português é muito difícil, seja pelos sons, seja pela construção das frases. O idioma espanhol e português deriva do latim, mas tem diferenças marcantes. O mesmo acontece com a cultura dos dois países. Por exemplo, enquanto os países hispanos consideram a honestidade importantíssima e se não gostam de alguma coisa o expressam diretamente, os brasileiros acham importante a gentileza e preferem evitar discussões.
6 – Você tem colaborado com muitas pessoas, como eu, por exemplo, jamais pensaria em lançar um conto ou uma crônica. E, além de conseguir a publicação, o lançamento ocorreu em grande estilo? Conte-nos um pouco mais sobre este lindo projeto.
Essa é uma grande alegria para mim, apoiar os novos autores e você tem muito talento Katia Velo. Espero que continue escrevendo e publicando livros. Uma boa opção para iniciante são as antologias, pois permitem divulgar os trabalhos dos autores e também fortalecem os lançamentos: muitas pessoas, muitas fotos, muito charme, troca de ideias. O grupo ajuda a aumentar a autoconfiança do novo escritor.
7- Você é escritora, mas sempre está envolvida com as Artes Plásticas. Como isto aconteceu?
Meu filho, Carlos Zemek, é artista plástico e curador. Uma exposição exige muito tempo e os curadores precisam de auxiliares para organizar o evento. Eu ajudo na organização das exposições.
8- De todas estas atividades já realizadas, envolvendo diferentes linguagens artísticas, quais você destacaria.
Minha paixão é a poesia, mas com meu filho mais velho, Carlos Zemek aprendi a valorizar mais a pintura, a escultura e a Arte Digital.
9 – Quais são as principais dificuldades encontradas por um fomentador cultural?
Honestamente? Falta de verba. É muito difícil conseguir apoio econômico para realizar atividades culturais.
10 -Tem algum projeto para o futuro? Pode nos contar um pouco?
Um dos projetos é enviar poemas de poetas brasileiros ilustrados com Arte Digital de Carlos Zemek para Europa.
Outro projeto nasceu do convite de minha amiga Neyd Montingelli, que também foi minha aluna, para escrever um livro de poesia sobre o Natal. O livro FELIZ NATAL será lançado em 25 de novembro nas Livrarias Curitiba do Shopping Estação
Obrigada, querida Katia Velo.
Isabel Furini é tudo que está escrito na entrevista e mais ainda ela é de uma humanidade ímpar. Além da sábia é das pessoas que gosta de passar os seus conhecimentos e promover os iniciantes das artes e da literatura. Grande Isabel Furini. Grande Artista e Excepcional escritora. Sou sua admiradora.
Olá MARIA ANTONIETA! Sabia que já fiz uma exposição inspirada em um filme com o seu nome? Já assistiu. Visualmente é belíssimo. Muito obrigada pelo seu depoimento. Realmente a nossa querida Isabel merece reconhecimento e aplausos! Beijo, Katia Velo
Sou admiradora da Isabel, na minha opinião sua dedicação para que a cultura cresça e apareça é fundamental e tudo o que pode fazer para os que estão chegando agora, ela faz… Te abraço muito forte Isabel. Parabéns por essa bela entrevista e por permitir-nos conhecer um pouco mais de você.