Primeira edição do Sex Libris esquenta Curitiba com literatura erótica

A primeira edição do sarau Sex Libris esquentou a noite fria curitibana  da última quinta-feira, 18 de junho. O público se apossou do Wonka Bar e não se intimidou com os bancos e cadeiras cheios: tinha gente sentada no chão em frente ao palco e teve quem o invadiu para se arriscar com os músicos nas performances musicais.

Em vez de apostar no formato comum de um sarau, em que um participante vai ao palco e lê para a plateia, o Sex Libris convidou Paulo Venturelli, Octávio Camargo, Luiz Leprevost e Leo Fressato para aquecerem o público com suas leituras e músicas, em bate-papo mediado pela produtora cultural Manoela Leão.

Paulo Venturelli leu trechos de um romance inédito e revelou um pouco de seu enredo, que aborda uma relação homoerótica. Em busca de material para o livro, ele foi conversar com garotos de programa e os perguntou sobre suas vidas, pois queria escrever após uma pesquisa em vez de usar uma ideia pronta. De início, Luiz Leprevost falou pouco sobre sua obra e fez uma leitura provocante de trechos de Salvar os Pássaros, seu romance recente com trechos explícitos de sexo.

Já os artistas Octavio Camargo e Leo Fressato brindaram o sarau com algumas canções bem diferentes entre si, mas ambas ligadas a estética do evento. As de Camargo com um tom entre erotismo explícito e sugerido, e com um toque involuntário de humor tanto pela forma quanto pela interpretação; e as de Fressato com um tom mais ligado ao sentimento romântico, enquanto o instinto fica mais discreto, mas fica claro que está sugerido, pois o convite a imaginação também faz parte do jogo de sedução.

O Sex Libris também recebeu um teaser da cantora Alessandra Leão, que junto com o músico Caçapa comandou a festa La Tabaquera após o evento. Nessa primeira edição do Sex Libris, produzido pelo designer Juliano Lamb, a mediadora Manoela Leão provocou os convidados – nada de eufemismos nem de palavras mornas, pois o nome do evento já dita a sua estética de abordar claramente o tema.

Ela fez os artistas pôr no sofá as diversas abordagens do erotismo na literatura, sem fazer do tema um disparo de palavrões com conotação sexual ou uma conversa promíscua. É um diálogo livre de amarras onde se aborda um dos temas mais antigos da literatura com transparência, e a julgar pelo envolvimento do público no sarau e na festa La Tabaquera, a ideia foi abraçada calorosamente por Curitiba.

 

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